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terça-feira, 28 de maio de 2013

ONDE EU ESTAVA ANTES DE NASCER?





Por Carlos Sena (*)

Se me perguntarem pra onde irei depois da morte poderei dizer: “só depois dela saberei”! Se insistirem, então serei mais definitivo: "irei para o lugar que estava antes de nascer"...

De fato, morrer e um assunto tão cheio de filosofia que cada pessoa se ilude pensando que tem vida eterna. Através da filosofia a vida pode ser eterna, mas, na pratica, ninguém até hoje ficou vivo para servir de “semente”.

A complexidade filosófica ajuda e até nos alivia um pouco quando a gente, por exemplo, não perde o gosto pela vida mesmo sabendo que um dia iremos morrer! O outro lado disto se define quando os humanos querem ser melhores que uns outros. Muitos vivem tratando semelhantes com patadas, humilhando e massacrando seus iguais como se diferentes deles fosse! Engano: o tempo passa e com ele passam coisas do luxo e das vaidades com muito mais vigor e velocidade, levando pessoas ao desespero que os valores frágeis facultam.

A vida precisa da filosofia, mas esta não precisa da vida. Há uma simbiose consentida em que morto não pensa, tampouco filosofa. Afinal, viver nunca será em vão se a gente tiver a noção exata de que desta vida somos apenas passageiros.

Assim, melhor não querer saber do lugar que eu estive antes de nascer! Perguntei isso à minha mãe, mas ela nem se lembrou. Pelo contrario ela me inquiriu alegando: “como é que eu vim de um lugar que não me lembro”? Já que você tem essa preocupação que busque sua resposta, disse-me ela! Minha mãe é assim – meio abusada nas respostas nas perguntas que acha bestas. Mas, como filho de gato é gatinho, ela não gosta de falar de morte e, por isto me respondeu abusada. Não liguei muito pra o que ela me disse, pois fica difícil pra ela entender certas coisas – seu traço mais marcante de personalidade é a praticidade.

Independente de conceito ou preconceito, a vida é bela! Melhor não perder tempo enquanto ela escorre pelas nossas mãos! Mais que bela a vida é magica e nos transforma sem que percebamos sua essência. Melhor do que dar a César o que e dele é dar a boca ao beijo, o corpo ao desejo, a mão ao afago... Porque depois nem sei se te vejo!

Se alguém duvida da doutrina espírita, se faça a pergunta: “de onde em vim antes de nascer”? Se desejar pode modificar a afirmativa: “quando eu morrer quero voltar para onde eu estava antes de nascer”... Certamente a gente fica com fuso, com tudo e com nada. Confuso, certamente. Mas não se faz omelete sem quebrar os ovos. Então não custa nada pensar que do outro lado da eternidade pode estar o lugar de onde nós viemos antes de nascer...

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 14/04/2013

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