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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

TRUMPONOMICS, o que vem a ser isto?




Por Zezinho de Caetés

Estão falando em “Trumponomics”. Até o nome é chocante. O termo se aplica aos princípios econômicos que, até agora, se aplicam às ações, nesta área, pelo presidente eleito americano, Donald Trump. Nós fizemos um curso de Economia, apesar de não ser nosso ramo principal, temos todo interesse na área, e ficamos curiosos.

Resolvemos então pesquisar o que é que o Trump quer, sem me perguntar se ele pode ou não conseguir, dentro do sistema americano, realizar o que pretende. Há coisas que até Sarney tentou fazer aqui e deu com os burros n’água. Mas, não vamos fazer comparações com o Brasil para não ampliarmos demais esta postagem.

No Comércio Exterior, o Trump quer esquecer que existe um processo de globalização que não tem volta, a não ser que o mundo quebre e com ele os Estados Unidos. Sua ideia parece meritória, mas, de boas intenções o inferno estourou ontem. Quer reaver os empregos roubados desde que se tornou muito mais barato produzir na China ou no México, por exemplo, do que antes.

Ele quer colocar tarifas nos produtos mexicanos e chineses, mesmo sabendo que, a maioria do que se importa destes países são de fábricas americanas. Ou seja, vai taxar americanos para dar empregos aos americanos. Com o aumento dos custos de produção, vamos ver quem sairá ganhando. Quem sabe fosse melhor implantar a ideia do Friedman do Imposto de Renda negativo?

Aliás, ele quer diminuir o imposto de renda dos americanos, o que eu acho justo e salutar, mas, ao mesmo tempo tenta taxar os lucros no exterior, como se fosse fácil fechar uma fábrica de automóveis num local e ir para outro. Em certos casos é impossível, até mesmo pela incapacidade da mão de obra da outra localidade. A não ser que ele queira empregar caçador de peles do Alasca na indústria de eletrônica.

Quer elevar as taxas de juros com a política monetária quando o Sistema Monetário Americano é o mais independente do mundo, esperando que eles visem mais a questão do emprego. Se ele conseguir isto, o dólar se valorizará e adeus o turismo americano. Mais uma vez se mostra que em Economia não há almoço grátis.

Ao mesmo tempo que se vê livre da regulamentação do Estado sobre a atividade econômica o que também é uma boa coisa, e que faria inveja ao Brasil, que deve ter sido o exemplo que ele citaria da perniciosidade destas regulamentações se, pelo menos já tivesse ouvido falar deste país.

No entanto, o que é mais importante no Trumponomics é a tentiva de volta ao protecionismo. Uma coisa foi o Sarney dizer que só poderíamos usar computadores fabricados no Brasil, o que nos atrasou muitos anos em matéria de tecnologia na área. Outra, são os Estados Unidos fazerem a mesma coisa. A diminuição da atividade econômica seria brutal pelo tamanho da Economia americana.

Isto poderia levar a um caos global na economia, só para ficar neste ponto. Se os chineses venderem todos os dólares que tem, o dólar valeria menos de R$ 1,00 (Um real) em pouquíssimo tempo. Seria a glória para os nossos turistas, se ainda tivessem o que ver no mundo. E eu duvido muito.

Ainda há aspectos trumpianos do que ele quer fazer na saúde, na imigração, na infraestrutura e outras que não dar agora para comentar, ficando para depois.

Todavia, deixo agora o Trumponomicas com alguém que é do ramo e faz uma análise mais detalhado do que nós. Transcrevemos abaixo um texto da Mírian Leitão, publicado em O Globo, no qual ela mostra o “Risco real” (título da matéria), do Trump, e suas ideias amalucadas.

Enfim, esperamos que as ideais do Trump não sejam um “trump” para o mundo, pois ele já está fedendo demais. E fiquem com a Mírian.

