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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Trump e o muro: O que fazer?




Por Zezinho de Caetés

Hoje estou com muita pressa, confesso. Não escreverei muito neste nariz de cera ao texto do Reinaldo Azevedo, que ele intitula de “O Brasil, o muro e um ato símil à declaração de guerra”. É um título grande e esclarecedor, pois está na cara que vai falar do Trump.

O sucessor do Obama realmente quer instituir uma nova versão da América, para fazê-la grande novamente, diz ele. Eu diria que isto parecia óbvio depois que o Obama fez de besteira na política americana, principalmente, no front internacional.

No entanto, a proposição de um muro na fronteira com o México, em que os americanos acreditaram ao elegerem-no e parece que ele vai construir mesmo, pode nos levar a consequências funestas para o mundo. Não há forma de os Estados Unidos, depois de sua influência no mundo durante mais de meio século, “pedirem o boné” e sairem dizendo: “Beijinho, beijinho, tchau, tchau!”.

Nem é o caso deles não poderem, pois ele, como país,  é o irmão que mais tem posses no planeta e pode, se quiser dar lições aos outros. No entanto, é preciso calma, pois os outros irmãos estão crescendo, e podem crescer com raiva do irmão mais forte. Cedo ou tarde, eles vão ter condições de conter suas insanidades. E a China já tem quase a mesma idade já com um porrete razoável.

É claro que isto levará um tempo de sofrimento, mas, se nos livramos da Alemanha nazista, com todo seu poderio, por que nãos nos livraremos de outro poderoso? Espero que tudo seja feito para conter o Trump, e isto é possível, como foi com a toda poderosa Dilma por aqui. Mas, a que custo?

É o que veremos, e já me mete medo o surgimento de candidatos a presidência aqui no Brasil, que no afã de se elegerem podem propor um muro do Oiapoque ao Chuí, somente para não importar jogadores de futebol, tornando Maradona persona non grata.

Fiquem com o Reinaldo, e meditem sobre as loucuras do Trump, que é um ponto fora da curva do Partido Republicano, e talvez dos líderes mundiais.

“As pessoas mandam as maiores porcarias para nossos endereços eletrônicos, não é mesmo? O sujeito descobre o telefone de um vivente e dispara uma boçalidade qualquer por WhatsApp. Ou ela chega por e-mail. Nas redes sociais, então, o capeta dá as cartas.

Um desavisado me envia um troço de um cretinismo ímpar. Atacava José Serra, ministro das Relações Exteriores, porque o Itamaraty emitiu uma nota — bastante comedida, diga-se — expressando preocupação com a decisão de Donald Trump, presidente dos EUA, de construir um muro na fronteira com o México.

Reproduzo o texto do Itamaraty: “A grande maioria dos países da América Latina mantêm estreitos laços de amizade com o povo dos Estados Unidos. Por isso, o governo brasileiro recebeu com preocupação a ideia da construção de um muro para separar nações irmãs do nosso continente sem que haja consenso entre ambas. O Brasil sempre se conduziu com base na firme crença de que as questões entre povos amigos — como é o caso de Estados Unidos e México — devem ser solucionadas pelo diálogo e pela construção de espaços de entendimento.”

O que há de errado com a nota? Segundo o bobalhão que mandou a mensagem, Serra foi militante de esquerda, é esquerdista ainda e teria levado o Brasil a reagir por razões ideológicas.

É de uma boçalidade ímpar.

Vamos pôr os pingos nos is. Um governo que decide construir unilateralmente um muro — e anunciando que o outro lado vai pagar — comete um ato de extrema hostilidade. É um ato vizinho da declaração de guerra. Até porque, não custa notar, qual é o elemento aparentemente ausente, mas muito presente, na decisão unilateral? Respondo: os EUA têm a força militar, não? E se o México não aceitar a construção? Essa hipótese nem se coloca. Se a ideia prosperar, terá de aceitar.

É evidente que a decisão não hostiliza apenas o país vizinho. Estamos diante de uma expressão de hostilidade ao “outro”, a qualquer “outro”. Na verdade, é o Maluco alaranjado contra o mundo.

Departamento de Estado A reação mais forte, é bom notar, partiu de dentro da “América”. Patrick Kennedy, subsecretário de Estado para Assuntos Administrativos, e três de seus principais assessores renunciaram. São diplomatas de carreira. Já trabalharam para republicanos e democratas. Não querem saber de Trump.

E não parece que o futuro seja especialmente sorridente para a “Grande América”. Os áulicos são trogloditas como o líder. Stephen Bannon, o estrategista-chefe de Trump, concedeu uma entrevista ao New York Times e afirmou que “a mídia deveria estar envergonhada e humilhada e deveria ficar de boca fechada e só ouvir por um tempo”.

São uns irresponsáveis. Acham que governar os EUA se resume a promover uma guerra nas redes sociais para ver quem fala mais grosso. Trump nunca foi flor que se cheirasse, não é? A campanha eleitoral o tornou ainda mais tosco. Carregou nas tintas da estupidez e percebeu que isso atraía público e votos.

Agora, ele é presidente de todos os americanos. E tem a responsabilidade que têm os EUA na segurança global. Em vez de buscar falar para todos, ele continua empenhado em excitar a sua grei de brucutus.

O que me conforta de antemão?


Ele não vai chegar ao fim do mandato, aposto.”

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