Em manutenção!!!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

CUMBUCA




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho


Estou entre o céu, a terra e o mar. Comer, beber, passear e descansar. Ver a beleza da vida que nos é oferecida gratuitamente para que possamos usufruir dela.  Fiquei numa bela casa, a beira mar, com piscina arrodeada de coqueiros e um largo pátio coberto por uma grama rasteira e verdinha, cercando alguns canteiros de flores colorindo o terreno.  Alguns bancos de madeira protegidos pelo guarda sol servia para relaxar e colocar a leitura em dia. Ao acordar da janela do quarto, aberta ao vento, visualizamos um belo colírio para os nossos olhos, o verde mar com suas ondas branquinhas escoando na areia. Ao alto o céu azul cheia de pássaros homens, com suas asas deltas coloridas voando de um lado para outro. A ventania forte fazia a areia fininha vir ao nosso encontro, beliscando nossas pernas quando íamos ao encontro das aguas, fria. O sol bronzeando nosso corpo magro e levantando os ralos cabelos brancos. Duas crianças brincavam com alguns baldes indo buscar agua no mar e despejando num buracos feitos por eles, que logo engolia a agua, indo buscar novamente, neste vai e vem durante muito tempo sob os olhares dos seus pais. O vendedor de picolé com o seu carrinho e sua companhia para chamar a atenção dos praieiros. Outros vendedores passavam apressados, com camarão, ostra, coco verde, cocada, caldinho de siri, feijão e camarão e peixes assados em uma tigela oferecendo com sua lábia de vendedor ambulante. Outros com óculos escuros, saídas de praia, chapéus brancos. Rapazes e moças passeavam de mãos dadas e de vez em quando um beijinho. Os mais velhos andavam conversando uns com outros sem parar, protegidos de chapéus coloridos às mulheres enquanto os homens com o seus bonés de varias cores. Alguns de mãos dadas com a sua mulher, A carroça de som com CD e DVD piratas nas alturas com musicas bregas e chulas. Alguns veranistas compravam. Assim víamos a nossa manhã de sol acontecer. À tarde fomos até o Mercado Central e dar uma volta pelas ruas de Fortaleza, chegando a casa já com as luzes acessas nos postes. Durante quatro dias a pisada foi esta, mas em todo o lugar sempre temos uma surpresa no decorrer do tempo. E, eu não podia me excluir. Pois, é! Em uma noite enluarada, ao som de uma seresta regada à cerveja bem gelada e ao som de violão demos com a presença, na praia, de um casal de namorados. A lua cheia dava para vermos o que acontecia com aquela dupla sozinha na imensidão da praia. De mãos dadas passeavam. Sentaram-se na areia fina e começara a se beijarem. O mar revolto com as suas ondas espraiando na areia. O vento forte assanhava os nossos cabelos, mias o perfume da maresia enchia os nossos pulmões.  O som do violão e a voz chegavam ate eles. Em duplas cantávamos desafinado, mas alegres tomando goles de uma cerveja bem geladinha e doses de uísque com agua de coco – Vento que balança as palhas do coqueiro / Vento que encrespa as ondas do mar / Vento que assanha os cabelos da morena / Me traz noticias de lá / Vento que assobia no telhado / Chamando para a luz espiar / Vento que lá beira da praia / Escutava o meu a amor a chamar / Hoje estou sozinho e tu também / Triste, mas lembrando do meu bem / Vento, diga, por favor, aonde se escondeu o meu amor. - gargalhadas e palmas para os cantores amadores da noite. De repente, levantam-se e começam a discutir. Um tabefe no rosto do namorado. A resposta imediata pelo namorado esbofeteando-a causou indignação para nós que estávamos quietos e saboreando aquela bela noite. Saíram às carreiras em direção à entrada, um xingando ao outro e, desapareceram. Ficamos comentando o acontecido, indignados e preste a socorrer, mas existe um ditado popular – em briga de mulher com o marido ninguém mete a colher – parece-me um ditado correto, pois, no outro dia pela manhã lá estavam de mãos dadas pela praia. Comentamos o assunto de um para outro sentado no guarda sol de palha. Ficamos surpresos já com aquela cena, de mãos dadas passeando sob o sol da manhã iluminada. Sentaram-se a nossa frente, como se nada tivesse acontecido na noite anterior, se acertaram na cama, disse um colega. Era um veranista..  

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