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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Dilma é um retrato na parede: "... como dói!"




Por Zezinho de Caetés

Um pequeno texto do Murillo Aragão, no O Globo de hoje, até pelo título me chamou a atenção: “Uma fotografia na parede”. Lembrei que antigamente era um “retrato na parede”, que toda casa que se prezava, no meu interior, existia com o dono e a dona da casa, numa moldura bonita, com eles já falecidos.

Mas, não foi por isso que o reproduzo lá embaixo este texto, e sim, porque agora a fotografia na parede se trata da ex-presidenta, inocenta e incompetenta Dilma. Lembram dela? Parece que foi ontem ela reinava mais do que Narizinho das reinações do Monteiro Lobato. Hoje não passa de um “retrato na parede”, além do poema de Carlos Drummond que ele traz em seu final.

Eu penso que deveria haver duas galerias de fotos lá no Palácio do Planalto. Uma dos bons e outra dos maus presidentes. Não me sacrifiquem perguntando quem deveria escolher os bons e os maus, pois isto são detalhes. Eu só sei que o PT não colocaria nenhuma fotografia entre os bons, mesmo que alguns achem que o Lula do primeiro mandato poderia ser uma exceção, quando esquecem o Mensalão. A rima não foi proposital, porque esqueci da prisão do Palocci.

Vamos ver agora se o PMDB pode colocar alguém na galeria dos bons, já que o Sarney é primeiro na galeria dos maus. Tendo legado o Plano Cruzado aos brasileiros, mereceria um cruzado de direita pelo conjunto da obra. Para qual galeria irá o Temer? Itamar, no mesmo tempo que ele t “foi para o trono” com o Plano Real. E o Temer?

Eu penso que se ele conseguir passar a PEC 241, a reforma da previdência e reforma trabalhista, tem tudo para ir para o lado dos bons. Se, além disso, emplacar uma reforma política e uma reforma tributária, merece até voltar nos braços do povo.

Outra vez, não me sacrifiquem dizendo que só daqui a 20 anos saberemos disto. Eu sei que, quem inventou a história de que “no longo prazo, todos estaremos mortos”, foi o Lord Keynes, que hoje não passa de um retrato na galeria dos economistas.

Hoje, já se sabe que, no longo prazo, só estaremos vivos se pensarmos nele, como o faz a PEC 241. O resto é coisa de candidato à galeria dos maus presidentes. Agora fiquem com o Aragão, e vejam, como dizia o poeta, mesmo que não seja funcionário público: “.... como dói” lembrar da Dilma.

“Li no jornal que um funcionário do Palácio do Planalto pendurou esta semana uma fotografia de Dilma Rousseff na galeria de ex-presidentes da República. Aconteceu logo depois que o plenário da Câmara dos Deputados aprovou por esmagadora maioria de 366 votos a 111 a proposta de emenda constitucional que estabelece um teto para os gastos públicos por 20 anos.

Foi uma vitória extraordinária do presidente Michel Temer, confirmando sua capacidade de liderança e a solidez da base governista. O feito foi muito bem recebido pelo mercado. Tão logo a PEC passe no Senado, a reação dos operadores econômicos deverá ser avalizar a política de redução da taxa de juros, providência que esfria a inflação e põe em funcionamento as engrenagens responsáveis pela retomada do crescimento.

As manchetes das mídias econômicas, incluídas as eletrônicas, imediatamente passaram a publicar declarações de empresários nacionais e estrangeiros afirmando que o Brasil voltara à mesa dos negócios. Isso significa que a cadeia que faz a economia trabalhar de forma sincronizada foi posta em marcha.

Claro que não se pode sair por aí usando indiscriminadamente o slogan das Organizações Tabajara – “seus problemas acabaram” –, do bom e velho Casseta & Planeta, mas é evidente que a estação mudou. Entramos na primavera, respira-se outro clima, há evidentes manifestações positivas pelo caminho.

Diante desse novo ambiente político e de negócios, é inevitável usar a imagem do retrato da ex-presidente fixado naquela galeria que registra o passado. Desde que ela se foi, há um mês e meio, sem deixar saudade sequer em seu partido, nunca mais se ouviu falar no nome Dilma. Nem bem, nem mal. Caiu no esquecimento. É como se jamais tivesse existido.

Poucas vezes na história recente, deste país ou de qualquer outro, um evento cortou o cotidiano de forma tão meteórica, e não se falou mais nisso. Ou, como disse certa vez Millôr Fernandes – acho que foi ele –, “sua ausência preencheu (de forma completa) uma grande lacuna”. Mas a vocação para o alto astral do país é tão grande que no lugar de lamentos rapidamente passaram-se a ouvir planos para o futuro, projetos de recomeço, saudações ao novo, encomendado e prometido pelos parceiros do Brasil.

Há quem pondere que o estrago feito é tão grande que a recuperação será lenta e sem garantia. São comuns as histórias de quem já viveu o mau tempo da economia no século passado argumentando que jamais houve uma crise como a de hoje – profunda, grave, demorada.

Em respeito aos mais velhos, contudo, tais depoimentos deveriam servir para prevenir o risco da recaída. Advertência de como é perigoso entregar o governo a quem quer aprender a governar no exercício do cargo. De como um erro no Executivo causa um dano que vai levar três anos para ser corrigido.


O gesto do funcionário palaciano que abriu este artigo me lembra o verso final do poema “Confidência do Itabirano”, de Carlos Drummond de Andrade, perfeito para ilustrar o Brasil traumatizado pelo PT: “Tive ouro, tive gado, tive fazendas. / Hoje sou funcionário público. / Itabira é apenas uma fotografia na parede. / Mas como doi!””

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