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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A VIDA É FEITA DE SAUDADE!




Por José Antônio Taveira Belo / Zetinho


Quem não sente saudades do tempo de criança?  Do tempo de juventude? E da fase adulta? Todos nós, uns mais que os outros e outros com menor intensidade, mas todos sofrem do mal chamado “saudade” O tempo vai passando e cada dia vem à mente as recordações vividas e sofridas ao longo da vida. Saudades faz bem ao coração, e ao mesmo tempo nos leva ao sofrimento. Quem não se lembra do tempo de criança? Das ruas poeirentas e ladeirosas as sua cidade interiorana? As brincadeiras do esconde-esconde, das cavalhadas em cima de um pau chamado cavalo; das brincadeiras de rodas nas calçadas ou mesmo nas ruas esburacadas, mais meninas do que meninos de mãos dadas rodopiando cantando, “atirei o pau no gato” ou Eu sou pobre, pobre, de marre desci. Das margaridas branquinhas colhidas na Praça Pedro II, desfolhando pétalas por pétalas num – bem-me-quer – sentados e rindo esperando o resultado do nosso querer? Da academia riscada na calçada com um carvão e no pula-pula em um pé só para apanhar a casca de banana? Das brincadeiras de pula corda; do empinado de papagaio coloridos soltado com carretel de linha zero sob o vento forte atingindo alturas inacreditáveis do céu azul e nuvens branquinhas, das jogadas de pião nos becos e chimbres, bolinhas azuis, verdes, outras malhadas de um branco, nas ruas e becos da querida terrinha, onde nascemos e neste momento, nos encontramos longe visualizando tudo ao fechar os olhos. É isso mesmo, saudades. Quantos não desejariam voltar ao passado? Do ir e vir do colégio? Dos passeios pelos campos verdes do nosso torrão natal cantada em prosas e versos por todos os filhos seus. Das peladas no meio da rua com bola de borracha. Das petecas feitas com palha de milho verde jogado pelos jovens em plena algazarra. Dos primeiros olhares despertando ansiedade do amor primário que trazia alegria ao coração? E a escola? As brincadeiras no recreio lanchando sentados nas calçadas? Ora pão com doce, ora um copo de arroz doce quentinho e gostoso. Os nossos primeiros professores ensinando com maestria aos seus alunos. A Carta do ABC e Tabuada já se fora ao tempo, agora estávamos no Ginasial. Livros diferentes, que nós nos orgulhávamos em levar em uma pasta, com cadernos e lápis com a ponta bem fininha. E caixa de lápis de cores? Ah! Se o tempo voltasse, seriamos os mesmos? Claro. Ninguém desejaria vivenciar saudades ruins. Os momentos felizes em nossa vida devem ser sempre cultuados. Da vivencia com os amigos, os vizinhos, os nossos familiares. Tenho sempre estas lembranças, principalmente na calmaria da noite, ouvindo musicas que me levam a lugares que passei nesta bela vida, sentado no terraço da minha casa em Olinda, recebendo a brisa do mar, comtemplando o luar e estrelas lá no céu cintilando.  Não tenho do que me queixar. A vida tem sorrindo para mim. A vida é bela, diz os poetas. A natureza que Deus ofereceu-nos deixa alegre e feliz. O mar, o céu de um azul com nuvens branquinhas passeando contemplando o verde da natureza, a chuva regando a terra, arvore frondosas e floridas, os pássaros voando de um lado para o outro com o seu guincho, os animais vagando no seu ambiente natural, tudo isto é vida.  À noite contemplamos as estrelas cintilando, a lua iluminando os namorados e os notívagos tocando o seu violão nas calçadas ou percorrendo as ruas com os seus cânticos para a mulher amada, e dentro das nossas saudades, principalmente na minha terra, as calçadas eram tomadas por espreguiçadeiras, cadeiras de palhinhas, bancos de madeira e tamboretes e os vizinhos conversavam animadamente sobre os acontecimentos que ocorriam na cidade e as crianças corriam despreocupadamente pelas ruas, rindo como estivessem no paraíso, é claro era o paraíso nosso. Nos dias de chuvas, ouvíamos as goteiras caírem, fazendo um barulho acolhedor. O céu se mostrava cinzento, talvez chorando pelos pecadores.  Os relâmpagos cortavam o horizonte. Os trovões faziam que o nosso coração estremecesse como se o mundo estivesse acabando. Corríamos para os braços de nossos pais, que nos acalmava.  No dia seguinte o sol tímido surgia. As nuvens cinzentas ameaçam novas chuvas. São muitas recordações que vivemos ao longo da vida até atingirmos a velhice, pois, o velho somente tem esta esperança, porque a cada dia que passa a vida vai enfraquecendo, nos tornando mais saudosos. Neste momento, sinto saudades da minha querida terra BOM CONSELHO/PAPACAÇA, mesmo distante amo-a de todo o coração.

Um comentário:

  1. Texto especial, Zetinho. Parabéns e obrigada por compartilhar.

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