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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O MIUDINHO DAS RUAS




Por Carlos Sena (*)

O povo está tomando as ruas para protestar pelos absurdos, pelas ladroagens que tomam conta do país, pela falta de educação e saúde dignas. O povo tá tomando conta, literalmente do que é seu: as ruas. Fazendo dela o "segundo tempo" do seu título de eleitor (aproveitando a copa) para dizer aos que se locupletaram do poder com ou sem moral para isso, que o "buraco é mais em baixo". Ou é "mais em cima"? Sei não. Mas, pode ser até no meio, aproveitando a onda do politicamente correto e da união afetiva tão em moda. Fato é que o povo se redescobriu, como que entendendo o que dizia Gregório Bezerra: "ninguém se perde no caminho da volta". Independente do local do "buraco" o povo sabe que ele existe e que não pode existir sem que seus donos sejam respeitados.

Retomando as ruas, jovens deram um show de bola (a copa de novo) porque seus "gritos" já deram resultados: o congresso parece que acordou no susto! Já votou matérias que estavam, igual gigante adormecido, deitadas e dormindo há tempos. Mas considerando que misturados aos gritos das ruas, maus hálitos puderam ter ocorrido, vale não perder o foco e ficar de butuca: "um olho no padre e outro na missa"... Recado dado e recado entendido - é como podemos entender. Por outro lado (há sempre um) outros recados no VAREJO precisam ser dados. Se as ruas foram lotadas para gritar pelos males do poder público no GROSSO, no varejo poderemos também gritar contra os poderes privados que são regulados pelo público, senão vejamos: abuso das operadoras de telefones celulares que não atendem à ANATEL, que vivem cagando na cabeça dos usuários e estes se sentem desassistidos sempre; filas nos supermercados e nos bancos sem que se respeitem as legislações vigentes; abusos de cobranças nos estacionamentos dos shoppings e assemelhados; abuso dos flanelinhas nos centros das grandes cidades com o beneplácito das autoridades públicas e privadas. No tocante aos supermercados, não se suporta mais ver caixas e mais caixas fechados e o povo numa fila imensa, pois o dito supermercado não quer gastar com mais funcionários. Além disso, nós consumidores, vamos aos poucos sendo empregados dos empresários de supermercados: quem não lembra quando havia um caixa e, do lado, um embalador? Agora é o miserável do caixa que faz tudo. Igualmente está se dando isso com os ônibus: o motorista vai aos poucos dirigindo e sendo cobrador. Nesses aspectos, evidentemente, cada pessoa tem sua reclamação.

Assim, as ruas estão cumprindo com seu papel que há muito estava esquecido por nós. Já que acordamos, não devemos "dormir". "Olho no padre e outro na missa" devem nortear nossa vida cidadã. Porque afinal, os picaretas que colocamos lá não sairão enquanto uma reforma política não for implantada. De uma coisa temos certeza: "eles estão com o "C" na mão. Se colocar um talinho de capim no fiofó deles corta na hora...

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 29/06/2013

Um comentário:

  1. Uma pequena correção: quem disse que "ninguém se perde no caminho da volta" foi o paraibano José Américo de Almeida

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