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terça-feira, 22 de julho de 2014

Família e Espiritualidade




Por Carlos Sena. (*)

Há quem diga que família é toda igual; que só muda o endereço. Também dizem que só serve para tirar foto em noite de natal. O que pouco se ouve dizer é que a família é uma célula importante da sociedade e que (pasmem!) seus membros são "escolhidos a dedo" pela espiritualidade. Não precisa ser católico ou espírita para essa compreensão, desde que não se queira entoar de religiosidade o raciocínio. Fato é que, principalmente as famílias numerosas nos tornam claras essa concepção. Aquelas menos numerosas, idem, só que num viés mais calmo de subjetividade espiritual. Porque o nosso nascimento é uma combinação de fatores que a espiritualidade reserva para que certas pessoas convivam com outras sob o laço familiar ou por prova ou por premiação diante das diversas "missões" que todos temos quando nascemos. (A brevidade da vida não seria um pouco disso?)

Observar quão os filhos são diferentes, muitas vezes deixam os pais boquiabertos e sem a real compreensão disso. Claro que cada pai e mãe compreende a sua família dentro do que sua cognição e sua compreensão do mundo e da vida lhe permitem. Contudo, quando a família vai crescendo, casando, tomando cada um seu rumo, então se verifica quão complexas são as relações familiares que num passado foram tranqüilas e cheias de previsibilidade mas que, num passe de mágica, se apresentam cheias de conflitos. Há muitos casos em que irmãos se afastam uns dos outros por motivos jamais imaginados pelos pais diante das histórias de cada um compartilhadas na infância e adolescência ou mesmo na fase adulta. A criação foi a mesma mas, os pais tem a sensação de que os filhos não saíram da mesma mãe e do mesmo pai, tamanhos os desentendimentos.

Certamente que essa compreensão não é de simples aceitação. Da mesma forma que não custa nada para alguns observar o porquê de tanta diferenciação no meio das famílias. Pais que brigam com filhos. Filhos que rompem com os pais. Fofoca e disse-me-disse de todo tipo, ingratidões, rompimentos, desaforos, etc., tudo na maioria das famílias tem. Melhor: muitas vezes todos voltam às boas e a família segue. Mas, há famílias harmônicas e que mesmo essas, também tem seus membros "escolhidos" pela espiritualidade com outros fins de "resgate e provas". Casais que não tem filhos, também são postos na vida a dois por motivos particulares que nós, humanos, por nossa pouca capacidade de compreensão não alcançamos.

No geral, os conflitos de família são compreendidos à luz dos conceitos imediatos das igrejas, escolas, etc. Contudo, há que se ter uma visão além do que os olhos e as mãos alcançam. Porque não é por acaso que as pessoas nascem. Muito menos acaso é quando elas são escolhidas para nascer nesta ou naquela família. Um filho de um empresário é tão filho quanto o de um operário. O que ninguém explica é "quem escolheu o filho que nasceu na família do empresário"? Só que o filho do empresário poderá ser um bom caráter, mas também um picareta de marca maior. O Filho do operário, idem. Mas, o Brasil já teve um presidente que saiu de família pobre e quem duvida que isso não tenha sido um designo da espiritualidade? Maktube? Certamente, mas não nessa mesma ordem.

O que complica nisso tudo é que os imediatistas entregam tudo ao destino. Este, por sua vez, tem se constituído como alternativa para suprir a ignorância dos fracos de visão. Esquecem que acaso não existe e que nós não nascemos em nossa família por osmose mas, para dali seguir a nossa trajetória evolutiva na terra em conformidade com nossos merecimentos.

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(*) Publicado em 30/05/2014

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