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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Política, Esporte e a "tempestade perfeita" para o PT




Por Zezinho de Caetés

Já estamos vivendo o clima olímpico. Já ganhamos da China ontem. Como eu desejaria que fosse em produtividade de sua parte capitalista. Mas, infelizmente, só foi no futebol feminino. E que venha a África do Sul que parecia conosco antes da crise do PT, embora no futebol masculino sempre fôssemos superior.

Ou seja, não é possível separar nossa crise política de nossa crise esportiva porque a primeira é profunda demais para não atingir à segunda. Já vimos a vergonha que passamos quando os Australianos, famosos pernas-de-pau do futebol, deixaram os alojamentos da Vila Olimpica porque não havia descarga para mandar o cocô à Baía da Guanabara, onde jazem todos os outros cocôs, desde Dom João VI.

O PT nos levou ao centro deste furacão que já nos atrasou dezenas de anos. E por isso, hoje, está dentro da “Tempestade perfeita”, que é o título do texto que abaixo transcrevemos do Huber Alquéres, publicado ontem no Blog do Noblat. Nada mais pertinente.

Se o PT não for banido da vida do país antes, pela justiça, devido aos seus procedimentos eleitorais, que seus dirigentes continuam dizendo que foram todos “legais”, o será pelas próximas eleições. Ou alguém acha que o João Paulo, ou qualquer outro petista terá chance nas eleições para prefeito próximas aqui nesta terra adotada por mim? Só se o recifense tivesse enlouquecido.

Da mesma forma, como diz o Hubert, abaixo, os paulistanos serão malucos de pegar a ciclovia para votarem no Haddad? O PT hoje virou sinônimo de Dilma e Lula e assim sendo, todos os querem ver pelas costas, de preferência olhando a cadeia de frente.

E, em verdade em verdade lhes digo, que acreditei no que disse a Gleisi Hoffman, a musa do mal da Comissão do Impeachment, irritadíssima porque o marido foi denunciado por afanar o dinheiro do crédito consignado. Ela disse que, se o Senado não fizer justiça, a História o fará. Nada mais justo, e se realmente fizer, tanto a Dilma quanto o Lula, entrarão nela como os maiores vilões do Brasil, e terão direito ao Bolsa Família.

E hoje, estou me apressando para ir assistir à última sessão da Comissão de Impeachment, que defenestrará a ex-presidenta de uma vez. Quanto ao julgamento do Senado, o Temer já comprou as passagens para a reunião do G20, como presidente, e não como interino, condição com que será vaiado no Maracanã amanhã, mostrando que política e qualquer outra coisa andam sempre juntas nesse nosso reino do animal humano, principalmente os esportes.

Fiquem com Hubert e curtam a tempestade perfeita que está levando o PT à lona, que eu vou ver o histrionismo do Quinteto Abilolado, agora com nova performista que é a Kátia Abreu.

“Por conspiração dos astros, ou não, o Partido dos Trabalhadores enfrentará as eleições municipais deste ano em meio a uma tempestade perfeita. Não bastassem a proximidade entre a votação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado, coisa já resolvida, e o envolvimento cada vez mais cabeludo de Lula na Lava-jato, não há sinais de que daqui até outubro o governo de Michel Temer cometa grandes deslizes.

Para infortúnio do PT, dificilmente as eleições municipais serão “paroquializadas”.  Ao contrário, elas deverão assumir um caráter plebiscitário antipetista, particularmente nos grandes centros urbanos.

Arma-se um dilúvio à frente dos petistas e não há arca de Noé alguma à vista. A opção por fazer chapas próprias ou com “frentes de esquerda” minúsculas e de retorno ao enfrentamento aberto, quase que numa reedição da política de “classe contra classe”, são produtos mais do desespero do que de uma estratégia articulada para fazer frente à conjuntura extremamente adversa.

O Partido dos Trabalhadores ensaia um giro à “esquerda”, uma radicalização, exatamente em momento de refluxo, um contrassenso com potencial de ampliar mais ainda seu isolamento.

É como se o PT mergulhasse em busca do passado perdido. Só que a história não gira para trás.

Nestas eleições o partido vai enfrentar algo inimaginável até bem pouco tempo: a concorrência pela esquerda; segmento do eleitorado que foi durante bom par de décadas sua reserva de mercado.

A ameaça vem principalmente do PSOL, mas não exclusivamente dele. Em Porto Alegre, os petistas têm pela frente Luciana Genro (PSOL), em Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), no Rio abriga-se na candidatura de Jandira Feghali (PC do B), e deve comer poeira atrás das candidaturas de Marcelo Freixo (PSOL) e Alexandre Molon (Rede). Em Salvador, não tendo como fazer frente à avalanche de ACM Neto (DEM), sequer lançará candidato. Vai de Alice Portugal, também do PC do B.

Vamos a São Paulo. Há um ano, onze entre dez analistas diziam que o segundo turno da eleição paulistana seria entre Fernando Haddad e mais outro nome.

Hoje, Haddad corre sérios riscos de ficar de fora do segundo turno. O eleitorado historicamente petista vem sendo comido a montante e a jusante, nas universidades e na periferia, por Luiza Erundina (PSOL) e por Marta Suplicy (PMDB).  E Celso Russomano (PRB) – que lidera as pesquisas, mas está enrolado com a Justiça - e João Dória (PSDB).

O estupor, o terror e o pesadelo tomam conta dos petistas só em pensar nessa hipótese, cada dia mais real. O futuro do PT está na razão direta do desempenho de Haddad. Uma derrota do atual prefeito de São Paulo levará seu partido a adiar, por anos a fio, qualquer veleidade de voltar ao poder em escala nacional.

Na hipótese bastante provável de Lula não ter condições políticas e jurídicas, ou as duas, para disputar 2018, Fernando Haddad seria o nome disponível na prateleira, seria a “cara nova” do PT.

O problema é combinar com os russos, com os paulistanos. A administração Haddad não criou marca e é uma das mais rejeitadas da história da capital. Ciclovias, limite de velocidade dos carros, utilização da Avenida Paulista para lazer, podem sensibilizar segmentos das camadas médias, mas são temas absolutamente distantes do cotidiano de quem vive fora do centro expandido.

A expressão concentrada da tragédia petista é exatamente essa: em 2012 Lula carregou Fernando Haddad a tiracolo, foi seu grande eleitor. Agora, o prefeito vai ter de esconder o morubixaba em seu programa de TV para não ser escorraçado pelos eleitores.


E quem disse que a tempestade passará em outubro? Para o PT, ela irá, no mínimo, até 2018.”

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