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quarta-feira, 8 de junho de 2016

O surrealismo de Lula




Por Zezinho de Caetés

Eu sempre achei a palavra “surreal” surreal. Ou seja, é um palavra bonita e que deve ser proveniente do surrealismo que foi um movimento artístico cuja característica básica era a expressão espontânea do pensamento sendo ditada pelo inconsciente, e que, entre outras coisas proclamava a prevalência absoluta do sonho, do inconsciente, do instinto e do desejo, além de pregar a renovação de todos os valores morais, políticos, científico e filosóficos.

Tanto que, ao ver uma obra de Salvador Dali quanto observar a cena política brasileira, eu me lembro de algo surreal. E vejam a notícia “surrealíssima” que encontrei na mídia:

“O ex-presidente Lula prepara a jogada derradeira, a tentativa de xeque-mate em Michel Temer. Dilma não volta, é consenso até no PT. O Barba pressionará Temer a renunciar, junto com a presidente afastada, para que o País tenha novas eleições. Lula quer usar os votos de Cristovam Buarque e Romário para convencê-lo. Se os dois senadores fecharem com o PT, Temer não tem votos para ficar no cargo no processo de impeachment.”

Para mim achei tão surreal a notícia que resolvi aqui comentá-la, porque, se verdadeira, mostra o grande artista que é o Lula, meu conterrâneo. Vejamos.

Como poderia o Lula, diante de suas dificuldades morais, políticas e penais, dar um xeque-mate no Temer? Fiquei me perguntando: Será que ele vai se entregar ao Sérgio Moro e ameaçar o Temer com uma delação premiada? Será que ele sabe coisas sobre o Temer que não sabemos e nem a Lava Jato, fora, é claro por onde anda sua bela e recatada esposa? E vejam, apenas na primeira frase já me sinto um pouco inconsciente e entrando no mundo dos sonhos. Continuemos.

Na frase seguinte voltamos à realidade ao perceber que até o PT está convencido de que a Dilma não volta. Isto, é claro, só quem não acredita é “Quinteto abilolado”, como chamam aqui neste blog, os cinco senadores que lutam contra o impeachment permanente da ex-presidenta, fazendo raiva aos outros senadores. Realmente, pelas suas atuações, quem tinha dúvida, ou se retirou da Comissão Especial de Impeachment, como o Romário, ou tampa os ouvidos quando eles falam, ou cantam. Se os ouvirem, votarão contra.

Eu mesmo não aguento mais, e quando ouço a voz da Vanessa Graidiotin ou da Gleisi Hoffman, sempre me dá vontade de tomar um calmante. No entanto, resisto quando ouço a voz do Lindberg, porque sendo católico, sempre é bom fazer alguma penitência para alcançarmos alguma graça, como por exemplo, ver o Lula em nossa Academia, lá em Caetés, assumindo sua cadeira 13, como é o seu direito, pelo conjunto da obra.

Mas, voltando à notícia, ela diz que o Barba, que era o apelido do Lula quando ele era alcaguete do Romeu Tuma, segundo seu próprio filho, o Tuminha, vai fazer o Temer renunciar, para que o país tenha novas eleições, e quem sabe, até ele se candidate. É o desejo que move o surrealismo.

E como seria o feito isto? Simples como cada traço do Miró. Estaria mancomunado com o Romário e com o Cristovam Buarque, à suas revelias, penso eu, e alegaria ao Temer que, se ele não renunciasse, faria a Dilma voltar, com o voto dos dois. Realmente, o Romário estava em dúvida, dizem, e abandonou a Comissão processante, e o Cristovam também está em dúvida.

Entretanto, seria difícil imaginar o grande defensor da pátria educadora, o Cristovam, e outro grande defensor da pátria de chuteira, o Romário, concordando com tão surreal atitude. Mas, são tempos surreais os que vivemos e devemos ficar de olho neles.

Para mim, o que está acontecendo é ao contrário, e pode até ser que o Barba libere a bancada do PT para aprovar o impeachment definitivo da ex-presidente. Afinal de contas, no fundo no fundo, é isto que ele quer, para esperar que o Temer dê com “os burros n’água”, para ele voltar como o Dom Sebastião do Garanhuns em 2018.

E, perguntar-me-ão os impertinentes: E não seria bom termos eleições gerais para todos os níveis, para começar nossa política do zero? Eu apenas diria que a pergunta é válida, mas, qualquer resposta ou cairá no campo do surreal, ou será para dizer que deveríamos pensar nisto quando comemos do fruto proibido, e fomos obrigados a ganhar o pão com o suor do nosso rosto, o que faz muito tempo que muitos petistas não fazem. Ou seja, eles comeram uma década com o suor do rosto dos brasileiros que trabalharam, para estarem hoje desempregados.


Termino dizendo que até gosto de algumas coisas do movimento surrealista, mas, o sonho tem seus limites, devemos ter os pés no chão e na Constituição: Fora Dilma!

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