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segunda-feira, 28 de março de 2016

A semana - "Não vai ter golpe" e "A culpa é do Moro". Dilma e Lula nas paradas...




Por Zé Carlos

Se na semana retrasada o quente da coluna foram os grampos de Lula, Dilma e companhia, num intuito claro de atingir os nossos maiores colaboradores, fervendo, nesta que passou, foram os “ecos” dos grampos. Nunca na história deste país (frase que se tornou uma marca registrada do nosso colaborador Lula, para despertar as plateias pelo o riso) se viu celeumas tão grande quanto aquelas ligadas às gravações do grande show de humor dado por vários personagens do mundo político, que abordamos, parcialmente na semana passada, envolvendo os grampos. As reações foram tantas, que o Ministro Teori Zavascky, com medo de que o Brasil entrasse em transe hilariante, colocou os áudios em sigilo.

Triste engano do Ministro Teori, por não levar em conta as redes sociais que substituem muito bem os mexericos e o “boca a boca” na política do tempo do Coronel Zé Abílio. Naquela época se o Padre Alfredo dizia, durante a missa, que ele cometera algum pecado mortal, esta informação não saia de dentro da igreja, porque todos tinham medo do Coronel. Ou seja, não havia o Facebook, os Blogs como este que vocês leem, o Whatsapp, e até mesmo o quase já arcaico, e-mail. E na maioria das vezes o assunto morria ali mesmo, e, depois da missa, o Coronel continuava cometendo seus pecados mortais, alguns, mortais mesmos.

Hoje não! Pode perguntar a alguém o que a Dilma disse para o Lula no último grampo, que o menos informado leitor e eleitor saberá responder, que ele quis dar uma de esperto e pediu a Dilma que lhe mandasse um “termo de posse”, para ele esfregar na cara de algum policial federal que aparecesse para prendê-lo. E ela, no afã de participar desta coluna semanal de humor, ao invés de só mandar o papel, telefonou dizendo que estava quase morrendo (desculpem, lembrei da música), digo, telefonou para dizer que só o usasse em caso de necessidade, o que todo mundo entendeu, é claro, embora interpretando “necessidade” como aquela em que se usa papel higiênico, ao seu término. Povo cruel, pois quando ela mostrou a folha de papel, lá naquele show de humor no Planalto, todo mundo viu que, se a necessidade fosse esta, ele não poderia sentar, pela textura rústica do papel.

Mas, o Ministro Teori, levando em conta todas as possíveis consequências de papéis como estes, colocou em sigilo todos os grampos, embora, em termos políticos, com toda inutilidade que uma ação como esta trás, agravando a situação daqueles a quem a medida tenta proteger. E nesta semana que passou, o Lula que era o  “senhor dos anéis” tornou-se o “senhor dos grampos”, num piscar de olhos. E até tem quem queira, depois dos grampos, tirar alguns títulos de Doutor Honoris Causa dele. Como dizem que são muitos, talvez não lhes façam diferença, e os que sobrarem ainda poderão provar que ele tem mais títulos do que o FHC.

Porém, mesmo com a decisão do Ministro de devolver os grampos para o STF, o que o Gilmar Mendes, sim aquele outro ministro do STF que tentou enviar o Lula para as mãos do Moro, tinha mandado voltar para “República de Curitiba”, que nada mais é do que uma cognominação da atuação da Lava Jato, ou seja, aquela operação policial, que promete não deixar uma só sujeirinha na política brasileira, não foi anulada a decisão de que o Lula não fosse ungido como ministro, como ele queria tanto, junto com a Dilma. E Lula, agora está, como se dizia lá em Bom Conselho, por aqueles que adotavam  linguajar semelhante ao dele, igual a “merda n’água”, nem sobe e nem desce, mas, esperando descer com o jato da operação.

