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sábado, 8 de fevereiro de 2014

O Brasil rumo a 2018 ou o Brasil sem rumo?




Por Zezinho de Caetés

No início desta semana e final da outra li dois textos que, para mim se completam. Um é do Rodrigo Constantino, que não reproduzo abaixo mas pode ser visto aqui. O outro, que reproduzo é do imortal Merval Pereira, intitulado “Rumo a 2018”, do último dia 04/02/2014, no Globo.

O do Rodrigo Constantino mostra de forma didática, citando o Joel Pinheiro, como anda a direita no Brasil, com uma classificação interessante. Ele divide a direita em libertária, liberal clássica e conservadora.

A direita conservadora é aquela, segundo o texto, que odeia o PT e mostra o marxismo e suas vertentes ainda em ação, principalmente do lado cultural, e que preza os valores morais tradicionais do ocidente. A direita com liberais clássicos, que são em sua maioria economistas que acreditam em uma teoria econômica que vê o estado como um mal necessário. Enquanto a direita libertária, vai para o lado esquerdo do espectro classificatório, tentando conciliar seu desamor ao estado e prezando valores morais não muito tradicionais, como defesa de drogas, aborto, e mesmo flertam com a anarquia, pelo seu ódio ao estado, e até mesmo com processos revolucionários.

Eu, certa feita, me classifiquei como de direita, embora tenha um pouco dos três tipos mostrados anteriormente. Mas, classificações são sempre simplificações, como qualquer teoria, inclusive a econômica. No entanto, de uma forma ou de outra, o que chama a atenção no texto é que a direita no Brasil passa agora a ter um espaço, principalmente na mídia eletrônica e até mesmo no mercado editorial. Isto não acontece (as dificuldades classificatórias) só com a direita, mas, sim principal com nossa esquerda onde temos até a “caviar”, que dão com a mão direita, e que a esquerda não veja.

O texto que digo completar o comentado, e que transcrevo abaixo, mostra e analisa as tendências de nossa política a partir da realidade que hoje se apresenta, que é o PT, até nisso, querendo imitar outros partidos, e querendo passar 20 anos no poder, o que acontecerá, fatalmente, se o Lula conseguir eleger o poste Dilma este ano. A complementação entre os textos provem de minha pergunta particular, onde está o Lula na classificação clássica entre esquerda e direita?

O Lula, segundo ele mesmo, é uma metamorfose ambulante e já disse que não é de esquerda. Seria ele de direita? Vade retro! Desde sua época de menino, o meu conterrâneo não se enquadra em nenhuma classificação até hoje criada na história deste país. E, sendo verdade, o que o Romeu Tuma Júnior, em diz seu livro (“Assassinato de reputações”) uma classificação deveria ser feita do ponto de vista moral, de “baixo” ou de “cima”, e ele estaria classificado na “extrema baixaria”.

Isto quase que se aplica ao PT, que de esquerda ou direita não tem nada. Pois já foi tudo isto e agora está fora da classificação também. É com a ideologia da “extrema baixeza” que poderemos conviver por 20 anos, o que é analisado pelo Merval. E como ele diz no final do seu texto: “A presidente Dilma é temida, mas não amada por seus aliados não ideológicos. E o PT nem é temido nem amado. Todos prefeririam ganhar com Aécio Neves ou Eduardo Campos do que com ela ou o PT”, eu repetiria que o Lula, se a oposição mostrar quem ele é, não passará de uma Dilma de barba, ou somente, o “Barba” que era o seu codinome quando, segundo o Tuminha, era informante do DOPS, durante a ditadura militar. Eu me enquadro entre aqueles que preferem qualquer um menos a Dilma, e diria, o Lula e o PT. Para o bem do Brasil.

