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sábado, 21 de junho de 2014

Casa de ferreiro, espeto de pau




Por Zezinho de Caetés

Deixem-me confessar que sempre gostei de futebol, e mais ainda de jogos da Copa do Mundo. Consequência: Meu tempo de escrever ficou inversamente proporcional à dedicação em ver os jogos. Por isso fico mais do que atrasado nas minhas leituras, mas, um craque em interpretar cada partida do Brasil e de outros países. Conclusões intuitivas até agora, depois da primeira rodada desta fase que elimina os que aqui vieram fazer turismo: Alemanha e Holanda estão na frente outra vez. Ora, julgar-me-ão um impatriota ao dizer isto. Da mesma forma se tornou impatriota para o PT qualquer verdade que seja dita sobre a economia brasileira e a queda da Dilma.

Falei em Dilma? Então falei em futebol. Hoje é muito difícil esquecer a gerenta presidenta quando se fala de Copa. Depois dos xingamentos que ela recebeu (transformados pelo Zé Carlos em: “Oi Dilma, vá comer chuchu!”, com muita propriedade vejam aqui) no Itaquerão, ela jamais será esquecida. Mesmo depois de muitos anos, talvez quando o Brasil voltar a sediar uma Copa, em 2074, esta partida será lembrada como aquela em que ela realmente “comeu chuchu”, por ter se escondido do povo, e teve uma indigestão tão grande que desistiu de ir ao jogo com sua colega, Angela Merkel, ver a Alemanha dar um baile maior do que o da Ilha Fiscal em Portugal. Foi também medo da alemã tentar fazer qualquer comparação com o Brasil. Sua indigestão seria ainda muito maior.

Imaginem se ela tivesse ido a Fortaleza ver o bisonho Brasil empatar com o México. Certamente, a torcida a levaria à loucura mandando ela comer gerimum com leite. Isto se não passassem à tentativa de homicídio mandando-a  comer manga com leite, que, segundo minha mãe, espanhola de boa cepa, dizia que esta combinação “falta um grau prá veneno”.

Eu só fico imaginando hoje, a partir deste jogo, o que será de nossa gerenta presidenta comparecendo à final da Copa, com o Brasil fora dela. Não, ela não seria louca a este ponto. O povo a mandaria comer chuchu com algo que amarga e fede “qui nem jiló”. Deus a livre e nos livre também deste cardápio.

Abaixo, para não perder o hábito, eu transcrevo um texto que foi intitulado “Pornografia e Política”, do Ruy Fabiano (Blog do Noblat – 14/06/2014). Ele comenta o episódio do jogo de estreia da Copa e sua relação com a gerenta presidenta, de uma forma muito apropriada. E vai a um ponto que, para quem conhece Lula, desde criancinha, sabe muito bem, que ele sempre foi o maior boquirroto do Brasil, e quando fala a pornografia abunda. Também, como contar a história da sua iniciação sexual lá por Caetés, numa entrevista, sem apelar para pornografia? Agora, se perguntarem quem foi o culpado ele dirá que foi a cabra, ou que não sabia que não se deveria fazer isto com um ruminante. Neste caso, “casa de ferreiro, espeto de pau”, como dizíamos lá em nossa querida Caetés.

As reações lulopetistas aos xingamentos dirigidos à gerenta presidenta são de um hipocrisia ululante, lembrando o nosso Nelson Rodrigues hoje revivido em algumas crônicas nesta AGD. E como dizia este nobre escritor, o campo de futebol é o templo da xingação, é o lugar onde se vaia até minuto de silêncio. Embora, seja verdade também que há aplausos para aqueles que os merecem. E a pergunta que fica é a seguinte: “Nossa gerenta presidenta está merecendo aplausos ou uma boa sopa de chuchu?”.

Fiquem com o texto do Ruy Fabiano que eu vou ver outro jogo da Copa. Para ser justo com Neymar, que “quase” jogou bem no 0 x 0 contra o México, o Messi não aguentará, também, levar a Argentina nas costas.

“A novidade da vaia dada no Itaquerão à presidente Dilma foi o seu teor ofensivo, de baixíssimo calão. Sempre se vaiou tudo num estádio de futebol, mas apenas ao juiz estavam reservados os palavrões mais cabeludos. Dilma foi brindada com a novidade, que Lula, com toda razão, classificou de “falta de educação”.

