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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A semana - Morre Teori, Trump é "inaugurado" e a Justiça vai à Lotérica...




Por Zé Carlos

Hoje está difícil começar esta coluna sem pensar em humor negro, sem nenhum preconceito, é claro. As tragédias abundaram na semana que passou, nacional e internacionalmente. Aqui, morre o Teori, lá fora inauguram o Trump. Considerando a Lava Jato aqui e o Imposto de Renda lá, chegamos à beira da catástrofe.

Começo com o grande assunto internacional, que foi a posse de Trump, num grande espetáculo televisivo e até cinematográfico como só os americanos sabem fazer. Muito mais impactante do que “Apocalipse Now”do Coppola. E foram tantas as atividades já programadas há mais de 200 anos que não tem erro nenhum. Ou melhor, quase. Eu não sei não, mas, na hora de dar um presente ao presidente que chega (até isto é parte da tradição, como aqui faz parte o Lula derrubar os óculos do FHC), deram dois vasos de vidro ao entrante. Tenho certeza que eram “made in China”, o que pelo discurso nacionalista e protecionista do presidente inaugurado, não deixa de ser uma piada.

E houve o grande discurso de posse, logo após ele jurar sobre 32 duas Bíblias, cada uma com uma história diferente e tamanhos também, ao ponto que quiseram chamar o Sylvester Stalone para ajudar a segurá-las, que defenderia a América, blá, blá, blá .... Entre outras coisas ele disse:

“Nós, os cidadãos americanos, agora juntamos nossos esforços para reconstruir nosso país. Enfrentaremos desafios, confrontaremos dificuldades, mas o trabalho será feito. A cerimônia de hoje, no entanto, tem um significado muito especial porque, hoje, não estamos meramente transferindo o poder de uma gestão a outra ou de um partido a outro, mas estamos transferindo o poder de Washington D.C. e dando de volta a vocês, o povo.”

Eu me lembrei das posses do Lula e da Janete (nossa musa, a Dilma, hoje mais conhecida por este epíteto), estas mesmas frases, todavia, tanto lá como aqui fiquei esperando saírem os caminhões para fazer a entrega de poder ao povo. Embora que, depois que li que Democracia pode-se tornar a ditadura da maioria, eu passei a acreditar menos no que o povo pode fazer de bom pela nação, já que não temos exemplo desta prática na história. E confesso, que pelo menos na América, esta coisa de governo da maioria é apenas folclore. Ou seja, a maioria do povo quer é emprego e ter o que comer. O resto é conversa de oligarca. Mas, vamos em frente que estou pegando a sisudez do Moro. Deixa o Trump fazer humor um pouco mais:

“Lutarei por vocês com cada suspiro do meu corpo e nunca decepcionarei vocês. Os Estados Unidos vencerão novamente, vencendo como nunca antes. Traremos de volta nossos empregos, nossas fronteiras, nossa riqueza.”

E a multidão de povo delirava, enquanto o inaugurado desfilava pela Avenida Pennsylvania, junto com toda a família, quase tão pobre como a do Lula, antes da presidência. Calma pessoal, isto é uma coluna de humor, e não deixa de ser engraçado comparar nossos povos. Lá o Trump teve que se desfazer de todos os bens para não apresentar conflito de interesses com seu cargo, passando tudo para seus filhos. Aqui o Lula pegou todos os bens que podia só para apresentar conflitos de interesse, pois não se importa com isto, porque todos sabem que ele é “a alma mais honesta do planeta” e filho já é bilionário. O Moro pensa ao contrário, mas, é coisa de gente sisuda.

E a maior piada que eu vi na inauguração do loiro de olhos azuis, e portanto inimigo do Lula, foi a notícia de que ele assinou um decreto que proclama o Dia Nacional do Patriotismo. Seja lá o que isto for, não parece uma piada pronta? Bem, é melhor do que a tentativa de Lula de criar o Dia Nacional do Bolivarianismo, para homenagear o Chávez, em mais uma peça impecável do humor negro. Ele não assinou, apesar da tristeza do Marco Aurélio Top Top Garcia, como ficou conhecido o grande assessor do presidente Chávez, e que, às vezes, dava expediente no Palácio do Planalto. E chega de piadas internacionais.

Volto ao Brasil. E não há como não comentar aqui, e dentro do espírito da coluna, que é baseado na grande e filosófica frase: “Rir é ainda o melhor remédio!”, a morte acidental do ministro do STF, o Teori Zavascky, que teve uma repercussão enorme, não por ele ser um homem, sério, justo e trabalhador, como dizem todos os que o conheceram de perto, e sim porque ele era o guardião dos processos da Lava Jato, que prometem levar mais de 200 políticos ao banco dos réus. E aí é onde mora o riso do fato.

O grande problema, e que virou piada, foi justificar o fato do seu avião cair em Paraty como um acidente. Eu vi tantas jocosidades (Lucinha Peixoto onde estará você nestas horas?), que dariam para encher toda esta coluna. Vejam apenas algumas:

“Celso Daniel era filiado ao PT e prefeito de Santo André. Descobriu um esquema de corrupção no ABC paulista que favorecia Lula, Palocci e Zé Dirceu. Foi assassinado após jantar num restaurante com um empresário ligado ao PT.  As sete testemunhas do caso, inclusive o empresário, o garçom e o manobrista do restaurante em que ele jantou, foram assassinados num crime que até hoje não foi solucionado.

