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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Da Beleza




Por Carlos Sena (*)

Ah, a beleza. Por que se diz que beleza não  põe mesa? Ou o correto é "beleza não se põe na mesa? Certo é que beleza é um "código" cognitivo que cada pessoa estabelece por dentro para dimensionar coisas e pessoas do lado de fora. Ah, mas "quem ama o feito bonito lhe parece". Perfeito, porque beleza continua sendo fundamental, qual nos disse o "poetinha". Mas, a beleza caminha no tempo e no espaço e vai se adequando aos modos e às modas vigentes e civilizatórias. Se um dia "A Monalisa" foi pintada porque representava um modelo de beleza italiana da época, hoje não mais seria. Do mesmo jeito que a magricela Gisele Biutchen (é assim que se escreve?) talvez nem fosse vista se fosse no tempo da "Monalisa", ou a "Gioconda".

Ainda bem que há o belo "particular". Entendo-o como sendo aquele sentimento de beleza que transcende ao mesmo tempo em que limita um individuo dentro de si para consigo mesmo. Porque o sentimento do "belo" deve transcender o pictórico, o tátil, o material, e se consolidar, inclusive, porque não vemos a música e achamos linda. Também nos emocionamos com atitudes fraternas e verbalizamos que elas são "lindas".
Acredito nessa fantasia do belo e da beleza em todos os sentidos que a vida se constituir. Porque o nosso mundo continua sendo minado por pessoas que só veem o copo "meio vazio". Precisamos do "belo" dentro de nós independente de padrões culturais estabelecidos ou mesmo com eles. Porque a vida é bela e dificilmente sem a beleza incrustada por dentro, (talvez lá onde "a alma humana se confraterniza com o coração e o pulmão da gente"), a gente nao se perca achando graça nas banalidades violentas que a sociedade de consumo nos tem disponibilizado como sendo "boas e belas"...

Beleza é mesma fundamental e quem ama o "feio", certamente estará amando a pessoa mais bonita e isso é bom e eu gosto...

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 17/07/2014

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