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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Será que a Dilma volta? Batamos na madeira




Por Zezinho de Caetés

Hoje, o artigo que transcrevo é de uma jornalista, a Helena Chagas, como publicado no Blog do Noblat. E não faço isto para entrar na discussão se as mulheres podem ser boas jornalistas ou não, como não me meti na discussão se Dilma, por ser mulher, foi a pior presidente (ia escrevendo “presidenta” mas lembrei que agora é contra as orientações da SECOM) que este país já teve. Apenas, o faço, pela clarividência da Helena em analisar a situação política atual.

Eu concordo inteiramente com ela quando diz, com outras palavras, que se não fosse o Eduardo Cunha não haveria impeachment. Isto é evidente. Apenas não concordo, nem como hipótese, de que ela irá voltar para retomar seu governo. Mesmo porque ela não governava já há muito tempo. Ela só mentia ao povo brasileiro.

Embora não concorde com o Hamlet quando diz “... fragilidade, teu nome é mulher!”, eu concordaria com ele se dissesse “Dilma, teu nome é incompetência”, o “Dilma, teu nome é mentira”. E com isto eu não estaria xingando as mulheres, mas, apenas dizendo que elas, infelizmente, não tiveram sorte da primeira vez, embora haja um grande número de mulheres capazes de galgar o cargo com muito mais competência. E já deixo claro que não estou falando da Marina, pois seria mais do mesmo.

A articulista suspeita que alguns senadores mudarão de opinião e cita Cristovam Buarque e Romário, entre eles. No entanto, ela não cita alguns que foram contra o impeachment e que hoje podem votar a favor, se o Lula mandar. E aqui é que vem o ponto. Quem mais influenciará senadores na votação final vai ser o Lula, isto se ele não estiver preso ainda. Ele é ainda o mais interessado na defenestração da Dilma.

Então, só posso dizer e clamar aos berros: corra Sérgio Moro, corra Teoria Zavascki e corra  Rodrigo Janot, pois se o impeachment não sair vocês serão os culpados, e podem levar o povo brasileiro a desconfiar de uma instituição importante como é o poder judiciário.

É certo que o Lula pode muito ser ajudado pelo Temer se este continuar fazendo as lambanças que está fazendo no governo. Eu sei que a situação é muito difícil, porém, custaria a ele bater com mais força na mesa? Receber o Zé Rainha no Planalto é um verdadeiro deboche. Dar aumento generalizado ao funcionalismo público é outro deboche. Eu já vou começar a protestar para aumentar minha parca aposentadoria para não ficar para trás. Pode chegar ao ponto em que o povo pode se perguntar se há alguma diferença entre Dilma voltar ou não. Se isto acontecer, penso que o Romário pode começar a fazer gols contra o Brasil e o Galvão Bueno gritar: “Acabou, acabou....”, e a população ainda vai aplaudir. Batamos na madeira.

Fiquem com a Helena Chagas, em seu texto que tem como título: “Dilma e a Operação Retorno: com quem, para que e até quando?”, enquanto eu fico aqui esperando pela próxima delação. Ou seria prisão?

“O pedido de impeachment de Dilma Rousseff nasceu como vingança de Eduardo Cunha e por  um bom tempo não andou porque Michel Temer não se viabilizava como alternativa. Só pegou embocadura quando o vice saiu em campo, armou o rompimento do PMDB com o Planalto, negociou com o Congresso e conquistou as graças do PIB com o documento “Uma ponte para o futuro”. Da mesma forma, a hipótese de volta de Dilma ao cargo só deixará de ser muito remota quando houver sinais concretos de articulação em torno do cenário que virá depois. As forças políticas que bancarem a operação retorno terão que dizer como, com quem, para quê e até quando ela governará.

