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terça-feira, 17 de junho de 2014

Carnaval da Saudade.




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho


No carnaval deste ano de 2014 resolvi curtir em casa. O barulho do carnaval cheio de axé, sem o carnaval de clubes já não me atraem. O carnaval dos nossos dias é somente uma “manada” de gente acompanhando ao alguns loucos em cima de um caminhão gritando e cobrando rios de dinheiro por apresentação “mixuruca” O barulho ensurdecedor leva a loucura a um bocado de loucos. O que mais se vê? Nada! O que se vê nos atuais carnavais de Olinda é a violência. Roubos, assaltos, prostituição, drogas, que levam as famílias se distanciarem do foco da folia. Aqueles que se ariscam correm o risco de sofrer alguma agressão. Vale a pena a ir para algum lugar? “Boa romaria faz que em sua casa esta em paz” dizia o meu velho pai quando eu saia para brincar o carnaval em tempo atrás. Mas nem tudo esta perdido. Alguns foliões ainda ousam manter alguma tradição de um carnaval sadio, com o frevo na rua, como o Bloco da Saudade entre outros, por abnegação dos foliões que curtiram um carnaval de ouro em tempos passados. As bandas e as orquestras se aposentaram pela imposição dos diretores de clubes do Recife e do interior. As manhãs de sol em clubes não existem mais. O sábado que era tradicionalmente de ZÉ PEREIRA passou a ser do GALO DA MADRUGADA, que não tem mais nada de MADRUGADA, passou a ser o “FRANGO DA MANHÔ, pois este bloco somente sai por volta da onze horas manhã, deixando a sua característica de antigamente, quando o Galo passava por volta das seis horas da manhã e nós já estávamos aposto na calçada do Bar Savoy na Avenida Guararapes, saboreando a orquestra que entoava vários frevos alegrando os foliões. Os passistas com suas fantasias de pierrô, colombina, marinheiros eram protegidos por uma corda em volta por homens de bonés de marinheiros. Paravam em frente ao prédio do Diário de Pernambuco na Pracinha, ponto central e parada obrigatória do Galo. Era um carnaval que brincávamos o tempo todo dentro de uma paz e alegria.   Havia sim alguma discursão e brigas na população, mas não a violência que impera no tempo atual. Em Olinda passou ser o carnaval dos arrastões e agressões. As ladeiras entupidas por marginais que vão roubar e desacatar as pessoas. E a policia? Fazem muita coisa, no entanto, não pode estar em todo lugar para coibir estes desatinos. E assim o carnaval  nos deixa em casa, pois se sairmos não sabemos se voltamos ilesos. A molecada faz de tudo pelas ruas , urinam, defecam, praticam atos obscenos.  Sinto saudades dos carnavais de outrora, com fantasias simples, pierrô, colombina, marinheiro, pirata, acompanhado do frevo, jogando serpentinas e confetes coloridos, colorindo os cabelos das pessoas que assistiam os desfiles. À noite, sempre o baile nos clubes da cidade com orquestra de frevos animando as pessoas, com os foliões arrodeando o salão com lança perfume e toalhas no pescoço para enxugar o suor seu e de sua acompanhante, namorada, noiva ou esposa. Como brinquei em vários lugares, lembro primeiramente dos primeiros passos em minha querida cidade de Bom Conselho, no desfile do BLOCO AMIGO DA ONÇA, a criançada saia pelas ruas acompanhadas pelos pais e o estandarte na frente à figura do “Amigo da Onça” tão presente na pagina da revista O Cruzeiro; em Garanhuns, pela manhã saímos no mela-mela, visitando as residências doa amigos tomando licores, batidas e cervejas, à noite nos salões da AGA, SETE DE SETEMBRO, UNIÃO E NO SPORT, a escolher; No Recife, o ponto de concentração era o bar Savoy, na calçada vendo os blocos passarem, pela manhã, à tarde os matine e a noite nos clubes Atlético, América, Banorte, Internacional, Português e nos salões do meu querido clube SPORT CLUBE DO RECIFE.  AS musicas eram sonoramente cantadas pelos foliões - Olhem a cabeleira do Zezé..., Você pensa que cachaça é agua...., Os teus cabelos não negam....., Vem cá seu guarda bote este moço pra fora, que está com pó de mico no bolso...., Oh jardineira porque estas tão tristes...., Mamãe eu quero, Mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar...Quem sabe, sabe, conhece bem como é gosto gostar de alguém...A lua é dos namorados.... Índio quer apito índio, me dá um dinheiro aí... Daqui não saio daqui ninguém me tira... Menina vai, com jeito vai...o teu cabelo não nega, mulata... E assim passeio o carnaval curtindo esta musicas de outrora. Vale a pena você recordar e cantar quando estiver tomando banho...

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