“Ficar pelo menos 20 anos no poder tem sido o sonho de consumo dos partidos políticos brasileiros desde que PC Farias prognosticou que o governo Collor iniciaria uma saga dessa duração. Depois foi Serjão, o trator do PSDB, quem definiu que em 20 anos os tucanos transformariam a face do país, e fez-se a reeleição.

Hoje, o PT está mais próximo do que jamais estiveram os outros partidos de cumprir essa sina, e não é à toa que já se anuncia que Lula estaria disposto a voltar a se candidatar em 2018, dando como favas contadas a reeleição da presidente Dilma este ano.

De todos os partidos que estiveram em proeminência na política brasileira depois da redemocratização, o PT é sem dúvida o que montou a máquina política mais eficiente do ponto de vista eleitoral, não de gestão pública, e vem trabalhando com competência para atingir seu objetivo, sem que entre nesse julgamento qualquer valor ético ou moral.

Caberá à presidente Dilma, por esses azares que só a política sabe montar, a consolidação do projeto petista, logo ela que não é uma petista de raiz e não conseguiu capturar a alma dos petistas.

Caso se reeleja, como indicam as pesquisas, e o PT vença os governos estaduais em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, estará aplainado o caminho para a afirmação da hegemonia petista por 20 anos ou mais.

Mais paradoxal ainda, Dilma poderá ser, por outro lado, a culpada pela interrupção da escalada no poder do PT, pois tem feito até o momento um governo mais que medíocre que abre às oposições, ampliadas pela defecção à esquerda do PSB de Eduardo Campos, a melhor chance dos últimos tempos de vencer as eleições de outubro.

De fato, embora Dilma continue sendo a favorita, nunca houve melhores condições objetivas e subjetivas de derrotar o PT, e certamente é por isso que tantas trapalhadas administrativas vêm acontecendo, transformando situações corriqueiras, como a necessidade de escalas técnicas em viagens internacionais, em crises políticas que a oposição vem explorando com o mesmo grau de intransigência que caracterizou a atuação petista na oposição.

As condições subjetivas estão nas ruas desde junho do ano passado, surpreendendo quem se considerava dono das manifestações populares. As coisas estão muito tumultuadas no país hoje, com a incerteza tomando conta da percepção popular quer com relação à situação econômica, quer quanto à de segurança pública, e ambientes incertos quanto ao futuro não fazem bem aos governos.

Dizer que a oposição é tão fraca que não oferece perigo à hegemonia petista é simples jogo político, pois a situação não é tão fácil quanto querem que pareça. A oposição, não importa que candidato apresente, tem recebido sistematicamente entre 40% e 45% dos votos no segundo turno, isso porque o PT, apesar de toda a força popular de Lula, nunca conseguiu vencer uma eleição presidencial no primeiro turno, e, no entanto, Lula foi derrotado nessas circunstâncias por Fernando Henrique duas vezes seguidas.

Mesmo o fato de terem vencido três eleições seguidas não dá ao PT a hegemonia que ostenta, pois bastaria uma derrota para o PSDB este ano para que a igualdade se estabelecesse.

O fato é que o país continua virtualmente dividido entre as forças políticas que apoiam PT e PSDB, sendo que o lado petista tem uma superioridade artificial neste momento, depois que perdeu o apoio do grupo ecológico liderado pela senadora Marina Silva, e agora uma dissidência socialista consolida a ruptura de forças políticas ponderáveis à esquerda, deixando o PT nas mãos de partidos de centro ou de direita como o PMDB, o PP, o PSD.

Uma aliança frágil que pode se romper a qualquer momento, como está acontecendo em alguns estados, como a Bahia e o Rio de Janeiro. Independentemente de ações acertadas da oposição, há problemas para o governo em todos os estados em que teve grande votação na eleição de 2010, até mesmo no Maranhão.


A presidente Dilma é temida, mas não amada por seus aliados não ideológicos. E o PT nem é temido nem amado. Todos prefeririam ganhar com Aécio Neves ou Eduardo Campos do que com ela ou o PT.”

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