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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

OS CAPRICHOS DE LUCINHA PEIXOTO.



Por Carlos Sena (*)

Quem matou “Salomão Ayala”, da novela “O Astro”? Quem encontrou a bala que matou Getúlio? Quem sabe onde se esconderam as duas polegadas que impediram Marta Rocha de ser Miss Universo? Quem sabe o verdadeiro nome da “menina sem nome” enterrada no cemitério de Santo Amaro no Recife? Quem saberia me dizer, por exemplo, o ano em que Adão foi inspetor de quarteirão na Barra do Brejo? Nesse rol de “porquês” cabe perguntar: quem conhece Lucinha Peixoto – aquela mantenedora de um Blog e que sempre se faz presente no jornal "A GAZETA"  e nos diversos jornais da região do entorno bom-conselhense? Pois é. No final da novela O Astro, soube-se que quem matou Salomão Ayala foi seu próprio filho, mas, saber quem é Lucinha Peixoto, aí fica difícil, mesmo sabendo que isso é também quase que um folhetim paroquiano que pulula a boca miúda nas rodas e nos quadrados da terrinha.

Certo dia vi Nárima perguntando (salvo engando) se alguém saberia dizer quem é essa tal Lucinha Peixoto. Depois vi Almir fazendo igual indagação. Assim, Ademir, Marcos Padilha, Pedro Eymar e tantos outros que devem ter se feito as mesmas perguntas acerca dela – a Lucinha Chupeta, digo Peixoto. Não, capeta. Não, apenas Lucinha e seus caprichos. Confesso quando comecei a invadir a literatura da minha terra, logo também me perguntei: quem é essa tal de Lucinha? Ninguém me disse nada, nem sequer, me deram o “C” por resposta, (pra não perder o costume). Não tive dúvidas. Perguntei a mamãe acerca. Mas, ela, do alto dos seus 84 anos, já com a mente lhe mentindo, me disse que não se lembrava de ninguém com esse nome. Depois, puxando pela memória, ela disse que conheceu uma Lucinha, mas que não devia ser essa que eu lhe perguntara. Essa, de  quem se lembrara vagamente diziam ser quenga, lá do “Café Sertanejo”. “Ah, lembrei-me de outra”, disse: no Paga Nada – uma agremiação carnavalesca famosa na cidade capitaneada por Braz, tinha uma tal de Lucinha. Era a que carregava o estandarte, mas que, também, as línguas ferinas diziam ser ela uma putinha que trabalhava em casa de família e seu melhor trabalho era “iniciar” os filhos dos patrões no sexo. Coitada de mamãe. Ela não soube recobrar mais sua memória e nem precisava, porque Lucinha é uma invenção dela própria (Lucinha) por ele mesmo ou por ninguém querendo unir nada a coisa nenhuma. Confuso? Igual a Lucinha e seus caprichos. Porque mesmo sendo Lucinha uma invenção dela própria, por ele, parece-nos que ganhou vida própria – algo como o adágio de que “a mentira muitas vezes repetida vira verdade”... Por isso esse “personagem” deve meter medo até mesmo ao seu criador, tamanho é o nível de “envivecimento” que ele, o personagem, se deu. Independente do mal ou do bem que possa proporcionar, Lucinha marca espaço na mídia al regione com qualidade. Destaca-se pela língua ferina e pelos seus caprichos. Ela é caprichosa, por exemplo, para meter o pau no PT até que outro partido chegue ao poder para ela de novo meter o pau. Meter o pau? Nem poderia. Meter o bedelho, aí sim. Isso ela faz com maestria e com alfinetadas de fazerem dó. Lucinha é debochada quando quer ser, mas é doce quando não quer ser. Ela sabe morder e assoprar, mais assoprar do que morder... Por quê?ão sei. Mas, por não saber sua idade, corremos o risco de dizer que ela morde sem morder, que ela corre sem correr, que ela sobe sem descer e quando desce se lasca toda, se estrebucha nos seus proprios conceitos ou preconceitos (?).

Desisti de saber dela num dia que estive na terrinha. Conversando com certo senhor importante da cidade, senti que ele quase se traiu acerca do codinome Lucinha. Depois ele tentou remendar, mas se borrou todo. Eu me fiz de coveiro para comer o “C” do defunto e parece que consegui. Mas, mesmo assim, não me aprouve botar a boca no trombone acerca dela, a Lucinha linguaruda e cheia de caprichos. Preferi entender que ela é do Bem. Disso não se pode negar. E escreve bem. E ama nossa terra e estrutura conceitos políticos com desenvoltura. Nesse estado de coisas, prefiro compreender que se esconder num codinome é muito natural na vida no geral e na literatura em particular. Por que não com ela, a nossa Lucinha (?) – blogueira e defensora perpétua do papacagay que nunca acontece; divulgadora do forró no beco e instigante crítica do nosso prefeito a quem ela chama de DANDAN. Lucinha é isso mesmo e não adianta transformá-la em novela para ver se um dia ela é desmascarada no seu final. Porque Lucinha é ela sem ser. É ele sendo como é – meio arrependida de ser sem nunca ter sido – algo como a saga da viúva Porcina. Lembram? Por cima é o que ela gosta de sempre ser e estar.

Hoje, mesmo achando que sei quem foi o seu inventor, nem me sinto tentado a dizer  quem seja (a minha suposição), porque Lucinha só não tem corpo, mas tem alma. Pode até não ter coração, mas tem ação. Não tem marido, ou tem? Não tem o mote, mas tem o trem. Não tem cavalo, mas, tem galope, não tem um homem, mas, deseja um bofe negão. Não gosta de uva, mas detesta Cuba. Não gosta de peixe, mas se pudesse comia o Lula... Cru...

Assim na rima rica, Nárima fica com a ilusão de Lucinha. Almir, Marcos, Pedro, Ademir, todos, Lucinham, porque ela é verbo, intrasitiva, mas verbo. Não de ligação, mas irregular na singularidade dos seus plurais metaforseantes. Platão que lhe diga e Freud que nos explique todas as razões de viver sem dar a cara a tapa, ou a bofete, no linguajar local.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 28/09/2013

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