Em manutenção!!!

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Vá com Deus, Dilma!




Por Zezinho de Caetés

É, realmente, está muito difícil. O Brasil empatar com a África do Sul indica que, apesar dos esforços das mulheres, os homens continuam pernas-de-pau no futebol. E mais difícil ainda, está para a ex-presidenta Dilma e, por tabela, para o PT.

Quem viu ontem, como eu, a última sessão da Comissão de Impeachment deve ter concluido, como previ: a Dilma já era. Nem a renovação da escalação do Quinteto Abilolado com a entrada da Katia Abreu, a mulher que grita, e nem os decibéis expelidos pela boca do Lindberg Farias, foram suficientes para ganhar um só voto. O quinteto continua quinteto.

E, como detalha bem o Ricardo Noblat no texto de hoje, abaixo transcrito do seu Blog (“PT dá tchau a Dilma!”), o Partido (outrora) dos Trabalhadores, que já havia desistido de pegar na alça do caixão ex-presidenta renitenta, agora quer fugir até do enterro da indigitada.

Também pudera, a proposta de convocar eleições se ela voltasse do túmulo, só pode ter sido incentivada pelo Mercadante, que se encontra “fazendo ouvido de mercador”, para a Lava Jato não perceber que ele, o Delcídio e o Lula estão na mesma parada de tentativa de obstrução da Justiça.

E, neste ponto, o presidente do PT está correto no que fala na citação lá embaixo. É uma ideia de jerico e jericas, como foram muitas da ex-presidenta e seus assessores. Aliás, quem tem assessores políticos como o Lindberg e o JECa, não precisa mais de armas para um suicídio assistido, como á a proposta de convocar eleições.

Não deu outra. Ontem, pelo elástico (desculpem o chavão) placar de 14 x 5, saiu o féretro político da ex-presidenta, que agora será velada no Senado, até o final de agosto, quando será cremada pelo restante dos parlamentares. E soubemos que o cadáver já estava tão mal cheiroso que até o Lewandowisky concordou em antecipar o enterro definitivo, e ela própria, através do Pai de Santo Renan, disse que queria acabar com a aquela agonia e ser enterrada logo.

Então, mais uma vez, o mês de agosto entrará para a História brasileira, e com mais uma morte, no caso, política. Ao contrário de Getúlio, que pelas suas próprias mãos, saiu da vida para entrar na história, a Dilma está saindo da história para cair na vida. Também ao contrário de Jânio, ela não renunciou, foi renunciada.

E, venhamos e convenhamos, juntando os milhões que não votaram nela com os arrependidos que votaram, o Brasil só será alegria neste mês, que era do desgosto, e passará a ser do gosto, se, durante o cortejo para Porto Alegre, o Neymar voltar a jogar bem e o Brasil ganhar o ouro nas Olimpíadas.

Agora fiquem com o Noblat que eu irei me engajar, como tantos outros brasileiros, em torcer para que o Brasil faça melhor com os atletas do que os organizadores fizeram com os nossos Jogos Olímpicos. E somente, pela inspiração momentânea, repito o Senador Magno Malta, ontem na Comissão de Impeachment, citando a música cantada pela Roberta Miranda, agora mais conhecido como “O melô de Dilma” (*):

Vá com Deus! Vá com Deus!....

“Por mais que oficialmente ele negasse, sabia-se que o PT havia abandonado a presidente Dilma Rousseff desde que se convencera da impossibilidade da volta dela.

Foi na segunda quinzena de abril último quando a Câmara dos Deputados aprovou a instauração do processo de impeachment.

De lá para cá, o PT se convenceu também da inconveniência de um eventual retorno. Melhor para o partido e para Lula desligarem-se rapidamente da herança maldita de Dilma, e dela por tabela, passando à oposição ao governo Michel Temer, e dedicando-se a colher aqui e ali as vitórias possíveis nas eleições de outubro.

Mas faltava emitir um sinal forte de que para o partido, Dilma já era. Não falta mais. Após reunião, ontem, da Executiva Nacional do PT, Rui Falcão, seu presidente, afirmou que não vê viabilidade alguma na proposta de um plebiscito sobre novas eleições que Dilma defenderá em carta a ser enviada por ela aos senadores.

Falcão demoliu a proposta com um pronunciamento curto e direto:

- Em primeiro lugar, a presidente tem que pedir autorização para realizar plebiscito. Em segundo, para antecipar eleição, teria que saber se é clausula pétrea (da Constituição) ou não. O Supremo tem que se pronunciar sobre isso. Caso não seja clausula pétrea, precisa de emenda constitucional, que requer duas votações na Câmara e no Senado com dois terços aprovando isso. Em terceiro, caso aprove a antecipação, a eleição só poderia se realizar logo após essa decisão. O que significaria que as novas eleições se realizariam em 2018, na melhor das hipóteses. Não vejo nenhuma viabilidade para esse tipo de proposta.

A ideia de plebiscito para antecipar a eleição presidencial de 2018 esbarraria em outro obstáculo que Falcão esqueceu: o desejo de mais de dois terços dos brasileiros de ver Dilma pelas costas, já. Se os senadores aderissem à proposta dela, Dilma reassumiria o cargo e nele ficaria até a eleição do seu sucessor. Quem quer isso? Nem o PT.

Dilma jamais foi PT, que por sua vez nunca se sentiu confortável ao lado dela. Lula a escolheu porque detesta quem possa lhe fazer sombra. Imaginava voltar à presidência da República em 2014. Dilma não lhe fez sombra, mas não abriu mão de concorrer à reeleição. Ganhou. Para começar a perder no dia seguinte.”
---------

(*) Nota da AGD: Adicionamos, abaixo, o som da bela música cantada pela Roberta Miranda citada pelo Zezinho. Devemos avisar que ele não faz parte do texto do nobre colaborador.



Nenhum comentário:

Postar um comentário