Por Carlos Sena (*)
Sabemos que, contra fatos não
existem argumentos. No caso, contra fotos. Oscar Niemayer não precisa dizer
mais nada, nem nós “escridores” escrevermos também mais nada. quem tem que
fazer alguma coisa é o Brasil, mais precisamente os brasileiros. Embora não
precisando dizer mais nada, a gente que se escraviza das letras não se contenta
com o que a mídia mostra de roubalheira neste país. E quem rouba? Eles, logo
eles, que o povo colocou lá pra lhe representar. O povo é ladrão? O povo é
idiota? O povo é bobo? Sim e não, como se nesse "liquidificador" a
gente pudesse fazer um "suco" de sins e nãos. O povo é tudo isto na
medida em que vota sem crítica. Não, porque muitas vezes nós votamos com
crítica e critério, mas eles, mal caráter como sempre, enganam a todos, da
mesma forma que Judas enganou a Cristo.
Se nem Jesus se livrou de Judas, como nós, pobres mortais brasileiros com esse tipo de educação precária que temos,
iremos dar a volta por cima? Mas isto será possível, justamente pela educação.
Já foi bem pior a nossa malha educacional. Distante de ser rede de educação,
enquanto malha há rombos enormes nos seus processos elitistas e conservadores
de transmitir conhecimentos.
Recentemente, um Decreto da
Presidência da República institui Paulo Freire como o patrono da nossa
Educação. De onde ele saiu com sua verve libertadora de educação? De
Pernambuco, mais precisamente do Cabo de Santo Agostinho! Mas ele foi
perseguido pelos fazedores de corruptos que se vestem de políticos que, como um
câncer se instalaram em nossa estrutura que, após mais de cinquenta anos está
aí, resistindo, carcomendo nossa estrutura política com o roubo e a instalação
de quadrilhas dentro do próprio poder central constituído. Dizemos isto, porque
cremos que só a educação mudará o formato de Brasília pra o de um avião. como
disse seu criador, o atual formato é, metaforicamente, um camburão. Mas esse
camburão só se muda via educação do povo. Mas não o povo do Nordeste como se
quer induzir, pois quem mais tem dado exemplos de maus votantes não somos nós,
mas também nós, junto com todos, inclusive os Sudestinos metidos a besta (nem
todos) e politizados na medida dos seus interesses.
Se eu pudesse falar com Niemayer,
certamente dizia que ele não fique triste. Que sua intelectualidade é maior do
que a mesquinhez dos políticos ladrões que os camburões não cabem mais em si.
Brasília, em sua concepção, Niemayer, é imbatível. Em outros tempos eu
lembraria ao nosso Oscar que a "merda é a mesma, só mudou a mosca",
mas não. A mosca é a própria merda que sobre sua obra de arte povoa como se ela
fosse pão doce. Um dia chegará em que nós só teremos elogios a sua grande obra
arquitetônica em forma de avião. Um dia, certamente, você pegará o avião da
eternidade. Mas lá, diante de Deus, a gente daqui da terra irá te fazer justiça
pelo voto consciente, maduro, adulto, invendável por qualquer tapinha nas
costas ou por uma dentadura.
Diante de fotos não nos restam
fatos. Diante dos fatos só nos restam guardar as fotos pra depois, quando um
dia a justiça for aprimorada e as cadeias forem todas multiplicadas por dez
para por dentro delas tantos ladrões nominados de “pralamentares”.
Como não tenho filhos, seus netos
poderão ver. Seus bisnetos poderão desfrutar. Seus tataranetos... Deixa prá lá.
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(*) Publicado no Recanto de
Letras em 23/04/2012
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