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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Tristeza não tem fim...




Por Zezinho de Caetés

Triste país este nosso Brasil. Estamos no meio do fogo cruzado de uma crise, nas quais os principais envolvidos são a Dilma, nossa presidenta incompetenta, o Eduardo Cunha, o presidento da Câmara dos Deputados, aquele que tem contas fantasmas na Suíça, e o Lula, o meu conterrâneo.

A pergunta que se faz é: “O que virá depois?”. As pontas deste triângulo amoroso foram colocadas claramente depois que o Lula assumiu à presidência e mandou a Dilma andar por este país, para ver se um dia se sentiria feliz, o que significaria evitar o seu impeachment. E quem era a figura central deste trio? O Cunha! Ou seja, este homem que era um servo de Deus, e depois descobriu-se que era servo do demônio, e que se o Brasil não se cuidasse, iria para um caldeirão fervente que ele ainda está preparando.

É dentro desta visão que coloco para vocês um texto que saiu ontem no Blog do Noblat, do sempre lúcido Hubert Alquéres (“Fervura no caldeirão”), no qual ele chama a atenção para o perigo que temos de voltar no tempo e imergirmos em experiências não democráticas, que sempre são alimentados por crises éticas de qualquer natureza.

E, quem poderia dizer que o nosso país é um paraíso da ética? Estamos no paraíso da ética trotskista que nos diz que é a causa que faz nossos atos éticos ou não. O resto é ética burguesa que só serve aos exploradores, diz ela. Então quando o Lula se ver à beira da Papuda, o que poderia ele fazer? Inventar exércitos inexistentes e lorotas do tipo de que a polícia deveria ser contida pelo Ministro da Justiça, mostrando os dentes como aprendiz de ditador, e até de homem de esquerda que nunca foi.

E assim terminamos a semana, e quem sabe o ano político, sem o impeachment da Dilma, que seria a melhor solução para este país, logo abaixo de uma renúncia honrada, e por isso não esperada, dela. Enquanto o Cunha ainda brinca de inocente. É triste muito, muito triste.

E se quiserem ficar mais tristes ainda, fiquem com o Hubert, que eu vou meditar lá em casa, vendo A Regra do Jogo. Lá tem menos corruptos.

“A cínica explicação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, sobre suas contas na Suíça é mais fervura no caldeirão, fermenta a crise ética e eleva sua temperatura ao infinito. Se não houver uma resposta positiva e democrática do mundo da política, ele transbordará em cima das instituições republicanas, queimando tudo e todos.

Arma-se um cenário extremamente preocupante, de convulsão social, de descrença absoluta no Parlamento e no poder Executivo, de namoro por segmentos da sociedade, por enquanto minoritários, com saídas antidemocráticas. É aí que mora o perigo.

A bomba está sendo ativada. Só não a enxerga quem não quer. A greve dos caminhoneiros é mais lenha na fogueira. Brincam com fogo os que insuflam esse movimento paredista, na crença de que por aí vão colocar abaixo o governo Dilma Rousseff.

Diante do colapso moral, setores da classe média veem nas Forças Armadas a instituição salvadora, como assim enxergaram em 1964. Artigo do general exército, ex-chefe do Estado Maior do Ministério da Defesa, Rômulo Bini Pereira, publicado em jornal de circulação nacional, dá bem uma ideia dessas pressões e do quanto a preocupação com “a decadência moral e ética” já perpassa o meio castrense - da ativa ou da reserva.

Não há, claro, condições internas e externas para intervenção militar. Nem as Forças Armadas parecem querer isso. Mas essa história é como a das bruxas: não cremos nelas, mas vai que elas existam. Em sendo assim, urge fazer de tudo para esfriar a temperatura da bruxaria.

A questão chave é o resgate da ética como bandeira republicana indissolúvel da democracia. Todas as vezes que ela saiu das mãos democráticas, o país perdeu.

Impensável supor que será resgatada pelo lulopetismo. Quando se erigiu em poder, o Partido dos Trabalhadores rifou essa bandeira, pautou-se por um estranho código de ética, no qual a causa justifica tudo, e fez do cinismo um instrumento de se fazer política.

Eduardo Cunha foi beber nessa fonte para vender sua mixórdia no Jornal Nacional.

No dia 16 de julho de 2005 a nação assistiu, estupefata, a entrevista de Delúbio Soares ao JN da Globo, na qual o então tesoureiro do PT veio com aquela versão fantasiosa dos “recursos não contabilizados” para eludir o até então maior escândalo da história recente do país; o mensalão.

Como o Cunha de hoje, Delúbio estava orientado pela banca de advogados para mentir, inventar uma história tão inverossímil como a contada por Eduardo Cunha ao vivo e a cores. Incrível, dez anos depois estamos assistindo o mesmo filme, com o agravante de que não sabemos qual será o seu final. Se será ou não mais uma tragédia para o país.

Se não há nada a se esperar do governo e do PT em matéria de resgate dos valores republicanos (ao contrário, a tendência é a continuidade do pacto de “proteção mútua” entre a presidência da República e o presidente da Câmara Federal), das oposições exige-se uma postura diferente.

No seu nascedouro, a socialdemocracia selou compromissos com a probidade, com o zelo pela coisa pública, com a ética. Aliás, o saudoso Mário Covas se reelegeu governador em 1998 com uma campanha claramente norteada por esses valores. Tem, portanto, capital moral para construir e liderar uma saída positiva capaz de resgatar o apreço dos brasileiros pela democracia e suas instituições.

Basta entender que os fins não justificam os meios, que nada, absolutamente nada, justifica aliança, tácita ou não, com Eduardo Cunha. E que os problemas da democracia se resolvem com mais democracia.


Só desta forma se pode evitar a explosão do caldeirão.”

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