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segunda-feira, 1 de julho de 2013

A semana - Quando a "Peste 37" foi rejeitada




Por Zé Carlos

Mais uma vez comento um filme da UOL, sobre os eventos da semana que passou. Adivinhem qual é o tema principal. Adivinharam. As manifestações nas ruas do país. Alguns políticos as chamam das vozes roucas da rua. Eu não sei por “rouca”, e nem tenho tempo de procurar a origem desta frase, que deve ter sido também de algum político. No entanto, eu acho que as vozes estão muito límpidas. Apenas, até agora não se fixaram num discurso legível.

Eu adorei a música de São João e o jovem pulando uma fogueira sem muito sucesso. Eles resumem muito bem o que se passa com os nossos parlamentares que, no afã de atender as vozes roucas da rua, estão querendo aprovar todos o projetos que tem estocados nas prateleiras da casa. A primeira vítima foi a PEC 37, que ninguém sabe muito bem o que é, mas, se foi, já vai tarde. Como aqui se trata de humor, eu relato o caso contado pelo nosso colaborador, o Carlos Sena, que disse ter ouvido de uma senhora a seguinte pergunta: “O que diabos é esta tal de peste 37?”. A pergunta revela bem o nível de entendimento do povo sobre o que está se passando.

Agora também aprovaram pagar com o petróleo os gastos com educação e saúde. Já não era sem tempo. Petróleo só nos serviu até agora para poluir nosso mundo, e particularmente nossas cidades. Agora, espero que seja vendido aos outros para que custeie nossa educação, e melhore nossa saúde, que o próprio petróleo combaliu, poluindo nosso meio ambiente.

No Senado aprovaram um projeto que torna a corrupção um crime hediondo. Eu não entendi bem o que isto vai acarretar, porque mesmo não sendo ainda um crime hediondo, é muito difícil levar algum corrupto para a cadeia. Imaginem se for hediondo, aí é que não vai funcionar mesmo. Num país em que houve um engajamento de quase toda nossa imprensa para noticiar a prisão de um deputado corrupto, que envolveu quase todo nosso aparato policial, e tendo corruptos condenados pelo seu órgão máximo de Justiça, pelo mesmo crime, que foram cometidos há quase uma década, isto deve ser mesmo uma grande notícia. E foi. Se dar vontade de rir, pelo menos em mim, não deu.

Li, também hoje, que a Xuxa, nesta onda de aprovação de projetos pelo clamor popular, quer aprovar a Lei da Palmada. Eu, como pai sou absolutamente contra, já como avô, eu mesmo admoestarei quem tocar nos meus netos. É a mudança de princípios dependendo da faixa etária.

E o que mais chegou perto do refrão “que mentira que lorota boa” que vemos no filme junto com o filme do Pinóquio, foi ver o Senado trabalhando em dia de jogo da seleção brasileira. E o filme enfatiza o fato de que nunca na história deste país isto aconteceu. É a prova que as vozes roucas da rua estão fazendo efeito. E um dos senadores vai à tribuna para dizer que estas vozes são contra a velha tradição brasileira de só prender os três Ps. Quando eu pensei que fossem os elaboradores das PPP, ele esclareceu: Eram os pretos, os pobres e as putas. Talvez as ruas deveriam jogar mais um P na cadeia, o de “palhaço”, que parece ser todos nós que acreditamos tais entidades.

E para concluir, o filme toca na reunião dos pactos propostos pela presidenta aos prefeitos e governadores e nação em geral. Lembro que o Delúbio Soares disse uma vez que o mensalão se tornaria uma “piada de salão”, no futuro, e ainda hoje não se sabe se ele está certo. No entanto, a ideia da constituinte exclusiva para uma reforma política já se tornou uma “piada nacional”. O filme não chega lá, como sempre falta um dia, mas a presidenta já ouviu tantos risos que já desistiu da proposta. Agora ela se fixa na realização do plebiscito. Se tentarmos imaginar as dificuldades para se realizar uma consulta destas, mesmo só pensando no aspecto de custo financeiro, só poderemos rir muito mais com a ideia.

Fiquem então como roteiro resumo dos produtores do filme da UOL e depois vejam o filme. Espero que comecem a semana rindo, com seriedade.

“O Escuta Essa! desta semana mostra que o Congresso Nacional reagiu às manifestações nas ruas com uma espécie de mutirão de votação de projetos que vinham pautando os gritos dos manifestantes. Entre as votações feitas na Câmara dos Deputados está a que derrubou a PEC 37 e a que escolheu que 75% dos royalties do petróleo devem ir para a educação, enquanto o restante vá para a saúde. Já o Senado Federal votou lei que faz da corrupção um crime hediondo, o que havia sido pedido pela presidente Dilma Rousseff em reunião no início da semana com prefeitos de capitais e governadores.

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