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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Recordar é Viver - O "sincericídio" de Dilma e suas consequências (24/04/2014)




Por Zezinho de Caetés

Ontem li o texto do Zé Carlos aqui na AGD, comentando um filme que ele diz ser de humor. Penso que seja de humor negro, quase todos que versam sobe o tema da Petrobrás. Ri quando ele comparou a Petrobrás com a lojinha de R$ 1,99 da gerenta presidenta. O pior de tudo, lendo outros blogs, jornais e TVs vejo que a mídia “só pensa naquilo”. E não era prá menos.

Como diz o imortal Merval Pereira no texto abaixo, esta empresa que foi criada para garantir que o petróleo seria nosso, continua no centro do debate político, e é a maior pedra no sapatão da Dilma (sem ofensas preconceituosos, apenas pelo número) para que ela se reeleja. E a bomba vem com efeitos de estilhaçamento sobre o meu conterrâneo, o Lula, de uma forma avassaladora. Afinal, foi em sua gestão que se cometeram os maiores delitos hoje motivos de uma CPI, e que, como sempre, ele mesmo, com uma vergonha danada, dirá que não sabia de nada. Mas, o povo, certamente, está cansado desta desculpa esfarrapada.

Ora já se viu, alguém passar 8 anos para descobrir que uma empresa que comanda perdeu mais de 1 bilhão de dólares, e que hoje não vale nem metade do que valia, dando prejuízos a tantos brasileiros. E não pensem que o prejuízo é só para os mais ricos. O donos do dinheiro do FGTS foram incentivados a serem sócios de uma empresa cuja gerenta já sabia bichada há muito tempo. Isto atinge todos os níveis de renda. A esperança da gerenta presidenta para ganhar as eleições está no fato de que o Bolsa Família ainda não recolhe para FGTS. Se recolhesse e os bolsistas descobrissem que não poderiam nem comprar um smartphone para um filho devido as perdas na Petrobrás, ela já estaria derrotada.

E agora, mais uma vez, os nossos olhares se voltam para STF, mais precisamente, para a ministra Rosa Weber, que julgará se haverá uma CPI magra (só os problemas da Petrobrás) mas sadia ou um CPI gorda (incluindo tudo que se passou no Brasil até hoje) mas doente. Eu só sinto é que o sorteio para relatar este processo não tenha caído em Joaquim Barbosa. Mas, vamos ver como a ministra Rosa julga a matéria, e que não deixe brecha para o presidente do Senado, Renan Calheiros começar mais uma chicana jurídica. Eu tenho meus medos da ministra Rosa Weber, por ela ter decidido que Zé Dirceu não formou uma quadrilha. No entanto, eu espero que agora ela não conclua que na Petrobrás não houve crime nenhum e que suas perdas deveram-se exclusivamente ao Marcos Valério. Este, coitado, é o culpado de tudo que o PT fez até hoje, embora, agora, o culpado seja o Vargas.

Pelo tamanho do imbróglio em que se meteu nossa gerenta presidenta ao declarar que se soubesse das coisas não teria aprovado a transação envolvendo a refinaria de Pasadena, enquanto o ex-presidente, Sérgio Gabrielli, diz que foi ótima, enquanto durou, tenho o prazer de sonhar com sua sorte na corrida presidencial, ficando ou saindo. Para ela agora “se correr o bicho pega e se ficar o  bicho come”. Se correr, dizem, virar o Lula, o homem que nunca soube de nada. Se ficar, sairá no primeiro turno. Penso que só isto, agora, é o que alegra os que usaram seu dinheirinho suado para se tornar sócio da Petrobrás. E aguardem, vem aí o Pré-Sal, que já é visto como o maior blefe do Lula, coadjuvado pela sua melhor gerenta. O PT se despedir do governo federal será uma imensa alegria para mim. E não me perguntem quem virá, pois terei o prazer de repetir que qualquer um que venha faz parte do meu otimismo contumaz.

 Espero, e até rezo para que Lula cometa o seu “sincericídio” e diga que foi ele que roubou a goiaba naquela nossas andanças lá por Caetés. Até hoje, mesmo com o bolso cheirando a goiabada cascão,  ele diz que não sabia, quando não me acusa. Coisa de criança?

E continuem com este tema através do texto Merval, publicado ontem (22/04/2014) no O Globo, e descubram com que o PT sujou as mãos. Não foi só com petróleo, tenho certeza.

