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quarta-feira, 5 de julho de 2017

O "ponto de corte" e o "acordão do bem"




“Quem assina o acordão?

Por Vera Magalhães

Tal qual um locatário que procura reunir os requisitos para fechar o contrato de aluguel de um apartamento, os que perseguem um acordão que preserve o establishment político e detenha a Lava Jato estão em busca de um fiador. E está difícil encontrar.

Em cada um dos grandes partidos, os interessados em um entendimento “por cima” que se traduza sobre o virtuoso nome de reforma política não podem assinar nada porque estão com o nome sujo na praça.

Ontem, em seu discurso de rentrée no Senado, Aécio fez todos os acenos possíveis para o acordão. Elogiou Michel Temer mais que qualquer peemedebista jamais ousou e poupou o PT mesmo das críticas pela condução da economia. O resultado é que também não foi apupado pela ruidosa bancada oposicionista no Senado, o que não deixa de ser sintomático.

Afinal, a presidente do PT é a senadora Gleisi Hoffmann, assim como Aécio denunciada na Lava Jato. Também ela não pode ser a fiadora do grande aluguel partidário.

E o PMDB? Além de Temer na berlinda, o partido é presidido por Romero Jucá, outro que assistiu calado ao discurso de Aécio, em que o tucano deixou claro, sob o argumento de que há de se preservar o direito de defesa, que o que aconteceu com ele poderia acontecer com cada um ali.

Temer, Lula, Aécio e outros caciques tateiam por uma saída política, mas não há segurança alguma de que ainda consigam deter o trem da Lava Jato. Isso ficou muito claro quando o governo ainda esboçava um suspiro aliviado com a soltura de Rodrigo Rocha Loures e teve de prender a respiração diante da detenção de Geddel Vieira Lima. Um pelo outro, saiu caro para Temer.”

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AGD Comenta:

Eu iria colocar aqui a frase que uso com três finalidades específicas: “Sem comentários”. Na primeira opção ela quer dizer que não tenho mesmo nenhum comentário a fazer, ou seja, a cabeça está vazia. Na segunda, quero dizer que as coisas são tão óbvias que não merecem comentários meus. E na terceira, quando estou sem tempo nenhum de produzir qualquer comentário.

Hoje, fiquei tentado a usar a frase, mas, não me contive, pois o texto da Vera Magalhães, falando num “acordão”, a esta altura do campeonato, merece pelo menos uma palavra: Vergonha!

O Brasil está tentando sair da maior esparrela em que os políticos nos meteram em sua História e ainda se pensa em um grande acordo. Ora, acordo é próprio da política, mas, como hoje ele se apresenta, é um achincalhe à Democracia e ao Estado de Direito, que, a duras penas, estamos tentando construir.

Se querem acordo, por que não propor aquilo que o Temer propôs para os seu governo, de tirar dele as pessoas que fossem denunciadas pela Justiça, e que agora já não mais cumpre, em relação a ele? Seria um ponto de corte, que não sei aonde passar mas seria a solução.

Como não entendo muito de juridiquês e não sei avaliar uma métrica para se medir o comprometimento, no mal sentido, com a Justiça, eu não posso ser preciso nesta proposta de “acordão do bem”.

Dir-se-ia, por exemplo, que quando o indivíduo chegasse a tal nível de comprometimento com a Justiça,  não mais participaria da vida política do país. Óbvio, que isto deveria ser dado pelos princípios morais de cada um se eles existissem, mas...

Eu sei que a operação Lava Jato tem seus erros e exageros, mas, qual a instituição ou ação que nãos os tem? Mas, já é um ponto de corte razoável, para o cara, uma vez nele encrencado, se afastar do palco e ir para a coxia purgar os pecados, e se for o caso, depois voltar.

Vendo ontem a situação humilhante do Aécio Neves, depois de ser pego de calças curtas, tentando elogiar todo mundo para se manter dentro da política num possível “acordão”, chega dá dó. Não seria melhor ele ir se defender em casa dentro dos princípios jurídicos do país, e voltar para enfrentar as consequências, sejam elas boas ou más?


Sempre se diz que teremos uma chance de mandarmos esta turma do acordão para casa nas eleições, mas, elas, para mim demoram muito tempo, e um ponto de corte justo faria um serviço em menos tempo e com mais eficiência para o país como um todo.

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