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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Lula, a Partícula do Diabo





Por Zezinho de Caetés

Ainda semana escrevi sobre os conhecimentos econômicos de Dilma. Eles podem ser desastrosos para nós. Mas, os bons textos sobre a fala de Miss Planalto, depois de ler O Pequeno Príncipe, não param. Agora é o Elio Gaspari, no O Globo, domingo passado, com seu escrito: “Lula, o Bóson de Higgs do PT”. Uma imagem que se não chamassem esta partícula de Partícula de Deus seria mais apropriada ainda para fazer ironia. Sendo ela mesmo de Deus, seria um apostasia ou sacrilégio. Para ser realista seria melhor chamada de Partícula do Diabo.

O jornalista vai além da miséria da economia dilmesca e mostra os três problemas atuais do Brasil, que deveriam preocupar o partido que está no poder, por ser aquele da presidenta. O chamado “pibinho”, as águas da “cachoeira” e as greves que assolam o funcionalismo. E, concordo inteiramente com ele, o PT não está nem aí, para eles. Ou talvez, não saiba o que fazer com eles.

Pasmem, mas, agora o PT não defende nem mais a queda dos juros, que já foi uma de suas bandeiras de lutas, quando ainda não tinha em Lula sua figura maior, o seu Bóson de Higgs. Na CPI do Cachoeira, têm aparecido tantas mutretas de petistas de carteirinha, e de simpatizantes, que não podemos saber mais de que lado ele está. E quanto às greves do funcionalismo, nas assembleias, o que se ver são pessoas de outros partidos levantando a mão dos petistas para serem a favor de uma greve que, pelos mesmos motivos, eles as aprovaram no passado, de primeira.

Realmente, no PT, vaca não está reconhecendo bezerro. A confusão é tanta que uma das bandeiras do Humberto Costa aqui no Recife, em sua campanha para prefeito, é o restabelecimento do que era antes de João Paulo, o seu vice, da Avenida Conde da Boa Vista. E isto é muito bom. Certamente, se o Humberto ganhar, as kombis voltarão junto com aquela bela confusão que elas formavam. E isto é muito ruim.

Enfim, é muita confusão para um partido só. E como eu já estou muito confuso, deixo-os com a serenidade do Elio Gaspari, indo aproveitar o que resta de belo em nossa cidade, o que é muito pouco, antes que este restante de administração petista acabe com tudo.

“Admita-se que há três problemas sobre a mesa: a estagnação do PIB, a CPI do Cachoeira e a expansão das greves do funcionalismo. O PT não tem nada a dizer a respeito de nenhum deles. Não se sabe sequer de que lado está.

Ao tempo do vice José Alencar, havia petistas defendendo a queda dos juros, mas eles já caíram. Na CPI, os petistas estão dos dois lados do guichê, ora cobrando, ora silenciando.

Diante da greve dos professores, durante 53 dias, não conseguiram sequer oferecer mediações. Só acordaram na terça-feira, quando Lula entrou no circuito. Três dias depois, pelo menos tinham o que propor.

Simbolicamente, na famosa cena do encontro de Lula com Maluf, havia dois outros personagens. Um, Ruy Falcão, presidente do partido. O outro era o vereador Wadih Mutran, do PP. Os repórteres Diógenes Campanha e Paulo Gama mostraram que, desde 2008, seu patrimônio dobrou, chegando a R$ 3,8 milhões.

Como? Três bilhetes de loteria premiados. (Ele guarda R$ 1,4 milhão em dinheiro vivo.) A ambiguidade do PT em relação aos dinheirinhos fáceis é antiga. Sua exaustão intelectual aconteceu há anos, quando se transformou em um apêndice do lulismo, sem que se saiba o que isso significa. Produziu-se uma federação de comissariados, sem plataformas ou propostas, acumulando interesses.

Assim como sucedeu ao PMDB, o PT virou um aglomerado sem massa. Não existe sem o seu Bóson de Higgs. Ele se chama Lula.

O teste dessa partícula agregadora ocorrerá na eleição de São Paulo. Se Fernando Haddad vencer, mais uma vez o Bóson de Lula terá arrastado as fichas. Se perder, a derrota será só dele.

No dia em que o Banco Central apontou uma estagnação do PIB, a doutora Dilma disse que “uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto. É a capacidade do país, do governo e da sociedade de proteger o seu presente, o seu futuro, que são suas crianças e seus adolescentes”.

Quis a sorte que houvesse uma baiana na plateia para decifrar a fala: “Isso, na minha terra, se chama ‘enrolation’, ‘embromation’.” Nessa arte, Lula é mestre, Dilma é uma constrangida aprendiz.”

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