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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A semana - Trump autoriza o muro, a dúvida de Carmem Lúcia e a Dilma fala em "Dimunhol" na Espanha...




Por Zé Carlos

Eu já começo com uma dúvida atormentativa. Como pode uma coluna de humor ser escrita hoje no Brasil, sem apelar para o humor negro? São tantas as tragédias que isto se torna quase impossível. Vejam o que contam nas redes sociais, que é o local típico do não preconceito:

No velório do Ministro Teori Zavascki conversavam a Cármem Lúcia, presidente do STF, com o Gilmar Mendes, seu colega, que pergunta: “Presidente, eu poderia ocupar o lugar do falecido relator da Lava Jato?”. Ao que a Ministra respondeu: “Se você couber no caixão e fizer tudo discretamente, pode”.

Ou seja, diante do meu acesso de riso contido (chama-se “rindo por dentro”), eu só posso dizer que tanto com humor negro como vermelho ou branco, o Brasil se diverte. E quando se aproxima o Carnaval, onde as tragédias são esquecidas, então não dá outra: rir é o melhor remédio.

E as redes sociais agora são tão fortes e tão influentes na política que o presidente americano, o  Donald Trump (ou como o chama meu neto, o Pato Donald), usa o Twitter para declararar a terceira guerra mundial e não está nem aí. Como todos vocês, meus 16 leitores, sabem, o Twitter é algo que inventaram para quem não tem muito o que dizer pois cada mensagem só pode possuir 140 caracteres.  No entanto, ela não só foi construída para quem não tem muito o que dizer, e sim para aqueles que não sabem o que dizer, como o Trump. E ele agora usa este meio de comunicação para tudo. Dizem que até o discurso de posse que comentamos aqui na semana passado foi feito de uma coleção de “tweets” que é como se chamam as mensagens postadas nesta rede. Foi só copiar e colar.

Ou seja, só quem está rivalizando hoje com o Brasil como país de piadas prontas são os Estados Unidos. Se era algo que eles sempre desejaram atingir o nível brasileiro, agora conseguiram. Tanto que uma carta para Trump se juntar ao time desta coluna, já foi enviada. Pelo Twitter é claro. A vantagem é que posso transcrever a carta logo abaixo, com menos de 140 toques:

“Caro Pato Donald, o contrato está esperando para ser assinado. Seja bem-vindo ao nosso time: Dilma o espera. Faço um nosso leitor sorrir.”

Ele já nos respondeu, dentro do seu estilo, completamente diferente do do Lula, que está numa maré tão baixa, que nem Dona Marisa (melhoras para ela) aguentou:

“Caros senhores, para mim será um prazer. Use e abuse dos meus discursos, mas, não venha aos Estados Unidos, nunca. Pato Donald é a mãe!”

E não poderia falar no Trump sem tocar em sua conversa com o presidente mexicano, o Peña Nieto, que iria ser “cara a cara” mas o presidente mexicano desistiu, para não ir “às vias de fato” como se dizia lá em Bom Conselho, com o loiro dos olhos azuis, que o Lula tanto conhece. Vejam se o Brasil não está ficando para trás em termos de ser o país da piada pronta.

O Trump quer construir um muro na fronteira com o México, e o presidente mexicano, que me dá um peña, que negociar. Não sei se o tamanho do muro ou se a altura. Isto não foi revelado devido ao aumento de frequência dos cursos mexicanos de “salto com vara” e “corrida de fundo”, prevendo vencer o muro. Outros dizem que a negociação é secreta porque se o muro for efetivo em barrar os mexicanos, quem derrubarão o muro serão as donas de casa americana por falta de mão de obra das domésticas vindas da América Latina. No entanto, o presidente mexicano ficou uma arara quando o Trump disse que era o México que iria pagar pela a construção do muro, de um jeito ou de outro. A vontade de rir nisto tudo é que os Estados Unidos, se conseguirem construir este muro, pago ou não pago pelo México, não terão mais Cantinflas por lá. Cantinflas talvez fique desempregado, mas, os americanos rirão muito menos.

