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quarta-feira, 30 de março de 2016

Será que vem o Temer? Espero o Plano Cururu




Por Zezinho de Caetés

Bem, até que enfim deu o “Dia D” e não o “Dia B” (para entender melhor a distinção o leitor deve ter lido o que escrevi ontem, aqui mesmo), pelo menos é o que pareceu, na reunião do PMDB, para sair do governo. Digo “é o que pareceu”, porque deste partido nunca se sabe se ele está andando para frente ou para trás, pois tudo depende do número de cargos que a ele se oferece.

No entanto, sendo otimista, como eu sou, não mais com base nos fatos da política brasileira, mas como uma questão de princípios, fiquei alegre com a debandada e até com a festa onde se encontravam de Jarbas Vasconcelos até Romero Jucá, passando por outros de menor expressão, porque o Temer, não foi à festa, para, segundo ele, preservar a “liturgia do cargo”, citando Sarney. Aliás, o Renan também não foi, embora eu não saiba se pelo mesmo motivo, ou com medo de ser vaiado.

Até o final da reunião, ou seja nos seus três minutos de duração, minha ansiedade aumentou, pois não sabia o que o Romero Jucá, que a presidiu iria dizer. Ele poderia, pela tradição partidária, naquele momento solene, ainda dizer: “Viva Dilma, e Fora Temer”. Não aconteceu e eu respirei aliviado.

E põe alívio nisto, porque passei a tarde toda à espera deste desfecho, e, enquanto isto assistia à TV Senado, vendo de um lado o Senador Cássio Cunha Lima e a Senadora Ana Amélia tentarem mostrar que o impeachment não é golpe, com argumentos bem sólidos, enquanto o Senador Lindenberg Farias (o Lindinho da tabela da Odebrecht) e a Senadora Vanessa Graidiotin, tentavam, penso, pelas caras dos presentes, em vão, mostrar o contrário.

Ou seja, no senado, já se estava tão certo de que o PMDB iria mesmo desembarcar do governo que já se discutia o ponto futuro: “De quanto será o placar do impeachment”. E eu com dúvidas ainda.

Mas, enfim, vamos supor que o PMDB vai mesmo sair do governo (estou batendo na madeira) e a pergunta que não quer calar é: “E depois?”. Resposta dos otimistas, como eu: “Virá o impeachment!”. E depois? Virá o Temer. E aí é onde está o busílis.

Da maneira como o PT deixou nossa economia, da qual ouvi ontem o Ministro da Fazenda, tentar dourar a pílula na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, e lembrando do Delcídio que a presidia e agora é a Gleise Hoffman, é quase impossível que, pelo menos nos dois anos que lhes restam de governo, ele consiga reverter o quadro negro em que nos encontramos.

E eu estou seguindo os meus princípios de otimismo, porque me lembro do Itamar Franco. Será que o Temer tem na cartola um novo Plano Real? Pelo que sinto, a situação econômica e social é pior do que naquela época, e o FHC, não tem mais idade para ser Ministro da Fazenda. Pelo menos agora não seria mais Plano Real, pois foi o “real” que o PT desvalorizou. Quem sabe o Plano Cururu?

Sei lá! Talvez, se mudássemos nossa moeda para o Cururu, nos custaria menos desfazer as lambanças que o PT fez em nossa economia, que são, em parte, mostradas pelo José Casado, no texto transcrito abaixo (O Globo – 29/03/2016) que ele intitula de “Perdidos na escuridão”, o que é uma descrição exata do que hoje é o governo da presidenta incompetenta ineficienta Dilma, agora coadjuvado pelo meu conterrâneo, o Lula, que agora é o “Ministro Porcina”, que é aquele que foi sem nunca ter sido.

Aliás, dizem que ele agora desistiu de ser ministro “de araque”, pois está se dando muito bem como presidente informal, lá num hotel de Brasília, distribuindo os cargos que eram do PMDB para outros partidos, nesse nosso regime de “presidencialismo de coalizão” que deveria se chamar de “presidencialismo de corrupção”.

Será que mudará com o Temer? Sei não, mas, meu otimismo ainda não é tanto. Esperemos o Plano Cururu!

Agora fiquem com o Casado e vejam com quantos impeachments se faz uma democracia, que eu vou ver quantos cururus eu tenho para comprar o pão nosso de cada dia.

“─ Como é a cegueira?

— Uma das primeiras cores que se perde é o negro — respondeu o escritor de 86 anos, há quatro décadas sem visão. — Perde-se a escuridão e o vermelho também… Naquela direção, onde está a janela, há uma luz. Vejo movimento mas não coisas. Não vejo rostos e letras.

A névoa densa na política deste outono deixou governo e Congresso em estado de anopsia similar ao descrito por Jorge Luis Borges na sua última entrevista, em 1985, ao repórter Roberto D’Ávila. A bruma encobre a transformação do país numa fábrica de desilusões.

Foram 13.100 novas demissões a cada dia útil dos últimos 12 meses no mercado formal de trabalho. Antes do carnaval, pesquisadores do IBGE contaram nove milhões de pessoas à procura de ocupação em 3.500 cidades. A perspectiva é de que esse contingente aumente para 13 milhões no segundo semestre.

Encerra-se o capítulo da “inclusão social”, celebrado na marquetagem eleitoral da última década, com uma combinação nefasta de mais desemprego e declínio na renda familiar dos mais pobres (7,4%). A reversão do bem-estar social, pelo aumento na desigualdade, acaba de ser confirmada por pesquisadores como Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas.

Há um fenômeno novo, detectou a Associação das Empresas de Transportes Urbanos: as pessoas reduziram seu movimento nas maiores cidades. Ônibus levam menos um milhão de passageiros por dia, em comparação a 12 meses atrás. Na periferia, segundo a entidade, cresceu a preferência pela viagem de bicicleta ou a pé.

Na região mais industrializada registrou-se o fechamento de 20 fábricas a cada dia útil, informa a Junta Comercial do Estado de São Paulo. Perderam-se 4.451 indústrias paulistas, 24% mais que nos 12 meses anteriores. Agora, avança-se no quarto ano seguido de recessão, com inflação alta e recorde mundial de juros.

Governo e Congresso se mantêm numa cegueira deliberada. A oposição em transe dedica-se à demolição de pontes para o futuro com “bombas” legislativas, como a de R$ 330 bilhões da semana passada, que turvou uma das raras iniciativas construtivas dos últimos tempos — o acordo feito pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) para aprovação da Lei das Estatais.

O governo perde-se em desvarios. Dilma Rousseff fez do Planalto um escritório de advocacia 24 horas. Faz comícios e, quando não insinua seu desejo de prisão para o juiz que autorizou o grampo do telefone de uma pessoa investigada, Lula, recita imaginário “golpismo” num pedido de impeachment, previsto na Constituição que o PT se recusou a subscrever.

Esconde que o seu partido, sob comando de Lula, apoiou nada menos que 50 petições similares contra três presidentes entre 1990 e 2002. Foram 29 contra Fernando Collor, quatro contra Itamar Franco e 17 contra Fernando Henrique Cardoso. Lula superou 34 pedidos de impeachment. Dilma somava 49 até ontem à noite — no último é acusada de usar seu poder constitucional para proteger um investigado, dando-lhe “auxílio direto” para escapar “do juiz natural das investigações”.


A luz sobre negociatas como modo de governo, nos inquéritos sobre corrupção, cegou os que fazem política. Tateiam paredes do labirinto da crise que construíram, e não enxergam a saída.”

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