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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O responsável por você, é você mesmo!




Por Zezinho de Caetés

Poderia começar como começa o ex-presidente FHC,  no escrito abaixo transcrito, e publicado no último domingo em vários veículos da mídia nacional e estrangeira, dizendo, igual a ele:

“Quando eventualmente este artigo vier a ser lido, a Câmara dos Deputados estará escolhendo seu novo presidente. Ganhe ou perca o governo, as fraturas na base aliada estarão expostas.”

Entretanto, hoje já é segunda-feira e já se pode ver que as fraturas da base aliada já estão expostas e piores do que a de Anderson Silva, naquela luta onde quase deixou de lutar MMA.
 Nunca, na história deste país, se viu uma derrota mais acachapante como aquela que sofreu o governo da gerenta presidenta, Dilma, no Congresso, ontem. Hoje não deveria se falar mais em base aliada, e sim de “base baleada”, que morreu com uma bala perdida disparada pelo voto secreto. Mas, fora isto, leiam o FHC, logo abaixo, que ele está certo. Só não digo, como sempre, porque, seu esquerdismo e intervencionismo, hoje, se afasta muito do que penso. No entanto, em termos de cultura e conhecimento histórico, compará-lo com Dilma e Lula é a mesma coisa que comparar Jesus Cristo com Zé Buchudo, este, presente em nossa infância lá em Caetés.

E agora o PT está nas mãos do Eduardo Cunha e do Renan Calheiros. Ou seja, morreu. A partir desta semana, o governo será do PMDB, mesmo se a justiça não fizer o justo que é impichar a Dilma, pelo que ela fez e diz que não sabia. Eu só acredito quando ela diz que não sabia, se isto significasse que ela não sabia o que estava fazendo, porque nem o Lula soube. Eles foram apenas tocando o Brasil, como gado em época de bom tempo, que encontra comida onde para e que se satisfaz com isto. Quando o tempo ficou ruim, porque não choveu ou porque eles comeram mais bois do que poderiam, então a vaca foi para o brejo, tossindo feito uma louca.

Será que não seria o caso da Dilma poupar o tempo da justiça para julgar os “petroleiros” e renunciar de pronto? Mas, isto seria um gesto de sensatez, inusitado para a gerenta Porcina, aquela que foi sem nunca ter sido. No entanto, a esperança é a última que morre, a não ser no Rio de Janeiro, que já morreu de bala perdida, faz tempo ou em Brasília, por homicídio culposo de vários políticos. Eu quero ver mesmo é quanto tempo nosso povo vai ficar sem pintar a cara e sair às ruas, como já fez um vez. Já se viu que os políticos só mudam de opinião com as manifestações populares. Lembram de 2013? Até o Renan fez alguma coisa no Senado e Dilma quase que morre de medo.

Quem sabe já é a hora? Ou deveríamos acreditar, agora quase ao inverso naqueles versos que cantei para sair da ditadura militar, “... quem sabe faz a hora, não espera acontecer!”. E já é hora de mudanças mais profundas no nosso sistema político, depois de tanto “estadismo” intervindo nos nossos assuntos mais íntimos, como se fôssemos a “a juventude de Hitler”. Os jovens já estão sabendo que é neles que está a solução para a maioria dos nossos problemas, e não no Estado patrão que nos faz apenas mendigos das bolsas enganosas do PT.

Fiquem agora com o FHC, e meditem durante esta semana, sobre o que nos espera em futuro próximo, sempre lembrando que o responsável por você, é você mesmo.

“Quando eventualmente este artigo vier a ser lido, a Câmara dos Deputados estará escolhendo seu novo presidente. Ganhe ou perca o governo, as fraturas na base aliada estarão expostas. Da mesma maneira, o esguicho da Operação Lava-Jato respingará não só nos empresários e ex-dirigentes da Petrobras nomeados pelos governos do PT, mas nos eventuais beneficiários da corrupção que controlam o poder. A falta de água e seus desdobramentos energéticos continuarão a ocupar as manchetes.

Não se precisa saber muito de economia para entender que a dívida interna (três trilhões de reais!), os desequilíbrios dos balanços da Petrobras e das empresas elétricas, a diminuição da arrecadação federal, o início de desemprego, especialmente nas manufaturas, o aumento das taxas de juros, as tarifas subindo, as metas de inflação sendo ultrapassadas dão base para prognósticos negativos do crescimento da economia.

