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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O Início




Quando sentei para escrever, não sabia ainda se começaria este artigo citando a Bíblia ou um provérbio chinês. Pensei muito, o tempo esgotou e escolhi o provérbio que diz: “Mesmo para fazer uma grande caminhada, é preciso dá o primeiro passo”. Para não sofrer logo alguma represália por ter preterido o Livro Sagrado eu digo o que iria escrever se o começasse citando: “No princípio era o verbo. O verbo se fez carne e habitou entre nós”. Isto eu me lembro “de ouvido”, da minha infância, das leituras religiosas, portanto não sabia qual o evangelista que o disse. Como estou junto a uma religiosa plena, só foi perguntar a Lucinha Peixoto, pelo telefone. Ela então mandou brasa dizendo que o evangelista é João e que a citação é do Capítulo 1, e disse que eu poderia ter expressado o que tinha a dizer com a citação se dissesse assim:


“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
 Ele estava no princípio com Deus.
 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
 E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.”
Não quis mais ouvir a pregação, dei uma enrolada no telefone e continuo a escrever, mostrando que, o que vem a seguir tem a ver com as duas frases acima, embora, mais com o provérbio chinês.

Tanto tempo faz que não escrevia que já são horas sentado aqui procurando as palavras certas. Nos últimos 30 minutos descobri que as palavras certas são aquelas que escrevemos. O que lamento é que ainda neste nosso país ainda existam milhões de pessoas que não sabem escrever nem as palavras certas e nem erradas. Ora, se tive o privilégio de está do outro lado da ponte, porque tanta dúvida em usá-las. Elas são o nosso poder para ajudar àqueles que nos acenam lá na outra margem.

Hoje é o segundo dia de nosso blogjornal, A Gazeta Digital. Não foi uma iniciativa minha. Foi um chamado. Anos passados, criei uma empresa virtual, com sede em Caldeirões, e um bando de pessoas, que hoje todos já conhecem, me ajudou a colocar um monte de vídeos na internet. O tempo passou e vi que os meus neurônios, que são uma porção, mas, estão todos de cabelos brancos, não poderiam enfrentar a computação gráfica, isto é coisa para neurônios juvenis. Resolvi dar um tempo e me dedicar aos afazeres domésticos de um aposentado de milícia. Já estava querendo voltar ao batente, quando alguns amigos da CIT me procuraram e me fizeram a proposta, que até agora não parece ter sido indecente: criar um blog de notícias para Bom Conselho. Aceitei e aqui estamos, depois de reuniões, com mais brigas do que reuniões do PMDB com o PT.

Não poderei explicar aqui, hoje neste início, tudo a que nos propomos, e, os meus e minhas colegas de trabalho, mesmo sem o dono do Banco Panamericano, faremos isto ao longo do tempo, e os nossos leitores observarão o que pretendemos. Seguiremos um lema, que parece que foi o Che Guevara, não o Altamir Pinheiro do Blog Chumbo Grosso de Garanhuns, mas, o verdadeiro, deveria ter dito: “Poderemos até dar porradas, mas sem perder a ternura jamais”, e nem o senso de humor. Aquele velho objetivo da CIT, de “provocar risos e emoções”, pode até ter sido encampado pelo nosso blogjornal, eu só diria que pesaremos mais um pouco nas emoções, e que muitas não nos causarão risos porque são fincadas na realidade das notícias de nossa terra e de outras bandas.

Só como exemplo, hoje apenas dei uma olhada nas manchetes do jornal que assino e vi lá na primeira página: “Marinha quer vender mangue em Boa Viagem”. Eu pensei logo, prá que diabo alguém quer comprar o mangue? Pasmem, querem torná-lo um espaço imobiliário. Na certa serão construídos mais alguns espigões no local. Espero que os outros órgãos públicos e a população intercedam por nós. Logo a Marinha, que dizem ter brilhado para expulsar os bandidos do Rio de Janeiro!? Até hoje pagamos à Marinha para usar uma extensa faixa de nossa terra, e agora ela quer vender. Será que o capitalismo nosso de cada dia já chegou a este ponto? Privatizar, eu concordo, mas a Marinha é demais.

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