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terça-feira, 9 de setembro de 2014

CAI O PANO.




Por Carlos Sena. (*)

De repente, a gente fica xoxo. Macambúzio. Como num piscar de olhos a nação pernambuco se cala, entreolha-se como que a se perguntar "por quê?", "o que de fato aconteceu"? Por que ontem era tudo e hoje resta muito pouco para este povo sofrido? Que poderes tem o universo que nos rapta para outras "galaxias" tantos sonhos em forma de esperanças?

De repente, cai o pano. Como uma peça de teatro, a platéia inteira fica sem entender o porquê daquele "pano que cai" no meio do ato de uma peça tão boa e tão cheia de expectativas? Mas, fato é que o "pano caiu". A plateia ficou esperando por um final que não veio. Sem respostas, um a um se entreolha se perguntando "por quê", mas ninguém responde.

O show já terminou - todos pensaram. Mas, quem foi que definiu o fim do espetáculo? O teatro vazio seguirá em frente até que um dia u novo espetáculo nos conduza ao teatro de novo. De novo? Haverá "de novo" para nossos gritos mudos aos quatro ventos? Cai o pano. Por trás da cortina uma fumaça preta invade as cadeiras vazia... Da coxia, poucos conseguem ver o que há por trás de tanta nuvem negra misturada a cheiro de queimado...

A nação Pernambuco chora uma lágrima sentida no canto do olho. Daquelas lágrimas que, solitárias, caem dos nossos olhos e, sem maiores estardalhaços, percorrem nossa face e esmorecem, cambaleantes, nos nossos lábios. E essa nação, perplexa em si, cala. Não porque quem cala consente. Mas, porque todos se calam diante do destino que, usando suas armas misteriosas nos roubam um grande ídolo, um grande homem que conduzia na sua algibeira um sonho de não desistir nunca do Brasil.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 16/08/2014

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