Tudo isso é preocupante, mas, não é o que mais me preocupa. Temo, especialmente, duas coisas: o havermos perdido o rumo da História e o fato da liderança nacional não perceber que a crise que se avizinha não é corriqueira — a desconfiança não é só da economia, é do sistema político como um todo. Quando esses processos ocorrem não vão para as manchetes de jornal. Ao entrar na madeira, o cupim é invisível; quando percebido, a madeira já apodreceu.

Por que temo havermos perdido o rumo? Porque a elite governante não se apercebeu das consequências das mudanças na ordem global. Continua a viver no período anterior, no qual a política de substituição das importações era vital para a industrialização. Exageraram, por exemplo, ao forçar o “conteúdo nacional” na indústria petrolífera, excederam-se na fabricação de “campeões nacionais” à custa do Tesouro. Os resultados estão à vista: quebram-se empresas beneficiárias do BNDES, planejam-se em locais inadequados refinarias “premium” que acabam jogadas na vala dos projetos inconclusos. Pior, quando executados, têm o custo e a corrupção multiplicados. Projetos decididos graças à “vontade política” do mandão no passado recente.

Pela mesma cegueira, para forçar a Petrobras a se apropriar do pré-sal, mudaram a lei do petróleo que dava condições à estatal de concorrer no mercado, endividaram-na e a distanciaram da competição. Medida que isentava a empresa da concorrência nas compras, transformou-se em mera proteção para decisões arbitrárias que facilitaram desvios de dinheiro público.

Mais sério ainda no longo prazo: o governo não se deu conta de que os Estados Unidos estavam mudando sua política energética, apostando no gás de xisto com novas tecnologias, buscando autonomia e barateando o custo do petróleo.

O governo petista apostou no petróleo de alta profundidade, que é caro, descontinuou o etanol pela política suicida de controle dos preços da gasolina, que o tornou pouco competitivo e, ainda por cima (desta vez graças à ação direta de outra mandona), reduziu a tarifa de energia elétrica em momento de expansão do consumo, além de ter tomado medidas fiscais que jogaram no vermelho as hidrelétricas.

Agora todos lamentam a crise energética, a falta de competitividade da indústria manufatureira e a alta dos juros, consequência inevitável do desmando das contas públicas e do descaso com as metas de inflação.

Os donos do poder esqueceram-se de que havia alternativas, que sem renovação tecnológica os setores produtivos isolados não sobrevivem na globalização e que, se há desmandos e corrupção praticados por empresas, eles não decorrem de erros do funcionalismo da Petrobras, nem exclusivamente da ganância de empresários, mas de políticas que são de sua responsabilidade, até porque foi o governo quem nomeou os diretores ora acusados de corrupção, assim como foram os partidos ligados a ele os beneficiados.

Preocupo-me com as dificuldades que o povo enfrentará e com a perda de oportunidades históricas. Se mantido o rumo atual, o Brasil perderá um momento histórico e as gerações futuras pagarão o preço dos erros dos que hoje comandam o país. Depois de 12 anos de contínua tentativa de desmoralização de quase tudo que meu governo fez, bem que eu poderia dizer: estão vendo, o PT beijou a cruz, tenta praticar tudo que negou no passado — ajuste fiscal, metas de inflação, abertura de setores públicos aos privados e até ao “capital estrangeiro”, como no caso dos planos de saúde.

Quanto ao “apagão” que nos ronda, dirão que faltou planejamento e investimento como disseram em meu tempo? Em vez disso, procuro soluções.

Nada se consertará sem uma profunda revisão do sistema político e, mais especificamente, do sistema partidário e eleitoral. Com uma base fragmentada e alimentando os que o sustentam com partes do Orçamento, o governo atual não tem condições para liderar tal mudança. E ninguém em sã consciência acredita no sistema prevalecente. Daí minha insistência: ou há uma regeneração “por dentro”, governo e partidos reagem e alteram o que se sabe que deve ser alterado nas leis eleitorais e partidárias, ou a mudança virá “de fora”. No passado, seriam golpes militares. Não é o caso, não é desejável nem se veem sinais.


Resta, portanto, a Justiça. Que ela leve adiante a purga; que não se ponham obstáculos insuperáveis ao juiz, aos procuradores, delegados ou à mídia. Que tenham a ousadia de chegar até aos mais altos hierarcas, desde que efetivamente culpados. Que o STF não deslustre sua tradição recente. E, principalmente, que os políticos, dos governistas aos oposicionistas, não lavem as mãos. Não deixemos a Justiça só. Somos todos, responsáveis perante o Brasil, ainda que desigualmente. Que cada setor político cumpra sua parte e, em conjunto, mudemos as regras do jogo partidário eleitoral. Sob pena de sermos engolfados por uma crise, que se mostrará maior do que nós.”

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