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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

"A justiça tarda mas não falha"




Por Zezinho de Caetés

Diz a Dora Kramer, hoje no Estadão:

“Tira teima. O juiz Sérgio Moro aceitou a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio da Silva e mais sete pessoas apresentada na semana passada pelos procuradores da força-tarefa da Lava Jato, dirimindo, assim, qualquer dúvida sobre a existência de substância na peça produzida pela acusação.

A decisão era esperada. Inclusive pelo próprio Lula, cuja reação indicava exatamente o contrário do que disse em seu discurso em que acusou o Ministério Público de ter produzido um show de pirotecnia, mas não rebateu o mérito das acusações.

Algo parecido ocorreu em 2007 quando o então procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, apresentou a denúncia do mensalão. O relato dele também foi recebido com algum descrédito e alegações de que não havia provas contra os acusados. O Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia, instruiu o processo e, nele, produziu as provas que levaram às condenações.

Lula é réu, não é condenado. Se vier a ser, poderá recorrer. Só não poderá mais dizer que os procuradores envolveram-se numa “enrascada” ao denunciá-lo.”

É o óbvio ululante. Como dissemos ontem aqui, o Moro não foi bobo para acreditar em lorotas de petistas amedrontados. A grande verdade é que a casa caiu para Lula, e ele deve ficar pianinho, pianinho para que o juiz não pense que ele possa atrapalhar o andamento do processo. Senão, é Curitiba direto.

Coloquei o texto da Dora Kramer acima para chamar atenção para o fato que, no mensalão, foi a mesma cantilena e hoje, quase todos que se envolveram já tomaram banho frio nas prisões. Hoje estão com tornozeleira ou ainda presos como o Zé Dirceu. Como já diziam, meus pais: “A justiça tarda mas não falha”.

Hoje, no Brasil, ficou difícil acreditar nesta máxima pela situação de penúria pela qual passa nosso sistema judiciário, tanto pela falta de recursos materiais, quanto humano, e neste último caso pelo emprego de uma “justiça” que se politizou de forma espetaculosa.

Mas, enfim, nasceu uma plantinha tenra, como nossa Democracia, na figura do Sérgio Moro que deu início a uma esperança de voltar a acreditarmos na justiça, mesmo tardia. Não é de hoje que o Lula apronta das suas. Inicialmente, quase de forma imperceptível e depois de deixar a presidência de forma tão escancarada que deu até na vista do povão. Ou alguém pensa que a Dilma teria sido eleita se se soubesse da maracutaias de Lula?

Dizem que ele evitou o impeachment em 2005, quando estourou o caso do mensalão, com o auxílio do PMDB, que também terá sua vez na Escala Moro, e tem tudo para isto ser verdade. E agora o PMDB está no poder. Até quando? Pelo bem do Brasil eu espero que só até 2018, porque, o tal do “Fora Temer!” não passa de propaganda enganosa daqueles que querem se locupletar da herança maldita de Dilma.


Sei que nem tudo são flores, mas, pelo menos temos algumas coisas acontecendo que nos levam a acreditar que mesmo morosa, um dia, teremos justiça. Que apareçam outros Moros e que nossa classe política se dê conta de que os tempos mudaram. Ou seja, há justiça também para os poderosos.

E esta flor (no bom sentido é claro) ainda nos diz em seu despacho onde aceita a denúncia do meu conterrâneo o Lula:

" ... não olvida o julgador que, entre os acusados, encontra-se ex-Presidente da República, com o que a propositura da denúncia e o seu recebimento podem dar azo a celeumas de toda a espécie.

Tais celeumas, porém, ocorrem fora do processo. Dentro, o que se espera é observância estrita do devido processo legal, independentemente do cargo outrora ocupado pelo acusado.

É durante o trâmite da ação penal que o ex-Presidente poderá exercer livremente a sua defesa, assim como será durante ele que caberá à Acusação produzir a prova acima de qualquer dúvida razoável de suas alegações caso pretenda a condenação.

O processo é, portanto, uma oportunidade para ambas as partes."

É por essa e outras que podemos dizer que “enquanto houver Moro, há esperança

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