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terça-feira, 16 de agosto de 2016

A "presidenta inocenta" e o "presidento trouxo"




Por Zezinho de Caetés

Hoje, ao ler a coluna semanal do Zé Carlos, de ontem, vi que ele tenta imputar a mim a criação do adjetivo usado pela Vanessa Graidiotin no Senado, referindo-se à ex-presidenta: “inocenta”. Eu, como sou da área, sei que o termo é um adjetivo comum de dois gêneros, e portanto, é apenas fruto da criatividade ou jocosidade.

Realmente eu o usei com alguma frequência aqui no Blog, desde muito tempo, ou seja, desde que eu cheguei à conclusão de que a ex-presidenta é mesmo inocenta, significando que como a palavra não existe, o fato também não. No entanto, sei que “presidenta” foi sempre muito pouco usado, até a Dilma assumir, e obrigar seus asseclas a o usarem, durante alguns anos.

E até existe um uso para a palavra “presidenta” que agora o Michel Temer deveria até defender, que é para a mulher do presidente. Neste caso, agora a Marcela, recatadíssima e do lar, será a nossa presidenta, embora, até agora, esta seja, mesmo, inocente.

Devido a esta querela, que cheira a cultura inútil, eu resolvi, para, quem sabe, patentear o uso do termo, pesquisar algumas vezes que o usei. Não tive tempo de ver quando começou, mas, cito abaixo alguns frases em que o fiz, somente este ano. Se quiserem reler basta só clicar nas datas:

Ontem, fiquei feito um paspalhão na frente da TV para ouvir, do advogado de Dilma, o José Eduardo Cardoso, a defesa de nossa presidenta inocenta incompetenta. (05/04/2016)

E uma intervenção intempestiva é que seria um verdadeiro golpe em nossas instituições. Portanto, permitam-me terminar usando o bordão da presidenta inocenta, como o faz o articulista citado, agora de forma correta: “Não vai ter golpe!” (13/04/2016)

Estou aqui insone, mas, satisfeito com o baile do qual participei ontem à noite na Comissão de Impeachment do Senado. Confesso que não aguentei, igual ao Miguel Reale, um dos denunciantes do processo de impeachment a presidenta birrenta e que se diz inocenta, pelo adiantado da hora. (29/04/2016)

Ontem, foi um dia de cão na política nacional. Quando todos esperavam acordar para curtir a leitura do relatório da Comissão de Impeachment no Senado, o Brasil acorda com a decisão de Waldir Maranhão, presidente interino da Câmara, que ficou no lugar do decaído Eduardo Cunha, de anular o processo de impedimento da presidenta que se diz inocenta. (10/05/2016)

E o Lula, meu conterrâneo, confesso, tive peninha dele. Primeiro se recusou a entrar no Palácio do Planalto, depois de chorar no ombro da ex-presidenta que se dizia inocenta. (13/05/2016)

A ex-presidenta, não tão inocenta, pode até ter atropelado um pedestre em suas “bicicletadas” diárias, mas, se isto ocorreu em 31 de dezembro de 2014, não entra no processo, porque só os crimes que ela cometeu em 2015 é que valem. (15/06/2016)

Porém, há coisa mais cínica do que, ainda hoje, a ex-presidenta dizer que é inocenta? Vivemos no país do cinismo desbragado. (13/07/2016)

Vejam que o PT, diante do naufrágio que o atingiu, resolveu até apelar para a OEA tentando suspender o “insuspendível” que é o processo de impeachment da ex-presidenta não inocenta. (11/08/2016)

A Vanessa Graidiotin, lá do Amazonas, imitando nosso colaborador Zezinho de Caetés, chamando a Dilma de “presidenta inocenta”. (15/08/2016) (Zé Carlos)

Minha ideia de patentear o “termo” veio quando li hoje no O Globo um texto do excelente jornalista José Casado, cujo título é: “O ‘trouxa’ e a ‘inocenta’”. Nele, ao invés de citar-me como autor do adjetivo jocoso, cita a Vanessa Graidiotin. Como dizia a Lucinha Peixoto, eu fiquei “possesso”.

