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sexta-feira, 28 de abril de 2017

Um epitáfio para Lula: "Aqui jaz um bon vivant!"




Por Zezinho de Caetés

No momento em que escrevo hoje, é cedo o suficiente para dizer se a malandragem está ganhando ou perdendo. Isto é, se a “greve geral” está funcionando ou não. Ou se o país está sofrendo com desfaçatez dos sindicatos ou não. Eu espero que tudo esteja funcionando.

No entanto, vou tratar aqui de outro fator, embora não menos relacionado. A vida dura que o Lula vem tendo junto à Justiça. Desde as últimas delações (Odebrecht e OAS) que só os mais fanáticos lulistas ainda pensam que ele é inocente. E olhem que não estou dizendo, apoiadores de Lula, e sim fanáticos, pois seus apoiadores já o apoiam apenas para não perderem a boquinha, pois se não o fizessem teriam sua vida política dizimada. Será que estou pensando na Gleisi Hoffmann? Ou no Humberto Costa?

O fato é que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que o Lula não ser preso. Se não for neste processo sobre o qual iria depor no dia 3 e agora passou para o dia 10 de maio, será por outros não sei quantos que ainda virão. E são muitos podem crer.

Os mais espertos do Partido dos Trabalhadores já se afastam, como o Leonardo Boff, Luciana Genro, Clóvis Cavalcante, e tantos outros. Os que ficam, têm pouca esperança, mas, que jeito? E ainda há os que se unem a Lula por puro oportunismo como o Renan Calheiros que tenta explorar os “votinhos” que ele ainda tem em Alagoas para não ir cuidar dos bois a partir de 2019.

Ou seja, politicamente, o Lula está morto, enterrado e esperando o epitáfio mais adequado: “Aqui jaz um bon vivant!”.

Para esmiuçar mais nuances da vida do meu conterrâneo, leiam abaixo o Murillo de Aragão onde ele discute “Lula e sua bagagem pesada”, publicado ontem no Blog do Noblat, que vou ficar na espreita para ver se encontro alguém sério que tenha aderido à greve hoje. Vou usar minha lupa!

“As declarações dos empresários Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro sobre suas relações com Lula complicaram de vez a situação do ex-presidente. Mas a questão que envolve a possibilidade de sua prisão pode não ser resolvida rapidamente. Afinal, prender um ex-presidente da República provoca amplas repercussões nacionais e internacionais.

No entanto, a situação jurídica de Lula está cada vez pior e dificilmente ele conseguirá escapar de uma pesada condenação por parte do juiz Sérgio Moro, à frente das investigações na Operação Lava-Jato. Lula provavelmente poderá recorrer em liberdade e aí sua sorte estará nas mãos do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A questão crucial é saber se o TRF4, localizado no Rio Grande do Sul, cujo meio jurídico tem conhecidas tendências esquerdistas, condenará Lula com celeridade a ponto de torná-lo inelegível. Como se sabe, uma condenação em segunda instância de órgão colegiado fará dele um ficha-suja.

Lula, por sua vez, age de forma clara: transforma-se em vítima e candidato à Presidência para jogar em Moro a pecha de perseguidor de político popular. O resultado nas pesquisas de opinião endossa a estratégia de Lula: é o único que estaria assegurado no segundo turno se a próxima eleição presidencial fosse realizada hoje.

Miais recentemente, o ex-presidente e o juiz passaram a protgonizar uma polêmica sobre sobre as condições em que se dará o encontro entre ambos – dia 3 de maio ou mais tarde, com 87 testemunhas ou menos, embalado por manifestações populares alusivas ao dia do trabalhador ou um teste de pré-lançamento de campanha.

O embate serve de maneira conveniente à personalidade marqueteira de Lula, que todos os dias tem assunto para alimentar a mídia. Com a vantagem de se tratar de uma agenda positiva, que evita as palavras corrupção e propina, e põe no centro do debate a questão da democracia.

Recentemente, o sociólogo André Singer, um dos formadores das teses do lulopetismo, afirmou em artigo que a estabiidade da democracia só estará garantida se Lula concorrer em 2018: "No lusco-fusco em que nos encontramos, o destino jurídico do líder petista será chave”, escreveu.

Caso Lula seja candidato, raciocina Singer, “a recomposição do tecido democrático esgarçado pelo golpe parlamentar ganha densidade”. Na hipótese contrária, a instabilidade tende a se prolongar. Logicamente, o raciocínio de Singer é mais do que um exagero.

Como a próxima eleição não será realizada hoje e nem se sabe se Lula estará ou não elegível em 2018, tudo o que vemos é um samba-enredo destinado a transformá-lo em herói do povo mesmo com evidências chocantes de privilégios indevidos. É a construção de uma narrativa que funciona, em parte, pelo fato de os demais partidos também estarem sendo atingidos pelo tsunami da Lava-Jato.

Tal narrativa não funcionará mais adiante porque a mochila de fracassos e equívocos de Lula está transbordando e isso custará caro em uma possível tentativa de se reeleger. Em campanha, ele já não contará com a generosa ajuda das empreiteiras. Além disso, o PT está desidratado e envergonhado, por conta da sucessão de escândalos em torno de seu nome. Sem contar o fato de que o mundo sindical não estará unido a seu lado.


Para piorar, caso Lula consiga chegar a 2018 elegível, sofrerá um bombardeio midiático intenso, já que passou a personalizar tudo de ruim que aconteceu no Brasil nos últimos anos. Poderá até chegar ao segundo turno, mas ganhar é outra história.”

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