E ainda com o Trump, ele recebeu lá nos Estados Unidos a Tereza May, a primeira ministra do Reino Unido, que está se desunindo da Europa, para se unir ao Trump. Pelo que eu sei da Inglaterra, a coisa mais importante para eles é o Rei ou a Rainha. O resto não importa. A Europa estava empanando o brilho da rainha, que tinha que dividir as atenções com outros reis do continente, e os ingleses nunca admitiram isto. Saíram de lá, e agora, com quem ficar? É claro que, seguindo o lema desta coluna, eles se juntarão a quem contar a piada melhor, e no momento é, sem sombra de dúvida, o Trump. Eu só imagino o dia em que ele se encontrar com a Rainha Elizabeth. Vai ser a maior briga para saber quem tem a “coroa” maior.

E assim, meus queridos e poucos leitores, teremos o Trump aqui por muito mais tempo. É um verdadeiro pândego.

E como eu falei dela na mensagem para o Trump, a Dilma, nossa musa do humor, ainda insuperável, mesmo que o Temer esteja se esforçando para passar à frente, desistiu esta semana de fazer humor para os netos em Porto Alegre e foi à Espanha para uma temporada de shows. Foi um verdadeiro desbunde hilariante. Imaginem só a Dilma falando espanhol para os espanhóis. Não se pode dizer que ela não é ousada. Dizem que em cada palestra, quando ela pronunciava qualquer frase em “portunhol” (outros acham que era em “Dilmunhol”, pois ninguém entendia nada), a plateia literalmente rolava pelo chão.

Não reproduziremos aqui ipsis litteris a fala da Dilma porque não entendo bem o Dilmunhol, e dos meus leitores só um entende. Apenas tentarei resumir os shows, nos quais ela se apresentou com o JEC, José Eduardo Cardoso, seu advogado, como dizem os americanos, just in case apareça alguém da Polícia Federal com boas intenções.

Primeiro ela disse que espera e até acredita que seu antecessor o Lula se apresente como candidato à Presidência da República. Só esqueceu de avisar ao Sérgio Moro, que não anda mais em avião de amigos, como o Teori não deveria viajar. Ela disparou: “Será importante, para o Brasil, que Lula seja candidato. O segundo golpe, depois do meu impeachment, é impedir que Lula seja candidato, pois as pesquisas mostram que ele estaria na dianteira e ganharia a eleição.” Quando perguntaram por que o Lula já tem 5 processos nas costas, ela não se fez de rogado e disse que havia uma política bastante distorcida contra Lula. Isto foi dito em Sevilha na Espanha e o público gritou: “Oleeeeeeé!.

E ela continuou como um impávido colosso: “O segundo golpe é impedir que o Lula seja candidato”,  e deve ter pensado: O que o Marcola tem que o Lula  não tem? E disse mais ainda: “Não penso em voltar à política porque o grande presidente para o Brasil é Lula”. Vejam meus senhores se poderia sobrar alguém vivo com tal nível de piadas. Estamos num país, cuja única coisa que não é motivo de riso é a Lava Jato e o sisudo Sérgio Moro, como pode se falar em Lula candidato sem matar a plateia de rir? É um verdadeiro dom da nossa musa. E quando perguntado sobre o seu partido o PT, que já é conhecido, pela a sigla, como a Piada Total (Perda Total é ofensivo):

“Todos os partidos passam por momentos críticos. O PT precisa passar por um processo de autocrítica porque não são só as pessoas que foram acusadas de corrupção. Como acontece com as empresas, os partidos não podem acabar quando se detecta que uma ou outra pessoa se envolveu com corrupção. O principal problema do partido é que precisamos entender a nova situação que está colocada”.

Dizem que depois desta, e antes da delação da Odebrecht, não sobrará um vivo, tragado pela fatalidade da embolia hilariante dos nossos leitores.

E quando se soube que o Eike Batista teve a prisão decretada depois do Lula e da Dilma o terem reconhecido com o campeão dos campeões, tal qual Luma de Oliveira, a plateia deve ter dado um gargalhada tão grande, que até o Eike, que está voando para se entregar á polícia hoje, ouviu. Não é para menos. Quem esperava uma coisa destas? O homem mais rico do Brasil pode estar lado a lado com o Lula, o homem mais pobre, segundo ele próprio, numa cela em prisão para presos sem diploma universitário. A grande discussão agora entre os juristas é se, no caso do Eike, meio curso alemão de Engenharia vale tanto quando um diploma aqui no Brasil, ou se, no caso do Lula, 642 diplomas de doutor honoris causa , vale pele menos um diploma do ABC paulista. Segundo os mais entendidos o encontro entre os dois, numa cela com diploma ou sem diploma, é uma questão de tempo. De uma forma ou de outra, os jornais dizem que, hoje, ao chegar ao Rio, vindo do Nova York, o Eike irá para o presídio Ari Franco, e nem vai passar perto do comparsa Sérgio Cabral, pois, este tem curso superior. E o Lula, irá para onde? (Se quiserem rir mais ainda vejam o filme lá embaixo)

