Em manutenção!!!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O Ó do borogodó




Por Carlos Sena (*)

“Todo mundo quer ir pro céu, mas ninguém quer morrer” – esquece-se que “não se faz omelete sem quebrar os ovos”...  Assim também é com o amor. Todo mundo quer ser amado, mas amar dá trabalho e isso poucos se lembram na hora do “cochicho de pé de orelha” ou como dizem alguns, “na hora do vamos ver”! O que poucos sabem é que o trabalho que o amor nos dá é consequência dele por si mesmo. Neste sentido, há uma trovinha antiga mais ou menos assim: “o amor é como pirulito: nasce no mel e acaba no palito”... Talvez seja melhor entender o amor no prisma da praticidade, pois amar é bom e todos querem e todos desejam e é preciso que assim seja. Mas, amar, nunca foi nem será um conto de fadas como todos gostariam. Afinal, como podem duas pessoas que não se conhecem e vem de mundos diferentes, de uma hora pra outra, querer uma relação à Romeu e Julieta? As relações que dão certo são à João e Maria – assim mesmo: o preto no branco – donde a vida adquire cor através do respeito, do companheirismo e da renuncia em prol do ser amado. Amor construção, esse sim, talvez seja a mais perfeita tradução de uma história de amor sem romantismos exagerados.

A vida a dois, com o tempo parece que é a três, a quatro, a mil. Há quem diga que, “se alguém quiser conhecer outrem, coma um quilo de sal juntos”. É o que nos parece ser mais real. Não que não se possa ser romântico, pois românticos são os momentos que conduzem ao que se chama de felicidade. Mesmo esta, a felicidade, não se alcança nos níveis imagináveis que normalmente nos flagra nos inícios de namoro, noivado e casamento. Casamento é fase, é ressignificação sempre. Porque as pessoas escolhem ficar juntas se prometendo “amor eterno”, mas que na maioria das vezes não passam de um ano com a pessoa a quem se debitou viver eternamente. Dos enganos da vida, o mais doloroso é o do casamento, independente de que nome tenha. Quando se descobre que se vive com a pessoa errada, então o “caldo entorna”, porque toda separação é dolorosa e deixa marcas e deixa mágoas. Quando se enjoa de alguém nas relações afetivas, até o “Gut-Gut” dos alimentos na hora das refeições aborrece, incomoda. Imaginem o que será dormir e acordar e conviver com essa pessoa, por exemplo, porque já tem um filho na jogada... Será o “ó do borogodó”...

----------------

(*) Publicado no Recanto de Letras em 17/04/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário