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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Na política brasileira nem a vaca reconhece o bezerro




Por Zezinho de Caetés

Será que alguém, mesmo o mais bem dotado do ponto de vista da análise política, conseguiria descrever o que se passa hoje em relação ao governo federal? Será que depois dos problemas que apareceram em várias votações no Congresso ainda se terá coragem de dizer que a Dilma tem a maior base aliada da história deste país?

Como disse um assessor do governo americano tempos atrás: “É a Economia, estúpido!”. Para mostrar que tanto lá quanto aqui a performance da economia pode ser decisiva em eleições. É das deduções do que se passa na economia que os agentes políticos começam a medir seus apoios e contra apoios para se aliarem ou não a determinados candidatos.

E pelo que se passa, a Dilma, cada dia dá mais mostras de que não foi eleita, e sim o Lula, que a carrega no colo. Para mim, tenho quase certeza que ela não se sustenta como candidata até 2014, embora não seja certo de que o Lula seja o candidato petista. É que no meio do caminho teremos um pedra, teremos um pedra chamada julgamento do mensalão.

Este assunto é como brasa debaixo de cinzas grossas e engrossadas ainda mais pela nomeação de pessoas novas para o STF e que não sabemos como se comportará em relação aos pedidos de embargos da defesa dos réus. De uma forma ou de outra, está quase certo que este imbróglio, poderá passar deste ano para o outro e cada vez mais tendo influências eleitorais.

Se os mensaleiros forem para cadeia, como deveria ser feito com justiça, isto pode influir muito mal sobre a situação, se começarem a se associar o evento com a participação quase provada do Lula. Se houver outro julgamento e o Zé Dirceu for punido apenas com as mordomias do regime semi-aberto, tudo vai depender da reação da oposição e do uso do fato no debate eleitoral. Quando falo em oposição fico mais confuso do que quando penso na situação da situação.

Mas, fiquem com o um texto do Merval Pereira que aborda com mais precisão o momento político e que foi publicado no O Globo com o título: “Medindo o vento” (O4.06.2013). Eu fico aqui só observando e com uma vontade danada de entender tudo. Está difícil.

“Essa confusão na base aliada, que só fez recrudescer nas últimas duas semanas, vai continuar até que se tenha definição do quadro econômico. O que está agitando muito a base é a formação de palanques e acordos estaduais para a eleição de 2014.

Como a presidente Dilma antecipou muito a campanha eleitoral, problemas que só apareceriam ano que vem começaram a aparecer agora, com a companhia desagradável de problemas econômicos: PIB que não cresce, inflação precisando de controle e déficit recorde da balança comercial.

Então, todo mundo está querendo saber para que lado o vento soprará; os partidos para tomarem posição que possa lhes garantir a continuidade no poder, e a presidente Dilma para que possa contar com os apoios políticos de que precisa para a reeleição, sem ter que fazer concessões, que não é do seu estilo.

A inflação já está afetando sua popularidade, não em caráter definitivo, mas mostrando que tem potencial para atrapalhar os planos, caso não seja controlada. Está todo mundo inquieto, querendo interpretar as nuvens da política.

Se a oposição entrar em 2014 com chances de interromper a sequência do PT no poder, de nada adiantará ter base formal de 80% do Congresso, que tudo irá pelos ares.

No fundo, no fundo, essa base aliada não é do governo, muito menos do PT. É de conveniência, inclusive o PMDB. E não será surpresa se o PMDB voltar a se dividir.

A união do PMDB só aconteceu no momento em que parecia infindável a predominância petista no cenário político nacional. Se houver alguma indicação de que isso pode não acontecer, vários setores regionais importantes podem se desgarrar.

A sensação de que o modelo pode ter esgotado sua capacidade de atuação, decadente sem ter chegado ao apogeu, pode estimular traições.

É impossível contar com uma lealdade da base se o que une a maioria dos partidos ao governo não é uma questão ideológica, mas interesses específicos, imediatos ou de longo prazo, mas sempre interesses políticos que independem da lealdade para se realizar. Às vezes, dependem até de uma traiçãozinha básica.

A culpa desse relacionamento esquizofrênico é do governo, que não perde a oportunidade para demonstrar desprezo por esses aliados de ocasião e, sobretudo, pela atuação do Congresso, que considera mero instrumento de seus desejos, e não um Poder em igualdade de condições.

O ex-presidente Lula, embora tenha saído de sua única experiência congressual na Constituinte de 1988 convencido de que havia 350 picaretas entre os deputados, logo entendeu que, além de cooptá-los através de favores diversos, teria também que fingir considerá-los honoráveis parceiros de jornada, dar-lhes espaço e apoio político para que atuassem sem serem incomodados.

Sua compreensão de como se dá esse jogo de toma lá dá cá faz muita falta hoje nesses dias em que, provavelmente reproduzindo o sentimento da presidente, os articuladores políticos do governo dão aos parlamentares a importância que julgam que têm, isto é, nenhuma.

No momento em que Renan Calheiros é o presidente do Senado, quem dá lições institucionais à chefe do Gabinete Civil, Gleisi Hoffmann, fica estabelecido que as relações entre Planalto e base não andam às mil maravilhas.


E é só de uma desculpa que políticos precisam para saltar do barco se for prudente, diante não de uma honra atingida, mas da perspectiva de perda de poder. Nada funciona mais nesse mundo de relações tão superficiais do que a expectativa de poder ou, melhor dizendo, a expectativa de perda de poder.”

Um comentário:

  1. O PIOR É QUE ESTÁ DIFÍCIL MOSTRAR PARA O POVO A VERDADE, POIS INFELIZMENTE UMA EPIDEMIA DE CEGO SURDO E MUDO ESTÁ ASSOLANDO O PAÍS. QUEM JÁ VIU TANTO EXCESSO DE FALTA NA MÃO DESSA QUADRILHA PETISTA, ACOPLADO A UMA TREMENDA ABUNDÂNCIA DE INEXISTÊNCIA E EXAGERO DE ESCASSEZ…

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