E como, nem só de pão vive o homem, o Lula vive também de humor e, quando, ele reúne uma plateia com bandeiras com estrelas vermelhas e camisas idem, ele sempre foi impagável. Com um medo danado, que ele esconde, como ficou claro nas declarações grampeadas, de ser preso num camburão normal, isto é, sem climatização como foi o último em que o Sérgio Moro o colocou, na quarta-feira passada ele chegou ao clímax de sua veia humorística, quando ele disse que é a Operação Lava Jato a responsável pelo desemprego e pelo pânico criado na sociedade brasileira. Quando, mesmo os seus maiores seguidores e admiradores já bolavam pelo chão de tanto rir, ele garantiu que se o Congresso Nacional desse a ele seis meses, ou tivesse paciência de seis meses, ele, transformaria este país no trenzinho da alegria. Nem é preciso dizer que foi preciso chamar o SAMU para levar uma porção de gente ao hospital, por embolia hilariante. E continuou, sem remorso:

“Essa operação de combate à corrupção é uma necessidade para esse país. Mas eu acho que vocês deveriam procurar a força-tarefa, o juiz, para saber o que eles estão discutindo sobre quanto essa operação já deu de prejuízo para este país. Será que não dá para combater a corrupção sem fechar as empresas? Já ouvi falar R$ 200 bilhões, R$ 250 bilhões de prejuízo. Quando isso terminar, você pode ter muita gente presa, mas pode ter muita gente desempregada nesse país. Vocês têm que procurar a força-tarefa e perguntar se eles têm consciência do que está acontecendo nesse país”.

Aí não sobrou ninguém nem para contar a história, a não ser um grupo que não prestou muita atenção no discurso de Lula, o pândego, pois estavam dizendo: “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo.”

No entanto, se pensam que foi o Lula que reinou, em termos humorísticos nesta passada semana, se enganaram. A Dilma foi tão exitosa, na tarefa de fazer rir, que passou a ter seus shows feitos até para plateias internacionais. Tão pensando que é brincadeira? O show dela, chamado “Não vai ter golpe!”, foi oferecido a jornalistas internacionais, depois que ela soube que a revista The Economist, a andou acusando de que ela, no mínimo, é incompetente, o que não seria motivo para seu impedimento, mas, que tentar ajudar o Lula a não ser preso, obstruindo a Justiça, seria imperdoável e decidiu dizer o que muitos brasileiros já sabem, embora em português: “is time to go”. E, neste afã de colocar seu humor no cenário internacional disse textualmente:

“Não cabem meias palavras: o que está em curso é um golpe contra a democracia. Jamais renunciarei.”

Não houve gargalhadas porque nem todos os jornalistas estrangeiros conhecem bem a história do Brasil, para saber que quando começa esta história de não renunciar de jeito nenhum, é apenas uma forma de fazer humor, quando se lembram do Collor, que dizia a mesma coisa e terminou renunciando, mesmo que, um Fiat Elba, valha muito menos do que o que o Delcídio, sim aquele, cuja missão hoje é receber todos os prêmios para delatores premiados, nesta verdadeira Olímpiada delatória, disse que a Dilma fez. Dizem, que, depois desta declaração, quando o Sérgio Moro abre sua porta para trabalhar, já há uma fila enorme de gente querendo delatar.

Nesta semana que passou, esta fila cresceu em quantidade e qualidade, porque falaram que a Odebrecht, sim, aquela empreiteira que construiu quase todas as obras deste país, incluindo algumas num apartamento tríplex do Guarujá e num sítio lá em Atibaia, que dizem ser do Lula, e ele ainda nega, e nega tanto que já foi até inspiração para um samba que deve servir para o enredo de alguma escola de samba no próximo ano (vejam o samba no final desta coluna), resolveu fazer delações em série, desde o seu presidente o Marcelo Odebrecht, até o mais simples contínuo, que deve dizer que tomou muita cachaça 51 com o Lula, nas épocas em que ele ainda sorvia este tipo de bebida.

E foi um horror quando “vazaram” uma lista, (sem cheiro, é claro, porque o novo Ministro da Justiça, comentado os grampos lulistas, disse que demitiria todo mundo se pelo menos “sentisse o cheiro de vazamento”), na qual mais de 200 políticos aparecem como sendo beneficiários de um “dinheirinho da Odebrecht”. Dizem que são tantos e tão importantes na lista, que políticos que nela não entraram, estão possessos pela desconsideração e querem entrar nela de qualquer jeito. Por exemplo, lá não consta o nome do vice-presidente Michel Temer, e que agora está com medo de que não queiram mais o impeachment de Dilma sozinha porque ele já entrará na presidência desacreditado, pois não entrou na lista.