Não serão, portanto, dois votos para lá, dois para cá, que irão definir, de forma furtiva ou inesperada, os destinos do país na votação final do impeachment no Senado. Nos últimos dias, os aliados de Dilma se animaram e os neoplanaltinos se apavoraram com declarações de senadores como Cristovam Buarque (PPS-DF), Acyr Gurgacz (PDT-RR) e Romário (PSB-RJ), entre outros, de que, diante dos rumos que vêm tomando o governo Temer, podem mudar de voto para absolver a presidente no julgamento final, viabilizando sua volta. Afinal, na primeira rodada Temer obteve 55 votos, apenas um a mais do que o necessário para tornar efetivo o hoje presidente interino.

Com isso, o Planalto passou a cortejar esses senadores, enquanto os aliados de Dilma iniciavam ofensiva para virar o jogo no Senado acenando com futuros acordos. Bom para eles. Só que, no caso em questão, dificilmente as coisas vão se resolver assim, no varejo de um ou outro voto.

Há uma série de requisitos para que a articulação em torno da volta de Dilma ao Planalto seja bem sucedida, a começar pelo interesse do PT e do ex-presidente Lula na causa. Até agora, temos visto a presidente afastada lutando como guerreira, cavando diariamente espaços na mídia e buscando apoio na sociedade para denunciar o que considera um golpe. Mas Dilma parece sozinha, tendo a seu lado uns poucos ex-ministro que a acompanham nas agendas ou gravam vídeos para Facebook com criticas ao novo governo.

Lula faz uma reunião aqui, outra ali, chama senadores para conversar, manda dizer que vai percorrer o país denunciando o golpe... Mas tudo ainda a portas fechadas. Já vimos esse filme, e ele não conseguiu evitar a autorização para abertura do impeachment nem na Câmara e nem no Senado. Mas todos sabem que, ainda que o ex-presidente ande acabrunhado com as investidas da Lava Jato contra ele, temendo mesmo ser preso, a única chance de restaurar o governo da petista Dilma passa por ele.

Se o criador não sair a campo para salvar a criatura, quem se animará a fazê-lo? Se Lula não for à luta e mostrar a cara, não vai convencer ninguém de que quer a volta da sucessora ao Planalto e que isso é politicamente viável. Ao contrário, alimentará as intrigas de que prefere Dilma fora, o que lhe permitirá passar a mão na bandeira da oposição e construir a estratégia para 2018.

Da mesma forma, dificilmente o PT de Dilma conseguiria agregar em torno de sua volta outras forças políticas sem um compromisso para o futuro. Diversos senadores que admitem mudar de voto a favor da presidente afastada não querem nem Temer, nem Dilma. São favoráveis à realização de novas eleições presidenciais.

Assim como boa parte dos brasileiros nas pesquisas, esse senadores não acreditam que Dilma seria capaz de reunir as condições necessárias para governar numa hipotética volta, seja pelo desgaste político no Congresso, seja pela falta de apoio popular. Ainda que divida o PT e aliados, a questão da nova eleição – autorizada por  um plebiscito – teria que fazer parte do pacote na negociação, com todas as complicações que poderia acarretar. No mínimo, mais alguns meses de incerteza no país.

Não há solução fácil. O desfecho, em qualquer hipótese, vai depender da capacidade de articulação de interesses diversos – e, no momento, Michel Temer, com quilometragem nas negociações políticas e a caneta na mão, tem melhores condições de jogo.

Só que o peemedebista está tendo mais dificuldades do que se esperava para governar. Fez escolhas complicadas para o Ministério, constatou que a Lava Jato continua desembestada como um caminhão descendo a ladeira na banguela e continua longe de conquistar a simpatia da população. Descuidou-se dos pleitos e movimentos da sociedade. Sua chance de se  tornar presidente definitivo passa por dois decisivos fatores: 1) a capacidade de se blindar da Lava Jato, o que não depende só dele; 2) a economia, ou seja, de convencer o país de que a competente equipe que montou para tocar a área vai dar um jeito nas coisas  antes que ela dê de fato.


Nos próximos dois meses, tudo isso vai ficar claro. Será mais um agosto daqueles.”

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