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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Dia de Finados. Onde estará enterrado o PT?




Por Zezinho de Caetés

Hoje é dia de rever os mortos. E o PT não poderia ser esquecido de forma nenhuma. Por isso, é hora de rezar para que ele descanse em paz e não nos assombre. Eu tenho meus mortos para rever e o farei ao longo do dia, mas, não sem antes tentar fornecer uma leitura boa para os leitores, para quando voltarem do cemitério.

O que encontrei de melhor foi um editorial do Estado de São Paulo de hoje, no qual o jornal se posiciona quanto à morte do PT e das esquerdas nas últimas eleições, mas, também fala de sua tentativa de não saírem do corpo velho que lhe pertencia. Transcrevo-o lá embaixo (“Uma ‘consulta’ muito estranha”).

Relacionado com o editorial, eu assisti ontem ao grande espetáculo da leitura do relatório da PEC do Teto, com mais um esforço do PT em não deixar este mundo, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Logo mais cedo estava assistindo a outra reunião da Comissão de Assuntos Econômicos, que é presidida pela notória Gleisi Hoffman. Claro que ela deu o seu show particular, mas, quem brilhou foi o outro notório Roberto Requião.

E ouvi algo que ainda não tinha ouvido, talvez por falta de audácia em relação ao senador do Paraná, o estado das escolas invadidas e do juiz Sérgio Moro, para vocês verem os contrastes do nosso Brasil. Ele defendeu a tese de que a PEC 241 é o prenúncio do Estado Mínimo, que é o que pretende o governo Temer. Fiquei atento porque este é o meu sonho. No entanto, vi que tudo não passava de mais uma sessão de jus esperniandi do que restou da esquerda.

Se a PEC do Teto levasse ao chamado Estado Mínimo, que é aquele onde as pessoas têm o direito de viver, produzir, consumir sem a brutal interferência do poder público patrão que diz para onde eles devem ir, eu a apoiaria ainda mais. O que ela é na verdade é um esforço para que dentro em pouco não nos tornemos um país como a Venezuela que está passando do Maduro para o podre numa velocidade espantosa.

Mas, se tudo der certo, e espero que o Temer “segure a peteca”, se não chegarmos ao Estado Mínimo, teremos a partir do próximo ano, pelo menos, o Estado Congelado. Quem sabe em 2018 não possamos eleger alguém que esteja disposto a fazer seu descongelamento, não para aumentar sua influência, mas, para diminuí-la ainda mais?

É com este otimismo que lhes deixo com o editorial citado, para ir homenagear os mortos. Quem sabe encontro lá o João Paulo, o Humberto Costa e outros rezando no túmulo do PT? Embora, aqui no Recife, pelo tamanho da derrota do seu candidato, ele deve ter sido incinerado. Esperemos a data de jogar as cinzas, que deve ser em Cuba, junto às de Fidel.

“Começou a tramitar ontem no Senado a PEC do Teto, já com parecer favorável, sem emendas, do relator Eunício Oliveira (PMDB-CE). Aprovada em dois turnos por ampla maioria na Câmara, essa proposta, considerada vital pelo governo, será votada agora, também em dois turnos, pelo Senado. O Palácio do Planalto confia em que a decisão da Câmara será tranquilamente confirmada pelos senadores, permitindo que a PEC seja promulgada até 13 de dezembro. Chama a atenção, contudo, o resultado colhido até o meio-dia de ontem pela consulta pública promovida pelo Senado na página e-Cidadania de seu site: cerca de 95% das quase 300 mil pessoas que haviam se manifestado são contra a PEC do Teto.

Das duas, uma: ou o Congresso está prestes a tomar uma decisão ao arrepio da vontade da maioria dos brasileiros ou essa pesquisa não reflete exatamente a realidade. A verdade, como de hábito em questões muito polêmicas, parece estar no meio. Há, efetivamente, no Senado, uma minoria oposicionista, integrada principalmente pelo finado PT e aliados, que perdem o pelo, mas não perdem o vício. Quem acompanhou o aguerrido desempenho dessa turma na comissão do Senado que aprovou o processo de impeachment sabe como ela atua: muito grito e pouco senso, porque quando a derrota é inevitável o que importa é marcar posição. E não se pode ignorar que o tipo de consulta feita pelo Senado se presta à manipulação por qualquer grupo militante.

Por outro lado, a proposta de estabelecer um teto para os gastos públicos é, por definição, impopular, principalmente num país em que o predomínio do patrimonialismo – que anda de braço dado com o populismo – habituou as pessoas, especialmente as mais humildes e desinformadas, a acreditar na ideia de que o governo é o Grande Provedor e que as pessoas não precisam conquistar nada por si mesmas. Basta votar nos seus protetores, que eles se encarregarão de “distribuir” a riqueza entre todos.

Contando com tão sedutor argumento, petistas – que agora se agarram a qualquer coisa para sobreviver – e “esquerdistas” em geral partiram para o ataque à PEC do Teto, com a mentira de que a medida “congela por 20 anos” os gastos, principalmente em educação e saúde. E imediatamente os estudantes passaram a ocupar as escolas – não necessariamente as suas – e as organizações sociais saudosas das benesses oficiais se prepararam para sair às ruas e deflagrar uma “greve geral”. Tudo para impedir que o governo dito golpista, com o apoio da mídia monopolizada, ouse subtrair “um direito sequer” dos trabalhadores.

A tropa de choque petista, ainda que lambendo as feridas da surra nas urnas, mantém-se mais ativa do que nunca no Senado. A Comissão de Direitos Humanos, sob a coordenação da senadora Fátima Bezerra (PT-RN), promoveu debates sobre os “cortes de recursos para educação e saúde”, para os quais foram escolhidos a dedo “debatedores” unanimemente contrários à ideia de reduzir os gastos. Não faltou nem mesmo a musa das ocupações de escola, a estudante secundarista paranaense elevada à condição de porta-voz dos fracos e oprimidos, que arrancou delirantes aplausos, e algumas lágrimas, ao declarar que os senadores que ousarem aprovar a PEC ficarão com “as mãos sujas de sangue”. Os pais dessa menor de idade, ao que parece, permitem gostosamente que a filha seja usada politicamente – e o mesmo ocorre com as autoridades, que deveriam resguardar a adolescente.


A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ré no STF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, apresentou emenda para que a PEC do Teto, se aprovada no Senado, seja submetida a referendo popular antes de ser promulgada. A justificativa é que a grande maioria dos brasileiros não sabe exatamente o que é a PEC do Teto e por isso, antes de entrar em vigor, a emenda precisa passar por uma ampla discussão e pela aprovação popular. Argumento que coloca em xeque a consulta pública promovida pelo Senado, pois, mais uma vez, das duas, uma: ou bem a população não conhece a proposta ou bem 95% dela conhece e está contra. Outra hipótese plausível é a de que o resultado dessa consulta pública não interessa apenas aos petistas, mas convém também ao presidente do Senado, Renan Calheiros, e outros senadores, na medida em que valoriza substancialmente o precioso bem que eles têm a oferecer ao governo: a aprovação da PEC do Teto.”

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