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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

As Coisas Ruins



Por Zé Carlos

Nem sempre é possível escrever sobre coisas boas. Procuramos por todos os lados e recantos do nosso cérebro e não encontramos assunto nenhum que sobre ele possamos nos expressar com um sorriso no rosto. Isto é cíclico na vida. Amanhã, talvez, queiramos encontrar algo de ruim em nossa volta e não encontramos. Por que , então, não deixar para escrever amanhã? E se o amanhã cheio de bondades não vier? Esperamos para depois de amanhã? Não. O melhor remédio é procurar o pior assunto, aquele que mais te incomoda e jogá-lo em cima do papel, como um dado sem número.

O assunto que mais me atormenta hoje, é a questão das drogas. Li, que o “crack”, uma das piores drogas entre as piores, já se encontra presente em quase 98% dos municípios brasileiros. Remeto-me à minha infância e juventude lá em Bom Conselho. Lembro-me que éramos uma cidade produtora de maconha, e com muitas pessoas envolvidas. Não me lembro de detalhes, e nem importa, porque, se crime houve, já prescreveu. O uso da erva era muito restrito. Com exceção do Zé Bostinha, não conheci ninguém que se jactasse de puxar um baseado. Hoje eu não sei como está a coisa por lá. Será que já existe uma nossa “crocolândia”, com o surto de progresso industrial?

Dizer que ninguém usa drogas em nossa cidade, mesmo não sabendo de fatos concretos, é uma temeridade estatística pelo número que citei acima. Dentro deste quadro, eu penso no uso do “crack”. É a droga do pobre. Dizem que é o mais barato (sem trocadilho) de todas as drogas, e que pelo seu efeito devastador no organismo, é a mais eficiente para quem com a droga objetiva a morte. Eu não vislumbro, em nenhum lugar, uma solução para o problema.

Não tenho ideia formada sobre a descriminalização da drogas. Porém, é um caso a se pensar. O exemplo mais adequado para raciocinar sobre isto é o álcool e o fumo. Drogas legais, também devastadoras. Mas, pelo menos, o imposto arrecadado ao invés de ir para o comércio clandestino poderá ser usado de volta na saúde dos usuários. É um assunto complexo, porém, devemos sempre estar abertos à sua discussão.

Quando olho mais longe e vejo notícias que me dizem, tal qual o fumo e o álcool, envolvem milhares e milhares de empregos clandestinos, e que algumas pessoas vivem da morte dos outros, aqui e alhures, fico mais triste ainda. Quando vejo, o esforço dos habitantes do Rio de Janeiro para se livrar de um setor da economia, que se tornou tão importante, que virou caso de polícia, penso em soluções. Quando penso que muitos empregados nesta atividade, possam emigrar para nossos estados, nos tirando o sono, não vejo solução.

Deixo no ar este assunto ruim, esperando que amanhã tenha um assunto bom sobre o qual escrever. Se não achar e não chegar outro escrevente, sempre há poesias para se recorrer.

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