Porém, vale à pena transcrever o texto, porque ele envolve outro adjetivo, este existente, “trouxa”, que talvez, em seu afã para ser presidente outra vez, como ontem demonstrou, em outra falação, meu conterrâneo, o Lula; se ele conseguir a façanha já vou dizendo que o adjetivarei como o “presidento trouxo”. Mesmo sabendo que isto é quase impossível, não custa nada patentear estes também.

Fiquem com o Casado que vou continuar olhando as Olimpíadas, para ver quando valerá cada medalha ganha por nossos atletas.

“Dilma e Bumlai, o amigo de Lula, culpam o PT por suas dores. Ela se acha traída. Ele se vê como o otário usado para pagar a conta de uma suposta chantagem contra Lula

Ela se considera vítima do próprio partido e da oposição, traída pelos aliados e até hoje perseguida pelos assassinos e torturadores da ditadura acabada 31 anos atrás. Ele se acha “trouxa”, otário, simplório, fácil de ser enganado.

Foi dessa forma que a ex-presidente Dilma Rousseff e o pecuarista José Carlos Bumlai se apresentaram nos últimos dias.

Dilma, em defesa prévia, culpou o PT por “responsabilidade” no pagamento ilícito de US$ 4,5 milhões aos publicitários João Santana e Mônica Moura para saldar dívidas da sua campanha presidencial de 2010.

O dinheiro teve origem em propinas cobradas pelo ex-secretário de Finanças do PT João Vaccari sobre os contratos da Petrobras com o um estaleiro de Cingapura, Keppel Fels — contou no tribunal o engenheiro Zwi Skornicki, intermediário de repasses mensais de US$ 500 mil para Santana, via Suíça, entre setembro de 2013 e outubro de 2014, quando Dilma foi reeleita.

Era um segredo das campanhas presidenciais de 2010 e 2014: “Achava que isso poderia prejudicar profundamente a presidente Dilma”, disse Santana, em juízo, ao explicar por que não contara antes. “Eu que ajudei, de certa maneira, a eleição dela, não seria a pessoa que iria destruir a presidente. Nessa época (da sua prisão, em fevereiro deste ano), já se iniciava um processo de impeachment”.

Há mais coisas ocultas. Envolvem o fluxo de dinheiro da Odebrecht para campanhas de Dilma, Lula e outros do PT. Ficaram reservadas à colaboração premiada cujo desfecho talvez coincida com o impeachment no Senado.

Nesse outro processo, a “presidenta inocenta” — segundo o golpismo gramatical da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) — apresentou sexta-feira uma defesa de 675 páginas. Nela se definiu como vítima de uma “farsa” marcada pelo “desvio de poder, pela traição, pela desonestidade e pela ilegalidade”. Amaldiçoou quem discorda: “Nunca poderão afastar das suas mentes a lembrança dos que morreram e foram torturados.”

Se confirmado o epílogo, Dilma estará fora do baralho, inelegível aos 68 anos de idade. E, sem imunidade, passa ao centro das investigações sobre corrupção na Petrobras. Isso porque os publicitários confirmaram seu aval para operações ilegais com fornecedores da estatal.

Como Dilma, o pecuarista Bumlai também culpa o PT por suas dores. Apresentou uma defesa em 70 páginas na sexta-feira. Delas emerge como o “amigo de Lula” que aos 72 anos coleciona doenças, carros (23) e imóveis (23) — entre eles, uma fazenda de R$ 90,4 milhões. Bumlai se define, literalmente, como “um trouxa usado pelo PT e pelo Banco Schahin” na lavagem de R$ 12 milhões.

Esse dinheiro teria sido usado, em parte, para pagamento de uma suposta chantagem sobre Lula, quando era presidente da República. O objetivo era evitar revelações sobre o sequestro, a tortura e o assassinato do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, no ano eleitoral de 2002. A vítima teria descoberto desvio dos cofres municipais para o caixa do PT.


O caso permaneceu à sombra por 14 anos. Ressurgiu no juízo de Curitiba pela voz de Bumlai, agora no improvável papel de “trouxa” — confissão que lhe abriu o caminho para um acordo de delação premiada.”

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