Toninho do PT era prefeito de Campinas. Descobriu um esquema de corrupção que beneficiava o partido. Todos os contratos firmados pela prefeitura do PT eram superfaturados em 40%. O dinheiro era usado na campanha do Lula. Foi assassinado. Todos os cinco envolvidos no caso também foram assassinados. O caso segue sem ser solucionado.

Eduardo Campos era governador de Pernambuco. Brigou com Lula e contra as ordens do ex-mentor e aliado se lançou candidato à presidência da república. Era a maior ameaça para reeleição de Dilma. Seu avião caiu em circunstâncias até hoje não esclarecidas. Por três vezes o comando da Aeronáutica mudou os chefes da investigação. A versão final sobre as causas do acidente foi mudada cinco vezes. Dilma mandou encerrar as investigações.

Teori Zavaski era o ministro do Supremo que cuidava da Operação Lava Jato. Agora em fevereiro iria homologar a delação da Odebrecht que acusa Lula pelo maior escândalo de corrupção da história do planeta. Hoje o avião dele caiu em circunstâncias misteriosas.

Sempre que algo ameaça Lula, mortes misteriosas acontecem. Coincidência?”

Ou seja, este é outra forma de dizer que para evitar acidente não fale mal do Lula e nem peça avião emprestado a amigos. Eu, como tenho Lula em alta conta, empregando-o aqui na coluna em tempo integral, e não tenho amigo que tenha aviões, estou tranquilo. Eu só não sei se o Sérgio Moro costuma pedir emprestado aviões de amigos. De uma forma ou de outra ele precisa ter cuidado.

No entanto, o grande problema por que passa o Brasil com a morte de Teori, não é o seu enterro e sim quem irá substituí-lo na Lava Jato. Aviso já que não fiz curso de Direito, e parece que Economista é “persona non grata” no STF, e estou livre disto. Quem não está livre é a Carmem Lúcia que agora tem um grande problema debaixo da toga. É por ela que passará a substituição do ministro, e o Temer já declarou que não quer nem ouvir falar do assunto, e é mentira que ele iria nomear o Kojak, o nosso falante Ministro da Justiça para o cargo. Eu, não sei se isto é possível, eu chamaria outra vez o Joaquim Barbosa. No fundo no fundo, todos sabemos que ao fim e ao cabo (sempre quis usar esta expressão) tudo se resolverá ao ritmo desta coluna, ou seja com humor, mesmo que seja negro.

O que mais merece nosso riso é o processo de substituição no STF que tem que ser por sorteio. Não tem jeito, e seria demais esperar o contrário no país da Loteria Esportiva e da Mega Sena. Nossa justiça, o pelo menos o que ela vem tentando fazer nos últimos tempos, tentando lavar a jato o crime do colarinho vermelho, depende de uma roda de números igual àquelas em que se apostava nas festas de Bom Conselho, no Natal. Esta coluna só pode crescer o número de leitores (aliás, como todos sabem, eu tinha 15 e meio leitores, mas, soube que o “meio” lê a coluna escondido; agora são 16, e crescendo). Dizem que o sorteio será na próxima semana e até pode ser transmitido pela Rede Globo. Não se sabe ainda se vão contratar aquelas moças que fazem o sorteio da Mega Sena, ou se é a própria Carmem a protagonista do evento. Imperdível.

E, perguntarão os meus 16 leitores: “Só tragédias?”. Eu diria apenas: De novo! Afinal de contas as rebeliões nos presídios ainda não terminaram. Ainda bem que não soube nada da cadeia de Bom Conselho, que, hoje não sei mais nem a localização. E pensar que eu morava na Rua da Cadeia. Eu soube que o governo do Rio Grande do Norte, para acabar com o conflito irá fazer um muro no meio do presídio, para separar as facções que se digladiam lá dentro. Tudo bem e tudo normal, se na mesma notícia não viesse a informação de que estarão usando “containers” para fazer esta divisão. Pode não rir com uma coisa destas? Agora, ao invés de um muro de cimento, usam-se caixotes gigantes. A única explicação é que eles serão usados para colocar os que morrerem no conflito. Será que alguns serão refrigerados? Eita, Brasil sem jeito.

Bem, espero que cheguemos até a próxima semana. Hoje com a briga de facções criminosas e políticas, estamos correndo o risco de não poder mais sair nas ruas. Só falta nos orientar que quando formos assaltados devemos perguntar ao assaltante: Você não tem medo de ser preso? E ele responder: Meu caro, eu já sou um preso, estou apenas de férias. Isto tudo tem que se passar com um sorriso no rosto.


E só para terminar, soube que um prefeito empossado recentemente assinou um decreto entregando a cidade a Deus. É uma grande solução política para a situação de penúria em que estão os municípios, menos Bom Conselho, é claro, que já foi entregue há muito tempo à Sagrada Família.

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