Por Zé Carlos
Somente hoje me dei conta de que ontem foi o dia supremo
dos festejos que já duram o ano todo homenageando o Luiz Gonzaga. Homenagens
mais do que merecidas, e que para mim representam apenas um pouco da influência
que teve sobre minha formação a passagem do Rei do Baião por esta vida.
Mesmo com um dia de atraso não poderia deixar de colocar
neste blog duas das músicas que mais me comovem imortalizados pelo Gonzaga. E
não vou nem escrever muito, pois já o fiz, outras vezes (por exemplo, aqui).
Hoje apenas deixo duas letras e duas músicas que são verdadeiros hinos do
nordeste.
A volta da Asa Branca
Já faz três noites 
Que pro norte
relampeia 
A asa branca 
Ouvindo o ronco do
trovão 
Já bateu asas 
E voltou pro meu
sertão 
Ai, ai eu vou me
embora 
Vou cuidar da
prantação 
A seca fez eu
desertar da minha terra 
Mas felizmente Deus
agora se alembrou 
De mandar chuva 
Pr'esse sertão
sofredor 
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador 
Rios correndo 
As cachoeira tão
zoando 
Terra moiada 
Mato verde, que
riqueza 
E a asa branca 
Tarde canta, que
beleza 
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a
natureza 
Sentindo a chuva 
Eu me arrescordo de
Rosinha 
A linda flor 
Do meu sertão
pernambucano 
E se a safra 
Não atrapaiá meus
pranos 
Que que há, o seu
vigário 
Vou casar no fim do
ano.
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Asa Branca
Quando olhei a terra
ardendo 
Qua fogueira de São
João 
Eu preguntei a Deus
do céu, uai 
Por que tamanha
judiação 
Que braseiro, que
fornaia 
Nem um pé de
prantação 
Por farta d'água
perdi meu gado 
Moreu de sede meu
alazão 
Inté mesmo a asa
branca 
Bateu asas do sertão 
"Intonce"
eu disse adeus Rosinha 
Guarda contigo meu
coração 
Hoje longe muitas
léguas 
Numa triste solidão 
Espero a chuva cair
de novo 
Para eu voltar pro
meu sertão 
Quando o verde dos
teus oio 
Se espalhar na
prantação 
Eu te asseguro não
chore não, viu 
Que eu voltarei, viu 
Meu coração.

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