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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Lula: O "propinocrata" e "il capo de tutti capi"




Por Zezinho de Caetés

Alguns dos meus leitores podem até pensar que para escrever o texto de ontem neste blog, eu tenha conversado com Deltan Dallagnol, sim, aquele procurador que foi o cabeça da entrevista coletiva na qual espinafraram o meu conterrâneo, Lula. Ou, os mais pessimistas, podem pensar que foi pura premonição e que este dom vem das terras onde nascemos, eu e o meu “queridão” o Lula.

Garanto a vocês que não foi não uma coisa nem outra. Bastei usar a lógica da política e verificar que o Lula não tinha saída depois de tudo que ele cometeu. O certo mesmo é que ele se deixou deslumbrar pelo seu carisma junto aos pobres para ficar rico, como soe acontecer com muitos, com exceção do Zé Mojica.

Eu só sei que o coice foi grande e vai ser difícil seu retorno, a não ser, talvez, à Venezuela para aprender a amadurecer com o Maduro, que também está prestes a seguir para a Curitiba de lá. Hoje, talvez, nem a Dilma acredite que o Lula ou o PT assumirão outra vez o comando do país.

Li na mídia que o meu “queridão” quer engrossar com os procuradores da Lava Jato pelas declarações de ontem, na qual disseram, em outras palavras que ele seria o “Capo di tutti capi” (para quem não sabe em tradução livre da máfia: “chefe de todos os chefes”). Eu, realmente, não sei “com que roupa” ele poderia fazer isto, a não ser que funde um novo partido.

Hoje, o PT já é escondido até da propaganda dos candidatos a vereador. Imaginem depois da denúncia de ontem do Ministério Público Federal, chamando-o de chefe de um “propinocracia” por todo este tempo, tendo como coadjuvante a “querida” Dilma (que Deus a tenha em Porto Alegre) e outros que visitarão Curitiba em breve.

E vejam bem que surge mais uma jabuticaba no linguajar brasileiro. Afinal de contas “propinocracia” se aproxima muito de “cleptocracia”, que também poderia ser o termo usado, mas, somos brasileiros e temos que ser originais. Afinal de contas, o Lula passou, em poucos meses, do homem mais honesto do mundo, para o “comandante”, “general”, “maestro”, “chefe” de todo um esquema de corrupção, como detalha o texto da Eliane Catanhêde transcrito abaixo (Estadão de hoje – “ANÁLISE: ‘Propinocracia’ e ‘cleptocracia’”).

Eu deveria ter guardado o título da matéria de ontem aqui neste blog (Tchau, queridão!) para hoje, no entanto, tive que escolher outro com base nos fatos e no texto da Eliane que deixo com vocês, honrando minha formação de letras misturando o português com o italiano.

“Na longa entrevista de ontem, com formato e tom professoral, os procuradores da Operação Lava Jato não apresentaram nenhum fato novo, nenhum documento novo, mas contaram uma história com começo, meio, fim, e nexo, jogando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no centro da “propinocracia” que depenou os cofres de empresas públicas brasileiras. Uma história que tem evidente e até dramático impacto político, num momento já tão turbulento do País.

Adjetivos não faltaram para definir Lula no esquema de corrupção: “comandante”, “general”, “maestro”, “chefe”, já que tanto ele quanto o próprio esquema continuaram e até se ampliaram e se sofisticaram depois da saída de José Dirceu da Casa Civil e, portanto, do próprio governo Lula. Durante o julgamento do mensalão, Dirceu foi o “chefe da quadrilha”. No petrolão, ele volta a ser o “braço direito”, porque o “comandante” era outro: Lula.

Segundo os procuradores, recheando a exposição com organogramas e gráficos em que Lula está sempre no centro, em destaque, o mensalão e o petrolão são duas faces da mesma moeda. E o elo entre elas é justamente Lula, que passa a ser também o centro dos debates políticos, depois do impeachment de Dilma Rousseff, há duas semanas, e da cassação do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dois dias antes.

O estrago é monumental e é em cadeia (sem trocadilho): deixa em frangalhos a imagem de Lula, os debates já muito tensos sobre o futuro do PT e as chances do partido nas eleições municipais, que estão logo aí. Se já estavam em situação difícil, os candidatos petistas ficam agora sem pai, Lula, e sem mãe, Dilma. Quem Fernando Haddad pode chamar para seu palanque em São Paulo, por exemplo?

Como tudo na vida tem dois lados, e como Lula e o PT sempre foram bons de marketing, a reação deles será a vitimização. Na campanha, nas entrevistas, nas redes sociais, atacarão o juiz Sérgio Moro, o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e até a imprensa, que divulga os fatos. Quando não há defesa, parta-se para o ataque. Às vezes dá certo, às vezes não. Mas é o que resta a Lula e ao PT.

Quanto ao governo Michel Temer, só resta fingir que não é com ele. A orientação no Palácio do Planalto é não haver comentários e muito menos comemoração diante da desgraça do parceiro de até poucos meses atrás. Primeiro, porque Temer não lucraria nada com isso. Segundo, porque nunca se sabe o que pode surgir sobre a cumplicidade do PMDB na “propinocracia” do PT.


Essa palavrinha, aliás, lembra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acusou os governos do PT de “cleptocracia” com um “plano perfeito” para se eternizar no poder. Logo, a força-tarefa da Lava Jato e o ministro estão falando a mesma língua. Uma língua ferina, que conta uma história que certamente terá efeitos políticos, jurídicos e policiais.”

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