“A Petrobras continua no centro do debate político desde que a presidente Dilma Rousseff cometeu o “sincericídio” de admitir que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi um mau negócio feito com base em relatório “técnica e juridicamente falho”.

Assumiu assim, às vésperas da campanha eleitoral, uma atitude crítica às administrações anteriores à sua gestão, que tiveram um cunho marcadamente político nos dois mandatos do ex-presidente Lula, primeiro com José Eduardo Dutra e depois com José Sergio Gabrielli.

Como não pode ir adiante nas críticas, a presidente ficou paralisada numa ação política de alto risco, que a expôs ao mau humor de seus adversários internos no PT. “Ela não pode fugir às suas responsabilidades”, retrucou Gabrielli em entrevista, colocando Dilma como coautora da decisão da compra, já que presidia o Conselho da companhia.

Além de afetar sua imagem de boa gestora, a esta altura totalmente desacreditada, a queda de valor da Petrobras no mercado de ações afeta diretamente milhares de eleitores que usaram o Fundo de Garantia para comprar suas ações, e também um símbolo nacional que já serviu de base para campanhas petistas e hoje se tornou uma carga pesada.

Não é um debate promissor para quem começa a ter dificuldades na corrida presidencial, com queda de popularidade e aprovação do governo que a coloca em rota de redução de possibilidades de se reeleger.

O recorte da pesquisa Datafolha que analisa a preferência dos 17% que conhecem igualmente os três candidatos à Presidência da República a coloca em pé de igualdade com os adversários Eduardo Campos e Aécio Neves, o que implica deduzir que quando todos forem igualmente conhecidos, o favoritismo de Dilma se esvairá.

Mais que isso, no hoje provável segundo turno, a presidente perde para os dois nesse grupo, o que reforça a ideia de que qualquer um que vá ao segundo turno receberá o apoio da maioria dos eleitores do outro, uma situação totalmente diferente das eleições anteriores, quando boa parte dos que votaram com a oposição no primeiro turno retornou para Lula no segundo.

E ainda tem a CPI da Petrobras. A ministra Rosa Weber, que pode dar a decisão hoje sobre a sua constitucionalidade, tem diante de si uma questão técnica com alto teor político, fundamental para a garantia de que a democracia brasileira assegura às minorias uma margem de atuação que não pode ser sufocada por maiorias eventuais. A maioria pode tudo numa democracia, menos impedir seu funcionamento.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é um instrumento típico das minorias, e por isso é tratada na Constituição com clareza em vários artigos, de definição muito simples e direta: se tem fato determinado a ser apurado e o número de assinaturas suficiente, deve ser instalada imediatamente.

A manobra do presidente do Senado, Renan Calheiros, aceitando o ineditismo de os governistas acrescentarem fatos novos à CPI pedida pela oposição, com a intenção de inviabilizá-la, não tem guarida na Constituição nem no parecer do ex-ministro do Supremo Paulo Brossard, que Calheiros utilizou indevidamente como base de sua argumentação, fazendo uma estranha exegese do que Brossard pretendeu dizer.

O jurista gaúcho, ex-ministro da Justiça e ex-senador, reagiu em entrevista quando viu seu voto ser distorcido na decisão de Calheiros: “Uma das ideias centrais da CPI é justamente que a investigação deve recair sobre um fato certo. Não pode ser sobre dois, três, quatro temas. De forma alguma!”.

Segundo o relatório do ex-ministro no julgamento do habeas corpus nº 71.039, de 1994, fatos sem conexão com o objeto inicial da CPI, como no caso do suposto cartel de trens em São Paulo, devem ser analisados por novas comissões de inquérito, não podendo ser incluídas na original.


Somente “fatos conexos” que surgirem no transcorrer de investigações podem ser incluídos. O presidente do Senado desmentiu que pretenda recorrer ao plenário do STF, alegando que a definição da CPI seria uma questão do Congresso, caso Rosa Weber dê hoje razão à oposição. Está admitindo, assim, que a disputa é mesmo de natureza constitucional e deve ser definida pela mais alta instância do Judiciário.”
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P.S.: Já hoje, 24/04/2014, lí na mídia que a Ministra Rosa Weber agiu para manter nosso Estado Democrático de Direito. Portanto, não tenho mais medo da Ministra. Caro Zé Carlos, se der tempo coloque este PS no meu último texto. (Zezinho)

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