E a grande questão brasileira do momento é a pergunta: “Quem vai ser o novo ministro do STF,
No lugar do Teori Zavaski?”, junto com a outra: “Quem vai homologar a delação do fim do mundo?” (como chamam a delação dos 77 executivos da Odebrecht que tombaram delatando). Explico, todo mundo sabe que há pelo menos 200 políticos corruptos delatados, alguns que não tem mais nem graça falar o nome, mas, a corrupção e o roubo só têm valor legal se a delação for homologada. Já se criou até o movimento “Homologa, Carmem!” nas redes sociais para que a presidente do STF faça isto. Ou seja, em Hamlet a grande dúvida era “To be or not to be, that is the question”, no Brasil de hoje, com a Carmem é: “Homologate or not homologate, that is the question”. Sei que só alguns poucos leitores rirão disto porque nunca leram Hamlet, como eu, nem a Carmem, como todo o Brasil. Mas, é, juro uma piada. E assim a semana passou na dúvida hamletiana/carmeana: Laugh or not laugh...

E como não poderia deixar de ser, continuaram as brigas de facções criminosas, que, espero, com a chegada do Carnaval, terminem, e só permaneçam as brigas de facções das organizações carnavalescas, que, às vezes, são mais violentas do que aquelas do presídio de Alcaçuz, no R. G. do Norte.  Aqui em Olinda a briga já começou e agora a dúvida é se para existir o carnaval por lá, se se usa containers para colocar os foliões ou os exportam para Recife.

E não seria adequado, uma coluna semanal de humor, terminar uma sessão no momento sem falar na volta do Congresso e na “briga de foice no escuro” pelos seus cargos de direção. É uma fonte inesgotável de riso. Dizem que o Renan é o único a ter o cargo que quiser, pois uma possível delação premiada dele não pouparia nem o Papa Francisco e mesmo a Madre Teresa, perderia alguns adeptos, até serem julgados os processos. Eu penso que já se chegou à conclusão que, se todos estão na Lava Jato, o que se tem para escolher?

Teve o Eunício Oliveira, que deu uma entrevista onde foi claro a respeito disto, dizendo:

“Vou dizer com muita tranquilidade: sei o que fiz e sei o que não fiz durante toda minha vida. Sei o que fiz e o que também não fiz na vida pública. Portanto, estou absolutamente tranquilo, assim como devem ficar tranquilos, os meus pares, porque citações sem provas são apenas citações. Estas mãos nunca receberam dinheiro que não fosse correto, honesto, legítimo e tirado do próprio suor do rosto.”

Talvez ninguém tenha rido da sentença anterior, mas, o leitor desta coluna não esquece as piadas que envolvem a vida pública e a “privada” e como elas estão sempre juntos no Brasil. E nem mesmo esquecem aquelas caricaturas de políticos falando com as mãos puras e limpas. Pelo jeito, e pela previsão que ele está quase eleito para substituir o Renan, não tenhamos dúvidas de que será mais uma boa aquisição para esta coluna. Temos muito humor pela frente.

E na Câmara, o Rodrigo Maia está fazendo acordo até com o PT para ser o presidente. E parece que o partido vai apoiá-lo. É uma pena que a melhor piada da nossa Musa a Dilma, não possa mais ser dita: que seu impeachment foi um golpe. Agora, nem os melhores humoristas conseguem tirar um só risinho quando dizem: “Foi um golpe!”. Quando alguém conta, os presentes levanta-se para fechar a janela pois sabem que se o impeachment foi golpe, foi um “golpe de ar” fresco nas instituições brasileiras.

E espero a próxima semana com a abertura dos trabalhos legislativos e também judiciários. Sei que irei ter que me conter para não perder leitores escrevendo demais. Até lá, então!


Um comentário:

  1. Prezado Zé Carlos: curioso que sou, voltei à Gazeta Digital hoje. - Sempre que por aqui passo, fico impressionado com a escassez dos leitores. - Comentários, não tem. - Cronistas: só você e esse tal de Zezinho de Caetés. - 2. Quando havia o MURAL de recados, era HORRÍVEL, pela baixa qualidade!! - Que jeito?! - Abraço. /.

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