Em manutenção!!!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

O Pacote de Setembro, o Pacote de Abril e a CPMF




Por Zezinho de Caetés

Saiu ontem, o Pacote de Setembro. Lembram do Pacote de Abril? Vou refrescar a memória dos mais novos.

O chamado Pacote de Abril foi lançado em 1977 pelo ditador de plantão, o Ernesto Geisel e visava, manter mais um pouco, a ditadura militar. É também chamado de “a Constituinte do Alvorada”, porque ele reformava a Constituição para garantir que o Congresso continuasse aos pés do Executivo, e ao mesmo tempo dava ao povo a ideia de que o Brasil estava num pleno Regime Democrático. Ninguém Segura este País! Era muito semelhante à Pátria Educadora, que morreu ontem com o Pacote de Setembro.

E a partir dos “parlamentares biônicos”, o Geisel conseguiu estender a ditadura por mais 8 anos. E qual a semelhança do Pacote de Abril com o Pacote de Setembro. Bem, eu penso que é só o papel em que vem embrulhado. Hoje, todos sabem que a Standars & Poors segurou este país, que já estava sendo seguro pelas lambanças do governo de nossa gerenta presidenta, já há algum tempo.

No entanto, as semelhanças param no parte externa do pacote. Hoje, não temos mais “parlamentares biônicos”, embora alguns ainda o sejam, mas, funcionam à base de pixulecos e não de baionetas. E temos, embora uma parte esteja pixulecada, um imprensa livre.

Em sua parte interna, a tentativa é a mesma. Fugir de problemas que podem levar ao impeachment de nossa presidenta, embora naquela época não havia esta ameaça ao Geisel. E com a ajuda do Congresso. Mas, será que, tal qual o Pacote de Abril, agora será tão fácil?

Imaginem, senhores se é crível o que estou lendo. Vão ressuscitar a CPMF, que na semana retrasada era CIS, que seria um contribuição para a saúde. Vieram a público e disseram que tudo não passava de trote. E agora lá vem a CPMF outra vez. E, pasmem, ontem em reunião com os governadores, ao saberem que alíquota deste novo imposto, que seria de 0,2% em cada transação financeira, ao invés de reclamar, perguntaram: E a nossa parte, que foi prometida, cadê?

Então, alguém do governo disse que a alíquota poderia ser de 0,38%, e que a diferença iria para os Estados. Eu não vi, mas, dizem que foi um alarido geral de alegria. Ou seja, se o governo federal pode tungar os contribuintes, por que também não os Estados?

E assim, se os congressistas se comportarem bionicamente, teremos mais uma vez o Estado crescendo sua influência, e levando a mais corrupção e ineficiência. Vade Retro!

Para não ficarem tão tristes eu lhes deixo com um texto do Ricardo Noblat (Blog do Noblat – 15/09/2015), no qual ele, é mais otimista do que eu (o que é difícil) e acha que o Pacote de Setembro vai ser contido no Congresso. Leiam e meditem, mas, não deixem de juntar moedas para fazer transações em dinheiro vivo, pois eu acho que se não conseguirem tirar a Dilma antes, a CPMF vem aí, e se usar cheque, lá vem tunga!

“Somente os banqueiros, por meio de sua entidade de classe, se apressaram, ontem mesmo, em declarar seu apoio ao pacote de medidas anunciadas pelo governo para fazer face à perda recente pelo Brasil do selo de bom pagador, retirado pela agência de classificação de risco Standard & Poor´s.

As federações de indústrias do Rio São Paulo criticaram o pacote. Bem como a Confederação Nacional da Indústria. Empresários em geral, mesmo com medo de possíveis retaliações, declararam seu desagrado com o pacote. Economistas disseram que ele não passa de um remendo feito às pressas. E mal feito.

Para tapar o buraco no orçamento da União do próximo ano, o governo cortou um pouco na própria carne, nada de expressivo. Preferiu tentar tapar o buraco metendo a mão no bolso dos que pagam impostos. Quer recriar a CPMF à qual Joaquim Levy, ministro da Fazenda, se opusera outro dia.

E o vice-presidente Michel Temer também.  O PMDB, idem. E os demais partidos com representação no Congresso. Será que o governo calcula que todo esse pessoal dirá amém à CPMF só por que o Brasil perdeu o selo de bom pagador? Não foi Lula que disse que o selo de nada vale? Dilma não disse que não era nenhuma catástrofe?

Sabem quantas vezes o Congresso aprovará o pacote do jeito que o governo o embrulhou? Nenhuma. Curioso é que se Temer já tivesse substituído Dilma e fosse autor do mesmo pacote, ele acabaria aprovado pelo Congresso. Como derrubar um presidente, pôr outro no lugar e negar-lhe o primeiro pedido?

Mas não só por isso. Um governo novo não assumiria com déficit de credibilidade. Pelo contrário. A tragédia de Dilma, de autoria dela mesma, é que sua credibilidade foi para o buraco depois da reeleição. Dilma mentiu muito, como sabemos. E sequer se deu ao trabalho mais tarde de pedir desculpas.

Se tivesse pedido, e se fosse sincera ao pedir, recuperaria parte da credibilidade perdida. Se daí para frente resolvesse governar com transparência, recuperaria mais um pedaço. E quando explicasse as dificuldades enfrentadas pelo governo, e justificasse o que pretenderia fazer, talvez fosse bem-sucedida. Não será.

Sobre transparência: a proposta dela é de recriar a CPMF com uma alíquota de 0,20%. Pois bem: ontem à noite, ao jantar com governadores à caça de apoio, Dilma admitiu aumentar a alíquota para 0,38%. A diferença de 0,18% ficaria para os Estados. Como merece crédito um governo que se desmente em poucas horas?


A guilhotina continua sendo afiada para decapitar Dilma. E com a ajuda dela.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário