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segunda-feira, 10 de abril de 2017

A semana - Trump bombardeia a Síria, Dilma defeca no Aeroporto e TSE adia julgamento...




Por Zé Carlos

Bem, a semana foi quente! Que o digam os sírios que tomaram quase 60 mísseis Tomahawk pela proa. O Trump, depois de uma noite com Melania, resolveu tornar outra vez os Estados Unidos os senhores do mundo. Não se pode negar que são mesmo. No entanto, tem que se zelar pelas leis e pelos bons costumes, mesmo quando se tem mais força. Para esta coluna, onde o humor abunda, o que importa é o preço dos mísseis. Li que cada um vale mais ou menos 1 milhão de dólares. Imaginem, se ao invés deles, ogivas mortíferas, levassem este dinheiro para o povo sírio?! Eu mesmo estaria rezando para que alguns caíssem lá em Brasília, para financiar a Reforma da Previdência.

E já que estamos falando de Brasília, o centro do  humor nacional, não poderíamos deixar de falar do que lá se passa. E o Renan continua a brilhar. Depois que ele soube o número de votos que terá em Alagoas para o Senado e também que não pode se candidatar a deputado federal nem a governador, partiu para a única cartada: Se voltar contra o governo Temer, cujo grau de aprovação não chega a 10%, para ver se consegue ser candidato único. Chegou a uma situação, que, o chamado agora de “Trump do Agreste”, se não for candidato único, o outro será eleito, independentemente de quem seja, ele perde. Daí bate o desespero, e vemos o que estamos vendo: Cada vexame é uma piada.

E, como o Temer, não tem feito muitas piadas, a não ser deixar que a Reforma da Previdência não seja uma verdadeira reforma e sim um arremedo, somente, para se livrar do Renan, diz sobre ele:

“Eu compreendo o Renan, as dificuldades dele. De alguma maneira, ele sempre agiu dessa maneira. Ele vai e volta. Então eu estou tratando com muito cuidado, politicamente, até porque não posso a todo momento estar brigando com quem não é presidente da República”.

Vejam a sutileza da piada, quando ele diz que o Renan “vai e volta”. Ou seja, Renan não é mais o “Trump do Agreste” e sim o “ Bumerangue da Alagoas”.

E como meus 16 leitores e meio sabem, toda semana aqui, eu escolho o campeão das piadas. E já estávamos quase destituindo a Dilma do posto de nossa musa do humor, quando lemos uma entrevista que ela deu à Folha de São Paulo. Dizem que o show não foi ao vivo porque ela estava se preparando para um show na América, do qual falamos a semana passado. Daqui a pouco tratamos dele. Por enquanto, vejamos uma análise rigorosa dentro dos altos padrões humorísticos a que esta coluna se propõe.

Folha - O julgamento do TSE começa já com o parecer do procurador eleitoral Nicolau Dino, baseado nos depoimentos de delatores como Marcelo Odebrecht, dizendo que a campanha da senhora recebeu R$ 112 milhões de caixa dois em 2014.

Dilma Rousseff - Eu fico estarrecida, primeiro, com o cerceamento de defesa do qual estou sendo vítima. [Marcelo Odebrecht] está fazendo delação de acordo com seus interesses. Portanto, tudo o que ele diz pode servir de indício para investigar, mas não para condenar. O STF [Supremo Tribunal Federal, que homologou a delação do empreiteiro] nem abriu investigação [criminal] ainda. É estarrecedor que um procurador use como prova o que não é prova.

Em segundo lugar, ele faz uma soma de laranja com banana. O senhor Marcelo Odebrecht diz que R$ 50 milhões [dos R$ 112 milhões] foram doados em 2009 e faz uma relação disso com o Refis [ele diz que prometeu os recursos ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, depois que a Odebrecht foi beneficiada por uma medida provisória. O valor teria se transformado em crédito que só foi usado na campanha de 2014]. Ora, em 2009 eu tive um câncer e sequer era candidata a Presidência.

Além disso, terminamos a eleição de 2010 com uma dívida de R$ 10 milhões. E não usamos nada desses R$ 50 milhões para cobrir esse débito? Esses R$ 50 milhões são uma ficção, uma coisa absolutamente ridícula.

Vejam o senso de humor de Dilma e a falta de humor da Folha. Esta deveria ter perguntado como é que R$ 50 milhões de dólares podem se tornar um ficção? Segundo às más ou boas línguas este dinheiro sobrou para a campanha de 2014. Onde ele ficou? Claro, que em forma de crédito. Se eles tivessem sido reais alguém já deveria estar gastando-os no exterior ou preso. Mas, se pensam que o humor termina por aí vejam esta:

Folha - A senhora quer dizer que os investigadores o pressionaram para envolvê-la?</b><br>
Olha, eu tenho a impressão de que o senhor Marcelo Odebrecht sofreu muitos tipos de pressão. Muitos tipos de pressão. Por isso, não venham com delaçãozinha de uma pessoa que foi submetida a uma variante de tortura, minha filha. Ou melhor, de coação.

Dilma Roussef - Ele nunca teve essa proximidade comigo [para tratar de verba de campanha]. Da minha parte sempre houve uma imensa desconfiança dele.

Folha - E por quê?

Eu era ministra-chefe da Casa Civil em 2007 e supervisionava os grandes projetos do governo como as usinas do complexo do rio Madeira, Santo Antônio e Jirau. E um empresário começou a dizer que estava muito difícil participar do leilão porque havia uma espécie de cartel organizado pelo senhor Marcelo Odebrecht. Eu fui averiguar. E havia um processo de cartelização. Chamada a direção de Furnas [que participou do consórcio], isso foi imediatamente resolvido. Mas não é só. O leilão já estava marcado e ele disse em vários locais que ninguém faria lance se o preço mínimo da energia não ficasse em R$ 130. Decidimos não adiar. E a própria Odebrecht ganhou por R$ 78,87.

Faça as contas e veja a diferença de margem de lucro [que a Odebrecht deixou de ganhar]. Ele nunca deve ter me perdoado.

Vejam senhores e senhoras, mais uma vez, o potencial humorística da declarante, nossa musa, a Dilma. Ora, ela está falando de um empresário que está desestabilizando governos, e não só o brasileiro, e diz que o cara foi torturado para fazer delação, ou, no mínimo foi coagido. Ora, meus senhores, por que ela não fez nada contra a Odebrecht quando descobriu que ela estava num processo de cartelização e ainda deixou a empresa ganhar a obra? Para esta coluna o culpado só pode ser o Lula, se não foi ela. Sem contar que durante todo seu governo, se não fosse a Lava Jato, a Odebrecht continuaria deitando e rolando e até defecando em nossas cabeças.

E, já que falamos em defecar, passemos ao ponto alto do show de humor de nossa deusa:

Folha - Marcelo também diz que, já com a Lava Jato em curso, avisou a senhora, num encontro no México, que a sua campanha poderia ser contaminada, pois ele havia feito pagamentos ao marqueteiro João Santana no exterior.

Dilma Roussef - Eu viajei ao México para um encontro com o [presidente] Peña Nieto e depois houve um almoço e uma reunião com empresários. O Marcelo estava lá. No fim do dia, eu já estava saindo para o aeroporto, atrasada, mas queria ir ao banheiro. Fui para [o toalete de] uma sala reservada e fiz o que tinha que fazer [risos]. Quando voltei, tá lá o senhor Marcelo nessa sala. Ele começou a falar comigo, do jeito Marcelo, tudo meio embrulhado. E eu numa pressa louca, olhando pra ele. Não entendi patavina do que ele falava. “Niente” [“nada” em italiano]. Ele diz que me contou que poderia ocorrer contaminação. Mas eu não tinha conta no exterior. Se o João tinha, o que eu tenho com o João? Por que eu teria que saber?

