Em manutenção!!!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Um olho no Renan e outro nas ruas




Por Zezinho de Caetés

Hoje é o primeiro de junho. Já já começam as fogueiras em homenagem a São João, mas, antes do forró começar ainda vai rolar muito quiproquó na política brasileira. E espero que o Temer aja bem direitinho para não se engasgar com a espiga de milho, nem se queimar na fogueira.

E, como se diz no meu interior, “o mar não está prá peixe”. Tanto que hoje, transcrevo um artigo do Hubert Alquéres que ele intitula “Um olho no peixe, outro no gato”, onde ele coloca as dificuldades para este novo governo, que vive sob o risco de que o fantasma da ex-presidenta retorne para pegar em seu pé.

Pelo que vi ontem na TV, onde agora passo a maior parte do tempo, mostra que os adeptos da fantasmagoria da Dilma estão tramando pelo “quanto pior melhor”. O Senador Lindberg Farias, em plena reunião da Comissão de Assuntos Econômicos, fez um requerimento para que fosse suspensa a sabatina do indicado pelo Temer para a presidência do Banco Central, alegando que algo estava fora do prazo. Parecia coisa de menino mimado diante do quadro terrível por que passa a economia brasileira. Depois de horas de discussão, o menininho desistiu do requerimento, com o protesto da outra menininha do PC do B, a Vanessa Graidiotin.

Se não bastasse isto, li que o mesmo Senador, ao ver as estatísticas de desemprego no Brasil que saíram ontem do IBGE, publicou em seu site, todo eufórico uma crítica ao novo governo por já começar aumentar o desemprego. E, imaginem o Temer não está nem com um mês no poder. Ri muito, quando o Lindberg voador descobriu que as estatísticas ainda eram do governo da ex-presidente. Parece até brincadeira de criança!

E é com esta tropa que o Temer tem que lidar, e, além disso aguentar a ex-presidenta vagando pelo Palácio do Alvorada a gritar: “Foi golpe, foi golpe e foi golpe!”. O Temer precisa agir rápido para exorcizar este fantasma não camarada, da vida política do país. Precisa, pelo menos, começar a mostrar que estará ali até 2018, e não ficar titubeando nas decisões, pensando que o fantasma voltará. Eu tenho certeza que não voltará. Por que? Porque o Brasil não suportaria sua volta e os senadores sabem disto muito bem, apesar do Cristovam Buarque.

Ontem vi um senador dizer que em Portugal,  o ditador Salazar, quase no final do governo, levou uma queda e bateu com a cabeça. Ficou meio tan-tan. E os seus áulicos, vendo que ele não poderia mais voltar a governar quiseram fazer uma caridade, e mesmo depois de outro assumir o poder, diziam a ele que estava tudo bem, fazendo com que ele morresse pensando que estava ainda no governo. E arrematou, o senador, que as conversas sobre a volta de Dilma estão parecendo com aquelas ditas ao Salazar. Ou seja, estão dizendo a Dilma que vai voltar por caridade.

Vendo por esse ângulo, eu louvo a atitude dos lulodilmistapetistas pelo seu gesto de carinho com a ex-presidente, e fico mais alegre ainda porque, apesar de parecer, a Dilma não bateu com a cabeça, pois, parou até de pedalar.

Fiquem com o Hubert e vejam para quem o Temer deve olhar mais, se para o peixe ou para o gato. Eu olharia para o Renan.

“Um governo sitiado, assim podemos definir a situação do presidente interino Michel Temer, três semanas após a sua posse. Não tanto pela ação do adversário, embora esta venha acontecendo em escala crescente, mas principalmente pelas contradições inerentes ao modelo que adotou.

A demissão do ministro da Transparência, Fabiano Silveira, demonstra o quanto se estreitou a margem para Temer costurar, de um lado, amplo apoio no Congresso e, de outro, não frustrar os sentimentos de uma sociedade que apoiou e quer o impeachment, mas não lhe deu um cheque em branco.

Michel Temer necessita maioria em um Congresso que chegou ao “fundo do poço, do qual parte dele é de réus”, para utilizar uma expressão do atual ministro da Defesa, Raul Jungmann. O grande motor para a aprovação do início do processo de impeachment foram as manifestações multitudinárias, mas não se pode ignorar que alguns parlamentares aderiram à onda, na expectativa de que haveria um arrefecimento na Lava-Jato com a posse do novo governo.

As gravações de Sérgio Machado evidenciam as ramificações dessas forças no Congresso Nacional. O xis do problema para Temer é como construir uma maioria parlamentar sem se confundir, ou abrir espaço, para quem conspira contra a Lava-Jato.

Mais do que nunca, tempo é ouro. Qualquer vacilo, qualquer demora em separar o joio do trigo, alimenta desconfianças quanto aos compromissos do presidente interino com a continuidade das investigações e joga água para o moinho de forças interessadas na desestabilização do governo de transição.

O humor dos brasileiros, que por enquanto é de expectativa cautelosa, pode entrar em mutação a qualquer momento. A expectativa pode dar lugar ao descrédito e servir de caldo para saídas aventureiras ou messiânicas, não previstas em nosso arcabouço constitucional.

A batalha do impeachment não está terminada. A depender de como as ruas se pronunciem (ou de sua apatia), a correlação de forças pode se modificar no interior do Senado. Michel Temer tem de ficar com um olho no peixe e outro no gato. Em Renan Calheiros e na sociedade.

O senador alagoano pode ser o novo condestável da República, mas a opinião pública costuma falar mais alto em momentos decisivos. É bom observar o movimento das placas tectônicas no Senado, para não ter surpresas mais à frente.

A política pode contaminar a economia e complicar a vida da equipe do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que tem uma tarefa hercúlea pela frente: a reconstrução da economia duramente danificada nos anos Dilma.

Se já seria uma missão dificílima de ser realizada em condições normais de temperatura e pressão – em um governo recém-saído das urnas -, imagine em uma transição dolorosa como a atual, onde o novo governo ainda tem de se legitimar perante a opinião pública e o PT utiliza a estratégia de fustigamento para fazê-lo sangrar.

Evidente que o lulopetismo e seu braço sindical vão tentar incendiar o Brasil. Sob o pretexto de defender “direitos”, buscarão criar um clima de ingovernabilidade, de “desobediência civil”, de convulsão social, com vistas ao seu retorno ao poder. Seja a que preço for, mesmo a preço de levar o país a um buraco ainda mais profundo.

Aparentemente estamos diante de uma equação simples. Credibilidade e recuperação da economia andam de mãos dadas.  O desafio do governo Temer é exatamente esse: conquistar a confiança da sociedade para levar adiante as medidas econômicas necessárias à retomada do crescimento.


Não basta apenas olhar para o parlamento. É necessário olhar para as ruas e entender o seu recado.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário