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sexta-feira, 6 de maio de 2016

Sem Cunha e sem Dilma: O Brasil está melhorando




Por Zezinho de Caetés

Ontem, com sempre, acordei com o objetivo principal de acompanhar, pela TV, o restinho da Comissão de Impeachment no Senado, no dia em que falaria outra vez, para dizer as mesmas coisas o José Eduardo Cardoso ministro da AGU que foi agora, permanentemente, contratado como advogado da presidenta que se diz inocenta.

E o que vi lá? Um brilhante advogado com todos os trejeitos próprios da profissão, e para os leigos, como eu, parecia até que a presidenta inocenta seria mesmo inocente. Até que o relator começou a comentar as perorações dele. Foi um arraso tal que até o Lindberg se escafedeu.

E hoje, já se tem como certo que a Comissão votará a favor da admissibilidade do processo de impeachment, que quer dizer início do “bota fora” da presidenta, graças a Deus. No entanto, houve outro fato que me tirou um pouco do constrangimento de ficar ouvindo a voz da Gleisi Hoffman e vendo os trejeitos da Vanessa Graidiotin: O Teori Zavascki, o ministro do STF, resolveu defenestrar o Eduardo Cunha.

Isto já era esperado por todos aqueles que viam no Cunha um dos piores bandidos, e digo “um dos” porque o Maluf ainda não morreu e o Lula ainda não sabe de nada, embora hoje, quando ninguém está vendo, cochicham de sua importância para impichar a presidenta. Também, queriam o que? Neste mundo até os piores podem, pelo menos por um dia, fazer algo de bom. Por este caso específico, obrigado Eduardo Cunha. Pelo conjunto da obra, que vá para Curitiba e tenha uma longa permanência por lá.

E vejam que, de tanto a tropa de choque da Dilma dizer que há um “golpe parlamentar” em andamento, ontem também surgiu a história de “golpe judiciário”, que foi evitado pela ação do Teori. Dizem os adeptos das teorias conspiratórias que o Lewandowski e o Marco Aurélio, que só querem o bem de Dilma, urdiam um golpe para acabar com o impeachment da presidenta.

Explicando: Por um pedido da REDE de Marina, que balança, balança e pode cair, o STF poderia tomar uma decisão de mandar o Cunha embora e ainda mais anulando todos as suas ações. Eu não sei como isto seria feito, porque é difícil imaginar o deputado botando para fora o que comeu, a não ser pelas vias normais. Isto levaria à anulação do processo de impeachment, deixando a presidenta livre, leve e solta. Seria um golpe e tanto.

O Teori, viu o perigo e disse: “Cunha fora, sem impeachment da Dilma, é golpe!”. E resolveu botar ele para fora às 5 horas da manhã. E, como se viu, foi um sucesso. Mesmo com alguns constrangidos, todos os ministros votaram a favor do trucidamento do deputado. E hoje, amanhecemos com um deputado a menos na Câmara Federal.

Mas, não fiquem tão alegres. Quem assumirá a presidência da Câmara é o Waldir Maranhão, cujo maior feito até agora foi se meter na Operação Lava Jato. E, neste caso, o Temer, depois de assumir a presidência, não poderá viajar. Já pensou o Waldir Maranhão na presidência?! Eu, neste caso, preferiria o Renan. Vejam a que ponto chegamos.

No entanto, paro por aqui e vou outra vez para frente da TV, para ver a votação final da Comissão do Senado, já esperando ouvir muitos votos com o seguinte teor: “Pelo meu filho, pela minha mãe, pela minha cadela Baleia, pelo meu periquito Flu-Flu, pelo Seu Mané, o quitandeiro da esquina, pelo gato de minha filha, o Justin Bieber, SIM!, senhor presidente!”.

Fiquem então com um texto do Ricardo Noblat (“O futuro sem Cunha”), que detalha para onde vai o deputado. Eu só sei o “futuro sem Dilma”, que, tenho certeza, será melhor do que com ela.

“Eduardo Cunha já vai tarde. Referendada pelo Supremo Tribunal Federal, a decisão do ministro Teori Zavascki de suspender o mandato dele fez o que a Câmara, por fraqueza e corporativismo, se arrastava para fazer, e tudo indicava que não faria: extirpar um mal que envergonhava o país, embora não envergonhasse a maioria dos deputados.

Dilma comemorou a decisão de Zavascki. Ela não servirá ao seu desejo de escapar do impeachment, mas reforçará o discurso de que foi vítima de um golpe. O PT comemorou — quando nada, a suspensão do mandato de Cunha servirá como um prêmio de consolação diante do afastamento de Dilma do cargo de presidente.

O vice-presidente Michel Temer comemorou discretamente. Com tanto apetite pelo poder, imagine o que Cunha não cobraria por ter ajudado Temer a assumir a Presidência da República. Incomodava Temer a hipótese de, como presidente da Câmara, Cunha vir a substituí-lo em suas eventuais ausências.

Cunha tem muitos aliados na Câmara como já demonstrou à farta. Mas tudo se pode pedir a um político, tudo — menos que se suicide. Poucas horas depois de conhecer a decisão de Zavascki, e apesar de surpreendida por ela, uma parcela expressiva dos deputados já discutia nomes com chances de sucederem Cunha na presidência da Câmara. Cunha já era.

O sucessor completará o mandato de Cunha, que se encerraria no início de fevereiro do próximo ano. O segundo semestre de 2016 será tomado pela realização das eleições municipais. A Câmara ficará esvaziada, como de resto o Senado. Pouco importa, porém. Presidir a Câmara, mesmo que por pouco tempo, enriquece a biografia de qualquer deputado.

O pragmatismo dos políticos acabará por apressar na Câmara o julgamento de Cunha, acusado de quebra de decoro por ter mentido em CPI sobre dinheiro que mantinha escondido na Suíça. A decisão de Zavascki não interromperá o processo a que Cunha responde no Conselho de Ética. Parecer do Conselho será votado mais adiante pelos 512 deputados.


Nem por isso deve-se subestimar a capacidade de resistência de Cunha, e a liderança que exerce entre colegas. Uma coisa é certa: a escolha do novo presidente da Câmara passará por Cunha, o maior eleitor que existe ali.”

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