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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Venezuela: Devemos botar a "barba de molho"?




“De rabo preso com Maduro

Por Mary Zaidan

Gente que dorme e acorda na porta dos mercados para comprar comida que acaba antes de a fila andar. Falta de remédios, ataduras e até de soro fisiológico. Famílias que vasculham lixos e assam animais de estimação para servir no jantar. Mais de uma centena de mortos pela repressão em manifestações contra o governo. Essa é a Venezuela, cujo regime e seu ditador, Nicolás Maduro, receberam apoio incondicional do PT e PCdoB, e parcial do PDT, signatários da resolução final da 23ª reunião do Foro São Paulo, realizada na Nicarágua.

A solidariedade ao regime totalitário de Maduro, expressa em viva voz pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffman, há uma semana, na abertura do Foro, causa repulsa diante da tragédia humanitária do país vizinho. Tão grave que não comporta qualquer tipo de defesa ideológica.

E, ao que tudo indica, ideologia está longe de ser de fato a inspiração para as falas.

Os discursos petistas sempre deram trela ao faz de conta que o ex-presidente venezuelano morto, Hugo Chávez, chamou de socialismo do século 21. Mas, no ver e crer, as identidades do PT com essa turma se consolidaram em outras searas.

Chávez, o gênio que conseguiu parir um golpe sobre si para se tornar presidente, obteve do Brasil do ex Lula tudo e muito mais do que podia esperar. Traduzindo em miúdos, usufruiu de trocas maravilhosas, favores envolvendo fortunas – US$ 98 milhões só na conta de corrupção da Odebrecht, declarados pela empreiteira em oitiva à promotoria dos Estados Unidos.

Muitas transações ainda carecem de explicações, se é que elas existem.

Em um país povoado por denúncias cotidianas, poucos se lembram da festa patrocinada por Lula e Chávez para lançar a pedra fundamental da construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que teria 60% dos US$ 2,4 bilhões orçados para a sua construção custeados pela PDVSA, estatal petrolífera venezuelana.

Isso foi em 2005. Dois anos depois, Chávez se apropriou dos ativos da Petrobrás na Venezuela e, mesmo sem ter colocado um único centavo, reclamava do atraso das obras pernambucanas. Em 2013, Dilma Rousseff anistiou as dívidas da Venezuela com a obra, que, nesta altura, já custava cinco vezes mais: US$ 13,4 bilhões.

Uma aventura de comunhão bolivariana com custos e prejuízos fenomenais para o Brasil, que jamais serão pagos. Ainda inconclusa, a refinaria já consumiu US$ 18 bilhões dos brasileiros e produz menos da metade da previsão inicial de 230 mil barris de petróleo/dia.

Chávez morreu em março de 2013, sem ver as consequências desastrosas da gastança populista que promoveu nos anos em que o petróleo batia recordes de preço no mercado mundial.

Assim como Lula e depois Dilma, ele se regozijava de ter eliminado a miséria. Em 2011, a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) chegou a divulgar que o chavismo reduzira 50% da pobreza do país. Cinco anos depois, o percentual de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza atingiu 81%, embora os dados manipulados pelo regime apontem 18,3% de redução da miséria em 2016.

Além da mentira quase infantil das estatísticas oficiais, facilmente desmanteladas pelo cotidiano -- um salário mínimo venezuelano consegue comprar comida para apenas três dias, isso quando encontra produtos à venda --, a ditadura Maduro luta contra muitas outras frentes. E a pior delas não é a oposição formal, a qual ele tenta derrotar a tiros, literalmente, e com a convocação surreal de uma Constituinte, cujo objetivo é mantê-lo no poder.

Está tendo de enfrentar as vítimas do populismo subsidiado pela ignorância e custeado pelo petróleo, sem ter fartura e muito menos inteligência para fazê-lo.

Abusa da repressão, das milícias armadas, promove a matança, estimula uma guerra civil. Ainda assim tem apoio da esquerda brasileira, irrestrito quando se trata do PT.

Talvez porque os rabos do presidente venezuelano e do PT estejam enrolados em uma trama de difícil equação para ambos.

Maduro foi apontado por Mônica Moura, mulher de João Santana, marqueteiro de Lula e de sua pupila, como pagador de pacotes de dinheiro ilícito, em espécie, para remunerar o trabalho da dupla durante a campanha vitoriosa da Dilma de Chávez. Tudo com conhecimento e aval do governo petista.

O PT de Lula -- que gravou vídeo em favor de Maduro na disputa de 2013, que se arvorou a falar em nome do “povo brasileiro” ao defendê-lo, em abril, quando a chancelaria nacional propôs a suspensão da Venezuela do Mercosul, e que agora se solidariza e apoia a realização da Constituinte pró-Maduro --, é cúmplice e parceiro da ditadura venezuelana.

De um lado, usa a crença bolivariana para alimentar a fé cega dos seus. De outro, busca evitar a derrota fatal de um companheiro -- não de armas, mas de “malfeitos”--, que pode lançar ainda mais lama nos 13 anos de governos petistas. Não importa quantos mais Maduro mande prender ou matar.”

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AGD comenta:

Não é possível se informar sobre a situação do nosso vizinho, a Venezuela, sem tentar imaginar o que seríamos se o PT tivesse continuado no poder. Quando me informo chego até a xingar mais o Joesley por ter delatado o Temer e criar esperança para que o Lula ainda fique gritando, para cada vez menos pessoas, por “Fora Temer” e diretas já visando se locupletar da situação para volta ao poder.

Posso até conjecturar que foi o impeachment da Dilma que nos salvou, e que o Temer e o Eduardo Cunha tiveram uma grande participação nisto. E sentir até um pouco de gratidão quando esquecemos, por uns instantes, seus podres.

O nosso problema agora é o futuro não tão longínquo, se voltaremos ou não a correr o risco de ‘venezuelização’. Esta, talvez, fosse a maior de nossas possíveis tragédias. Ainda não fugimos totalmente do pesadelo que poderia nos abater, se, de alguma forma o PT e apaniguados voltassem ao poder.

Não penso nem numa, cada vez mais impossível, eleição de Lula, porém, como diziam lá em minha terra, “quem tem, tem medo!”. O Lula já elegeu um poste nacional, a Dilma, e um poste municipal, o Haddad, lá em São Paulo, além de outros postes pelo Brasil afora, mesmo estando distantes das campanhas.

O “povo”, que coloco entre aspas por ser aquele que é desinformado de tudo, a não ser do endereço de uso do Bolsa Família, ainda não se livrou de Lula como seu salvador, e, qualquer padre que tente dizer que o verdadeiro Salvador, é Jesus! E, este é o temor. Pois, a classe média e informada, quer é distância do Lula, e por isso a Marilena Chauí a odeia tanto.


O texto da Mary Zaidan mostra o apoio que ainda o Maduro tem na Venezuela e que está levando o país a continuar com a ditadura chavista mesmo que o país viva uma guerra civil. Por isso, deveremos aqui sempre termos a “barba de molho”, ou, “o barba de molho”, quando pensamos na barba do Lula.

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