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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O Ó DO BOROGODÓ...




Por Carlos Sena (*)

Reginaldo, o Rossi, o nosso Rei, imortalizou a expressão BOROGODÓ. Uma canção dele tem como refrão “Borogodó”...  E continua sucesso, pois em todos os seus discos e cds tipo coletânea lá está ele o “Borogodó”... Outro dia fiquei encafifado com o, digamos assim, prestígio do “borogodó”. De onde ele teria se originado? Que porra significa dizer que alguém é o “Ó” do Borogodó? Finalmente acho que encontrei a justificativa: BOROGODÓ tem quatro “O”. Logo, se uma pessoa é chamada e o “Ó” do borogodó é porque, certamente é uma figura importante tanto no lado positivo como no negativo. Uma pessoa chata pode ser o “Ó” do borogodó. Uma pessoa boa, bem relacionada, fazedora do bem, pode ser classificada no mesmo diapasão. De fato, se numa palavra com oito letras quatro delas são a letra “O” essa bendita letra passa a ser vista como o cão do terceiro livro ou a bala que matou Getúlio ou, ainda, as pregas de Odete. Não me perguntem quem é ou foi Odete, mas, pelo que posso imaginar era uma quenguinha que morava na “zona” lá na minha terra.

Nas rodas “cor de rosa” dizer que alguém é o “ó” é atrelar essa pessoa ao “fiofó”, devido ao formato da letra “O”. Mas, a rigor, há muito exagero nisso. Fato é que o nosso Reiginaldo é, digamos assim, o pai dessa expressão tão usual hoje em todo o país. Como ele é Pernambucano, justiça tenha que fazer a vocação de Pernambuco pela letra ”Ó”. Senão vejamos as cidades:  Cabrobó, Orocó, Orobó, Tacaimbó e Bodocó. De lambujem ainda temos Nossa Senhora do Ó – uma praia que fica no litoral sul de Pernambuco, perto de Porto de Galinhas. Ôxe, que peste de tanto "ó" é essa homem de deus?

No geral, Borogodó entra bem onde qualquer outra palavra possa não significar muito bem um sentimento do que se queira dizer. Alguém pode ser bonito e lindo e cheiroso e inteligente, mas pode não ter o “borogodó”...  Assim, essa expressão é meio total flex, meio prostituta no melhor e no pior sentido dela mesma. Ela, por assim dizer é o “borogodó” de si mesma... Coisas, como diz o Pascoale, da nossa língua portuguesa.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 14/12/2013

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