O estranho, no entanto, é que tal puxão de orelha tenha partido de alguém que, no cargo de presidente da República, quebrou todos os protocolos verbais, chamando seus adversários de “babacas”, proferindo com a maior naturalidade e frequência as expressões mais chulas – como “merda”, “tira a bunda da cadeira” - e reclamando do falso moralismo de quem o criticava.

O presidente da República, seja ele quem for, tem, por força do cargo, papel de referência perante o público. Se ele pode dizer palavrões do alto dos palanques, todos se sentem com o mesmo direito. É ele quem, mais que qualquer outro, estabelece os limites verbais e comportamentais que o público há de seguir.

Deve-se ao PT, aliás, a quebra de todos os limites protocolares na política. Pornografia verbal é sua manifestação menos ofensiva. Quando deriva para atos – e atos com dinheiro público -, eis sua forma mais abjeta e deplorável.

A privatização dos bens públicos, por exemplo. Quando Lula mudou a lei da telefonia e permitiu que seu filho intermediasse a bilionária fusão da Telemar (Oi) com a Brasil Telecom, praticou um ato moral? Antes, a Telemar, da qual o BNDES era sócia, já havia injetado R$ 5 milhões numa empresa de fundo de quintal de Lulinha, a Gamecorp. Isso, sim, é pornografia.

E a Petrobras, que a Polícia Federal diz estar infiltrada por uma “organização criminosa”? E o Mensalão? Lula chamou repetidas vezes José Dirceu de “capitão do time”. Trancafiado na Papuda, seu capitão deixou de ser alguém de sua confiança, como disse em recente entrevista em Portugal. Só faltou dizer quem nem o conhecia. Pode haver algo mais pornográfico?

Na campanha eleitoral passada, no cargo de presidente da República, burlava a lei e debochava das multas do TSE, perguntando à multidão quem lhe ajudaria a pagá-las.

No Mensalão, uma pornografia institucional, produziu algumas amoralidades. Disse que fora traído, sem mencionar por quê ou por quem. Disse que o PT errara e tinha que pedir desculpas ao povo brasileiro. Depois – e desde então -, disse que o Mensalão jamais existiu, que havia sido uma tentativa de golpe contra ele e o PT.

Tentou induzir o ministro Gilmar Mendes a adiar o julgamento, ameaçando denunciar supostas – e devidamente desmentidas - mordomias que teria recebido por parte do bicheiro Cachoeira.

Reclamou da “infidelidade” de Joaquim Barbosa, dizendo que o nomeara por ser negro e não um jurista competente. Racismo pornográfico, jamais reclamado pelo movimento negro. Sigamos.

Ao receber a faixa presidencial de FHC, disse, com emoção: “Fernando, aqui você tem um amigo”. No dia seguinte, passou a atribuir ao “amigo” todas as mazelas do país, debitando-lhe uma suposta “herança maldita”. Quando se viu ameaçado de impeachment, ao tempo do Mensalão, correu ao “amigo” para pedir auxílio, que estranhamente recebeu.

E a Rosemary Noronha? Tratava-se de “uma amiga íntima”, sem qualificações técnicas. Mesmo assim, ganhou cargo de primeira na República. Lula, além de levá-la clandestinamente nas viagens internacionais a que a primeira dama Marisa não comparecia, criou um escritório da Presidência da República em São Paulo - que não existia antes e deixou de existir depois de exposto o escândalo - e a brindou com a chefia.

De lá, como se sabe, ela passou a influir na nomeação de figuras carimbadas para os mais altos postos da República – figuras que hoje estão aos cuidados da Polícia Federal.

Rosemary perdeu status e regalias, mas tem a defendê-la um dos mais caros escritórios de advocacia de São Paulo (remunerado não se sabe como). Mais pornográfico é saber que o caso está envolto em um manto de silêncio.

Mil vezes menos escandaloso é o grito ofensivo da multidão no estádio, cuja construção se deve a Lula, que, por cautela, ausentou-se de sua inauguração. Bertolt Brecht perguntava, com sarcasmo: “O que é um assalto a banco diante do próprio banco?”


A pergunta cabe perfeitamente no caso presente. Não aprovo a conduta da multidão do Itaquerão, mas quem sou eu para lhe dar lições de moral? Transfiro a tarefa a Lula, o grande pedagogo das multidões, que as acostumou ao convívio constante com palavrões e atos políticos pornográficos.”

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