“No primeiro dia de governo, o presidente Donald Trump visitou a CIA e lá disse que “os jornalistas são as pessoas mais desonestas do mundo”. Ouviram-se aplausos na sala. Mas esse tipo de declaração não é perigo real. Ele pode ofender, torcer os fatos, mandar o porta-voz reiterar os ataques, cassar a palavra de repórteres em entrevista, mas nada disso tira a força da Primeira Emenda.

No segundo dia, ele anunciou a saída dos Estados Unidos da Parceria Transpacífica, mas isso também já se esperava, e não chega a perturbar a economia mundial os EUA saírem de um acordo que ainda não está em vigor.

Trump, contudo, representa risco real em muitos pontos. Apesar de ter dito que limitará a ação de lobistas em Washington, ele nomeou lobistas do petróleo e pessoas que negam as mudanças climáticas para os departamentos de Estado e de Energia e para a Agência de Proteção Ambiental. O setor está cercado de pessoas que regularão em favor das emissões de gases de efeito estufa. Isso é um risco real.

Ele tem ameaçado as empresas que têm planos de se instalar em outros países, principalmente no México. Na cerimônia de posse, disse que é preciso comprar produtos e contratar trabalhadores americanos. Trump teve sucesso com a Ford, mas não teve com outras companhias que continuam com sua produção descentralizada.

O protecionismo é um risco real, mas é bom separar o que é bravata e o que de fato são decisões que podem levar ao encolhimento do comércio e ao aumento dos conflitos entre países. Se a economia continuar crescendo, as importações tendem a subir, em vez de diminuir. E se tiver sucesso no objetivo de reduzir importações, através de tarifas altas, ele pode dificultar a produção americana. Trump assume com a economia crescendo 3,5% (último trimestre de 2016) e o desemprego em apenas 4,6%, lembrou em artigo recente o economista Joseph Stiglitz, ao contrário de Barack Obama, que enfrentou a herança de crise. Segundo Stiglitz, se ele seguir a linha do governo de Ronald Reagan, de corte nos impostos, como prometeu, pode ampliar o déficit americano. É o temor também do economista Kenneth Rogoff. Ele define como um mito a ideia de que o governo conservador é austero e leva ao equilíbrio fiscal, e o governo progressista necessariamente é adepto da tese de que existe almoço grátis. O perigo real ocorre quando, segundo ele, um partido tem firme controle do governo. O Partido Republicano tem maioria nas duas Casas. “A expectativa é que a administração do presidente Donald Trump, conservador ou não, faça uso agressivo de déficits do orçamento para sustentar suas prioridades em impostos e gastos”, escreveu Rogoff.

O risco real de Trump é o desconhecido. De governos conservadores, como foram os dos Bush ou Reagan, já se conhece o roteiro. Trump é da espécie populista de direita. Seu discurso de posse mostrou isso quando ele atacou todos os governos antes dele e disse que iria “reconstruir” a América. A cara de desagrado, diante do que ele falava, foi do republicano George W. Bush, e não de Barack Obama. O teor inteiro do pronunciamento confirmou essa fala inicial de que os governos passados destruíram a economia, e agora ele, e o povo, vão construir o futuro. Como é ter, nos Estados Unidos, um populista de direita, ultranacionalista, e com uma visão autoritária sobre seus poderes na economia? É isso que o mundo está para descobrir. Ele tem se distanciado das ideias dos próprios republicanos. O populismo é intervencionista por natureza, que é o oposto do que os republicanos sempre defenderam.


Na área da energia e meio ambiente, Trump pode fazer um estrago adotando a regulação que favoreça o combustível fóssil. O secretário de Estado, Rex Tillerson, ex-CEO da Exxon, na sabatina, disse que não acredita que mudança climática seja uma farsa, contrariando a posição do chefe. O secretário de Energia, Rick Perry, é amigo do carvão e do petróleo. A Agência de Proteção Ambiental será dirigida por Scott Pruitt, que pode desmontar a regulação ambiental. Como procurador-geral de Oklahoma, ele processou várias vezes a agência que agora dirige associado às indústrias de energia fóssil. Nem toda ameaça de Trump se cumprirá, mas há pontos nos quais ele é um perigo real de retrocesso e conflito.”

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