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quarta-feira, 16 de março de 2016

Sem a "bala de prata" do Collor, mas, com a "bala de ouro" do Moro




Por Zezinho de Caetés

Meu glorioso São Caetano, padroeiro de nossa terra, minha e do Lula, aqui estou a vossos pés para pedir o estancamento da sangria que seu filho mais influente, hoje mais conhecido como Luís Inácio Jararaca da Silva, implantou neste país. Vivemos dias nem previstos por Antônio Conselheiro.

Imaginem vocês que, depois de tanta beleza vista nas ruas, com a população pedindo “Fora Dilma!”, “Fora Lula!” e “Fora PT”, ontem o que se teve de notícia mais relevante foi a delação do Delcídio do Amaral, na qual ele detona quase todos os poderosos de nossa combalida república.

Fora o caso, quase secundário, de o meu conterrâneo Lula ter passado à tarde toda pedindo emprego a presidenta incompetenta Dilma, para fugir das garras afiadas do juiz Sérgio Moro, o que mais me chamou atenção foi uma entrevista do Aluisio Mercadante, sim, aquele que é tão amigo da Mãe da Zica, a Dilma, que disse que se ela não tivesse com quem descer a rampa do Planalto, quando for defenestrada pelo impeachment, ele desceria de braços dados com ela.

Depois da publicação de um diálogo gravado entre ele e um assessor do Delcídio, no qual procura comprar o senador para que não faça deleção premiada, ele foi chamado por Dilma, que depois de um puxão de orelha e uma provável ameaça de chute nas partes baixas, deve tê-lo obrigado a se explicar numa entrevista coletiva. E lá foi ele.

No entanto, a entrevista foi tão patética que até os jornalistas pediram para encerrar, talvez com vergonha de escrever sobre ela. Quando ele declarou que o queria era ajudar à família do indigitado senador, porque sempre foram amigos e estava penalizado com a situação de suas filhas, foi realmente comovente. Se eu não soubesse do que um petista de alto coturno é capaz eu poderia ter ido às lágrimas. E não seriam lágrimas de crocodilo.

Fiquei penalizado até hoje, quando vi um vídeo no YouTube que mostra as declarações de Delcídio diante da Polícia Federal a respeito do Mercadante. Vejam vocês mesmo (o vídeo está lá embaixo) e concluam se aquela declaração de amizade do ainda, até o momento que escrevo, Ministro da Educação, tem algum valor. Pelo menos da parte do senador, ex líder do governo no Senado, não há forma de se acreditar numa palavra dele. Ou seja, nossa Pátria Educadora está mal na Educação.

Porém, para não perder o hábito, entre o vídeo e este nariz de cera, eu coloco um texto do Hurbert Alquéres, onde ele tenta mostrar a esparrela em que cairá a inocenta incompetenta presidenta se ela colocar o Lula no ministério. O título do artigo é “Sem bala de prata”, revendo velhos e tristes dias deste Brasil que ainda depende de balas de prata para continuar existindo.

O que a população está esperando mesmo, e o demonstrou domingo passado, é a “bala de ouro” do Sérgio Moro, aquela que não mata mas coloca na cadeia os vivaldinos desta nossa tenra democracia.

Fiquem com o texto do Hubert e depois vejam o filme do Delcídio, que eu vou ligar a TV para ver se o Lula já é ministro ou se já foi preso.

“Quando lançou seu plano econômico, o então presidente Fernando Collor justificou o confisco da poupança com a necessidade de dar um tiro certeiro no tigre da inflação. Só lhe restava o último cartucho, a bala de prata, dizia ele. Onde foi parar essa história, todos nós sabemos.

É preciso ter cuidado com arroubos. Nada é mais temerário do que achar que problemas acumulados por um longo período de irresponsabilidade e mal feitos podem ser corrigidos no voluntarismo e esperteza.

Emparedada pelas multidões que coloriram as ruas das principais cidades do país no último dia 13, e pela corrosão de sua base parlamentar, a presidente Dilma Rousseff repete o gesto desesperado de Collor e apela para a sua bala de prata: fazer de Lula seu superministro. Tem tudo para ser um tiro na água.

Com a nomeação, a presidente apega-se a Lula como os mariscos encrustam-se nas pedras. Vislumbra aí o único caminho: reorganizar tropas no Parlamento para evitar seu impeachment. Paga qualquer preço para evitá-lo. Dá as costas ao povo, submete-se ao vexame de uma “renúncia branca” e à condição de uma “rainha da Inglaterra” sem qualquer glamour.  Mesmo assim, é duvidoso que consiga seus objetivos.

Dilma dá demonstrações de não ter entendido absolutamente nada do que os atos contra ela disseram. A assunção do ex ao posto de homem forte do governo, em vez de reconciliar o Planalto com as ruas, é um tapa na cara dos manifestantes. Beira ao escárnio.

A leitura de que Lula foi se acoitar no ministério de Dilma para ter foro privilegiado é combustível puro para a indignação nacional. Por mais que os petistas jurem de pés juntos que o caudilho vai para o Ministério por ser um Pelé da política, ninguém crê um milímetro nesta versão. O senso comum levará à mesma conclusão exposta por Lula em 1988: “aqui no Brasil é assim: quando um pobre rouba, vai para a cadeia; quando um rico rouba, vira ministro”.

O temor explica-se pelo histórico de impunidade, mas não se justifica diante da postura positiva das instituições republicanas, - entre as quais o STF- com relação à Operação Lava-Jato.
Diante da enxurrada de delações e denúncias envolvendo seu nome, é quase impossível o ex-presidente escapar de uma investigação comandada pela Suprema Corte.

Teremos, nesse caso, uma situação vexatória. O novo homem forte do governo estará na mesma condição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Um investigado no STF sentando praça no bunker de Dilma, na sua antessala. Só falta chegar à cadeira presidencial...

É uma situação esdrúxula. Nunca antes neste país um ex-presidente virou ministro de outro presidente. Mas o desrespeito à liturgia é o menor dos males. O maior deles é colocar a presidente na condição de cúmplice, de alguém que age para blindar seu criador, para obstaculizar a Justiça.

Essas suspeitas assumem proporções bombásticas diante das gravações apresentadas pelo senador Delcídio Amaral, como prova de que Aloísio Mercadante, na condição de ministro da Casa-Civil, ofereceu ajuda financeira para evitar a delação premiada de Delcídio.

Ao nomear Lula, Dilma imagina agradar as “bases populares”, para ter alguma tropa em sua defesa, ainda que seja um exército sem poder de fogo e sem bandeira.
E as imposições do ex são altíssimas. Quer proteção para ele e para a sua família. E quer mudar tudo na economia.

Com isso, descarta-se, de vez, qualquer possibilidade de ajuste econômico. O abrandamento do rigor fiscal, a utilização das reservas do país para inflar artificialmente o consumo e a adoção de medidas heterodoxas terão efeitos deletérios na já combalida economia e na vida dos cidadãos.

Diante do eventual cavalo de pau imposto por Lula, qual será a postura de Nelson Barbosa. Avalizará a aventura? E qual será a reação dos empresários? Investirão seu capital neste mar de instabilidade? O mundo produtivo já deu o recado: também quer “Fora Lula”, “Fora Dilma”, “Fora o PT”.

Sem munição, Dilma não partiu para o tudo ou nada. Partiu para o nada ou nada.”



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