Todos os meios de comunicação só falaram da ação de Dilma quando disse que ia ao banheiro, pensando que ela fosse lá defecar ou mijar. Ninguém tem a coragem de dizer o motivo principal de sua ida ao banheiro. Ela foi lá fazer o que tinha de fazer. O que foi então? Ela foi  simplesmente pensar em como se livrar do Marcelo e do João Santana, que podem leva-la à cadeia em breve. E sabem o que ela pode fazer em relação a isto? “Niente!”. E a entrevistadora não perguntou nem se ela havia lavado as mãos. Que coisa!

Por fim, termino este resumo do grande show da Dilma, dos quais já estava com saudades, com esta:

Folha - A senhora soube de algo que comprometa o Temer?

Dilma Roussef - Não, querida, isso eu não posso dizer. Porque se eu soubesse ele não demorava nem dois minutos para sair. Já do Moreira eu suspeitava. Suspeito. O Eliseu Padilha [ministro da Casa Civil] é do Rio Grande do Sul, como eu. Sai na rua e pergunta para as pessoas quem ele é.

Folha - Se a senhora sabia tanto, por que eles ficaram no seu governo?

Dilma Roussef - Eu soube bem lá pelo fim do governo.

Ninguém notou a piada a não ser alguns dos meus leitores que já estão bolando pelo chão de tanto rir. Se a Dilma pudesse tirar o Temer do governo já teria atingido os objetivos do PT e tornado o nosso reino uma ditadura. E, realmente, ela só soube do fato no fim do governo, e quem disse foi o Eduardo Cunha, aceitando seu impeachment, que era tudo que a pessoal aqui da coluna sonhava pois teríamos a Dilma como humorista em tempo integral.

O nosso sonho está sendo realizado, aparentemente, pois ela agora foi para Harvard nos Estados Unidos dá um show cuja tema fundamenta é o “coup” do Temer. Eu até assisti a uma parte, e só não vi todo o show porque é impossível assistir a tanto humor em tão pouco tempo, sem ter embolia hilariante. E quando vi o Eduardo Suplicy aplaudindo a Dilma de pé, pensei logo: Este país é imbatível em termos de humor, para dar vender e até exportar. Por isso, a Dilma agora usa tantas línguas para fazer graça. Por exemplo:

Folha - A senhora conviveu muitos anos com eles.

Dilma Roussef - Eu não convivi não, querida. “Yo”, no. Agora, há uma coisa gravíssima no Brasil, que não é se rouba ou deixa roubar, porque isso você pune, prende.

Yo”, sinto-me morrendo de rir, e por isso mudo um pouco de assunto, não sem antes dizer que a Dilma continuará dando shows nos Estados Unidos, em vários estados, com seu mais novo sucesso: "Temer deu o "coup"!

A outra peça de humor semanal, foi, sem sombra de dúvida, o julgamento da chapa Dilma/Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Foi um show do início até o final, porque, eu realmente não entendi nada. Tantas pessoas juntas para julgar um caso que aconteceu há mais de 2 anos e meio, e, ao invés de começar o julgamento, chamam mais testemunhas. Quando um dos comediantes vestidos de juízes disse que não deveríamos “chamar Adão e Eva, junto com a Serpente” para depor, a plateia veio abaixo de tanto rir.

Bem, se, estavam faltando shows no Judiciário Brasileiro desde aquele dado por Lewandowski deixando de cassar os direitos políticos de Dilma, tudo voltou nesta semana que passou. Agora, por incrível que pareça a nossa justiça vai fazer sua justiça. Provavelmente, o Tribunal só julgará a chapa que ganhou as eleições presidenciais em 2014 quando a outra eleição próxima, a de 2018, já estiver concluída. É muito gasto de tempo, papel e cafezinho, se não fosse o humor que isto proporciona, o que alimenta esta coluna semanal. Ou seja, se os nossos tribunais superiores continuarem julgando neste ritmo, aqueles que tem “foro privilegiado” que é um eufemismo para “costas quentes”, só serão condenados quando mortos. Se não fosse o apressado do Sérgio Moro, o Zé Dirceu ainda seria “guerreiro do povo brasileiro”.


Termino por aqui, para manter intacta a saúde dos meus leitores, mas, sempre na esperança de que na próxima semana, eles morrerão de tanto rir. 

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