No entanto a lista em si não é o mais adequado para esta coluna de humor, apesar da surpresa de alguns nomes, de Pernambuco, que foram honrados pela sua inclusão, como Raul Jungman, Elias Gomes, Armando Monteiro, Bruno Araújo, Daniel Coelho, Humberto Costa, Pedro Eugênio, Mendonça Filho e até mesmo o Pastor Paulo Garcia, que, se recebeu alguma coisinha da empresa, deve ter sido para fins religiosos. O adequado para o humor mesmo são os apelidos de alguns que, segundo o vazamento, foram aplicados a alguns dos políticos. Só os apelidos em si já são motivo de riso, mas, o melhor mesmo é imaginar porque cada um ganhou o seu. Vejam a lista:

Romero Jucá – Cacique
Manuela D’Ávila – Avião
Edivaldo Brito – Candomblé
Daniel Almeida – Comuna
Paulo Magalhães – Goleiro
Raul Jungman – Bruto
Jarbas Vasconcelos Filho – Viagra
Renan – Atleta
José Sarney – Escritor
Eduardo Paes – Nervosinho
Sérgio Cabral – Proximus
Eduardo Cunha – Carangueijo
Jorge Picciani – Grego

Vejam que time! Tem até goleiro, e com certeza melhor do que aquele que levou 2 gols da seleção uruguaia em plena Sexta-feira da Paixão, me fazendo jurar que jamais voltarei à Arena Pernambuco, a não ser que seja incluído na lista da Odebrecht, pelo menos para financiar minha ida de helicóptero. Mas, isto é apenas um sonho, pois fazer parte de um time como aquele mostrado nesta lista só para quem tem um futebol melhor do que o de Neymar, e isto eu deixo para os netos. E ainda mais, soube que a Arena foi construída pela Odebrecht e não quero ter meu apelido na sua lista nem trabalhar no seu Departamento de Operações Estruturadas. Pasmem, que este era o nome, segundo as informações do vazamento, que a empresa dava ao seu setor que tratava exclusivamente de “propinas”. A pergunta que não quer calar é se no governo federal haveria também um setor específico para atender a este setor da empresa. Pelo andar da carruagem ele deve ficar na Casa Civil, pois nenhum ministério teve tantos ministros presos como ele, a começar pelo Zé Dirceu, que não quer arriscar que entre mosquito em sua boca.

Todavia, voltando à nossa lista, restaria inquirir, por exemplo, por que Romero Jucá é Cacique? Não é tão claro quanto chamar a Manuela D’ávila de Avião, mesmo não a conhecendo, e sim porque é a única mulher da lista e o machismo ainda abunda neste país. E por que o Raul Jungman é o Bruto? Também não é tão evidente quanto colocar o codinome de Sarney de Escritor ou o Eduardo Paes de Nervosinho, que o diga o povo de Maricá, ou quanto colocar o Eduardo Cunha de Carangueijo. Será porque quando ele apareceu tudo andou para trás, como o crustáceo que serve de tira gosto? O que entendi perfeitamente foi o do Renan, Atleta, porque nunca vi alguém conseguir levantar tantos processos e ficar segurando-os por tanto tempo, só um verdadeiro atleta, que está pronto para competir em qualquer olimpíada nesta modalidade. Bem, mas o que não dar para entender mesmo é porque chamaram o Jarbas Vasconcelos Filho de Viagra. Minha mente vagueou por muitas interpretações, mas, deixa prá lá...

Enfim, a semana termina com a decisão do juiz Moro de soltar os funcionários da Odebrecht que estavam preso na última fase da Operação Lava Jato (que nem me lembro o número de tantas que já foram). Eu não soube ainda as explicações dele para a soltura. Talvez tenha sido porque eles é que deram os apelidos da planilha e não deram nenhum ao Moro. Eu, também, jamais daria apelido ao juiz Moro, mas, pelo grau de aceitação que o vi ter por parte da população brasileira, ele bem que poderia ser chamado de “o namoradinho do Brasil”, com todo o respeito a ele e a Regina Duarte, recebedora de epíteto semelhante.

Fiquem agora com o bom samba, “Não é nada meu”, que ainda não é de enredo de Escola de Samba, mas, revela muito bem o enredo do nosso colaborador, o Lula, que cada vez se enrola mais, porém sem perder a ternura e o humor, jamais.


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