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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Nada a temer... Tudo a temer... Chama o Temer, Dilma!




Por Zezinho de Caetés

Se alguém pensou que o título que dei a este nariz de cera, no qual sempre comento um texto importante, seja um trocadilho com o nome do vice-presidente Temer, acertou em cheio. O texto que transcrevo abaixo leva nesta direção (“Unidos e coesos” – Hubert Alquéres – Blog do Noblat – 09/09/2015).

No entanto, eu dou um passo à frente, ou atrás, para comentar um fato ocorrido provavelmente depois do texto ter sido escrito: Um jantar na casa do Temer com a cúpula do PMDB, envolvendo também governadores que vivem hoje a esmolar para pagar até o próprio salário. O seu resultado foi o esperado. Por pressão do PMDB, o Michel Temer chegou à conclusão de que não pode apoiar o governo na intenção de aumentar impostos de qualquer natureza.

Até um conselho do sempre Ministro da Fazenda, Delfim Neto foi rechaçado, depois de ser cortejado por alguns, que visava meter a mão no bolso do contribuinte através da CIDE, que foi algo criado tempos atrás com a mesma finalidade, pois dizia o conselheiro, não seria necessário passar pelo Congresso a aprovação da medida. Tenho certeza que a gerenta presidenta deve ter ficado em êxtase com a ideia, porque, ela se arrepia todinha quando fala em Legislativo. Ela sabe que a única coisa de boa que deverá vir de lá logo será seu impeachment.

Mas, pelo que deu na mídia, nem esta ideia do Delfim foi aprovada. E agora, o PMDB não quer nem ouvir falar em aumento de impostos, inclusive o fingidor Temer. E que se tem que cortar despesas para enfrentar a crise fiscal que foi gestada e parida pelo PT. Além, disto, quem deve se responsabilizar por este ato é a Dilma, ou seja, quem pariu mateus que balance.

O que me levou a comentar o assunto foi mais a sensação de penúria declarada por cada governador de estado, como o do Rio Grande do Sul que ficou com a herança maldita do Tarso Genro dizendo: “Não posso tirar leite de vaca morta!”. Coitado. O de Alagoas, juntinho do pai Renan, deverá ter vertido algumas lágrimas de crocodilo ao contar a situação do seu Estado. O do Rio de Janeiro, não está preocupado com o agora, mas, sim com o ano que vem quando terminarem as Olimpíadas. O que ele fará com os que ficarão desempregados? Será que virão para Caetés, minha terra?

Certamente, não poderá vender as medalhas conquistadas na Olimpíada porque, depois do campeonato mundial, onde o Brasil ganhou apenas uma, no evento do Rio talvez não passe disso, e uma de bronze. E as medalhas ganhas no campeonato da corrupção não podem ser vendidas porque a Lava Jato está de olho. Então, o que fazer?

Como o texto abaixo menciona a época da ditadura militar, e no qual quando havia qualquer problema o General Figueiredo ameaçava chamar o Pires (Ministro do Exército), só resta, penso eu uma coisa para Dilma fazer, chamar o Temer e renunciar. Seria melhor para ela, e para o Brasil.

Agora fiquem com o texto do Alquéres que eu vou fazer as contas sobre o que sai mais barato, a renúncia ou impeachment. A Dilma ainda tem dúvidas.

“Na época do regime militar, tornaram-se famosas as notas oficiais das Forças Armadas alardeando que estavam “unidas e coesas” em torno dos ideais revolucionários. O pau cantava nos quartéis onde militares da linha dura e distensionistas se digladiavam para definir se endureciam mais ainda o regime ou se faziam um mínimo de abertura.

Para o consumo externo, oficiais de alta patente vendiam a imagem da união de propósitos.  Diziam que as notícias de forte luta interna nos meios castrenses não passavam de fofocas e de intrigas insufladas pela subversão e por uma imprensa maledicente, interessadas em promover a cizânia no seio das gloriosas Forças Armadas.

Em um país de imprensa amordaçada, era essencial saber interpretar as entrelinhas dos comunicados militares, não deixar se iludir. Nas fotos do 7 de Setembro os três ministros militares apareciam no mesmo palanque para dar uma demonstração de sua unidade e patriotismo.

Neste 7 de Setembro a presidente da República e seu vice estiveram no mesmo palanque em Brasília para demonstrar o quanto estão “unidos e coesos”. Michel Temer foi mais longe: divulgou uma nota oficial para vociferar contra as “intrigas” e dar uma resposta dura a quem lhe chamou de golpista, acusando-o de conspirar contra Dilma Rousseff.

De novo, é preciso não se iludir pela foto meramente protocolar. E saber interpretar o texto de Temer. Sua afirmação de que trabalhará com Dilma até que 2018 os separe poderia ser entendida como tautológica. Mas não é. Ela é a própria confissão do fosso que há entre a presidente e o seu vice, a cada dia mais profundo.

Não se trata de atribuir incursões conspiratórias a ninguém. Mas é inegável que vivemos uma situação esdrúxula, para dizer o mínimo.

De um lado, temos uma presidente extremamente enfraquecida, quase clandestina, separada do povo por muralhas, até de metais como se viu no feriado; com uma base balcanizada e uma equipe ministerial semelhante à Torre de Babel. Cada ministro fala a própria língua e ninguém se entende.

De outro, nunca vimos um vice-presidente tão proativo, operando à revelia e com autonomia de sua superior hierárquica. Quanto mais Dilma se enfraquece, mais Michel Temer opera no limite da liturgia do seu cargo, apresentando-se como porta-voz do empresariado, como o avalista da estabilidade e da institucionalidade.

Ao mesmo tempo, Temer é semi-governista e semi-oposicionista, ainda que de uma oposição leal à sua majestade.

O vice-presidente ofusca a primeira mandatária.  Constrói uma imagem antagônica à de Dilma. Está sempre na mídia de forma positiva, como o ponderado, como o construtor de pontes, com vistas a se viabilizar como polo aglutinador de um novo bloco de poder, para o pós-Dilma.

Já a presidente é aquela reclusa contraditória. Não pode, sequer, falar em rede nacional de TV, sob pena de ser alvo de imenso panelaço. E quando aparece na mídia é de forma negativa, tendo de praticar contorcionismos para explicar os ziguezagues de seu governo e o “pega pra capar” de sua equipe econômica.

Para desgraça de Dilma, seu vice é muito mais articulado do que boa parte dos políticos que a cercam. Em certo sentido, expressa a média do PMDB, essa espécie frente de caciques regionais. Tem ainda a simpatia das chamadas forças produtivas, particularmente da indústria paulista. Sabe fazer política, essa arte que não foi feita para amadores.

Pode ser o fator de desequilíbrio do jogo. É isto que a presidente mais teme, sem nenhum trocadilho com o nome do vice.  Daí aceitar bailar com Michel Temer.


Nessa dança, ela engole sapo e ele estica a corda o máximo possível. Um finge que apoia o governo e a outra finge que acredita. O minueto caboclo tem tudo para acabar em divórcio, apesar das juras do casal de que estão unidos e coesos.”

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