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terça-feira, 24 de maio de 2016

"Jucá or not Jucá, that is the question"




Por Zezinho de Caetés

Depois de ler a coluna do Zé Carlos, de ontem,  que deveria se chamar “Os dez dias que abalaram o Brasil”, além de rir, eu fiquei pensando, como, com a pressão petista, já bem conhecida quando este partido está na oposição, o Temer vai chegar a 180 dias sem entregar o ouro ao bandido.

Todos já suspeitavam que o seu “machistério”, poderia ter problema desde que ele “foi e voltou” na extinção do MinC. Bastou uma gritaria em Cannes para que ele retrocedesse, na possível economia a ser feita com este ato.  Imaginem quando se mexer na Lei Rounet que já tanto enriqueceu o Capitão Nascimento, o monte de tiros que ele não dará.

No entanto, toda esta suspeita de escolher mal assessores ficou comprovada com a descoberta de uma gravação onde o Jucá, aprontou mais uma das suas. Descobriu-se (já ia escrevendo “se descobriu”, mas, tinha acabado de ler o excelente texto do Altamir Pinheiro, mais cedo chamando a atenção para a mudança de nível no uso de nossa língua, com a mudança do governo, então fui de ênclise) que ele estava conspirando contra a Operação Lava Jato, e agora os petista estão interpretando isto como parte de um acordo para botar a Dilma para fora, junto com o PT, e Lula indo na bolsa de mão da ex-presidenta.

E aí o Temer ficou com a brocha na mão, e assuntando, num tom hamletiano: “Jucá ou não Jucá, eis a questão”. E assim passaram-se horas de suspense para que houvesse uma decisão, até que nos estertores do dia ele resolveu exonerar o Jucá, que nunca deveria ter sido desonerado.

Pelo que sabemos da vida política do Jucá e pela forma com eram tratados os criminosos políticos antes da Lava Jato, ninguém, em boa fé poderia nomeá-lo para cargo importante num governo. Vejam que, até hoje, o Maluf jura inocência e está aí livre leve e solto. Portanto, é preciso que se deixe um pouco de lado o lema de Lula que “todos são inocentes até prova em contrário”, para seguir o lema “onde há fumaça há fogo”, pelo menos na formação de um ministério.

O princípio da presunção de inocência é uma conquista civilizatória, mas, quando dele se abusa como se fez no Brasil recente, pode-se ver que “tudo de mais é veneno”. Óbvio que não estou defendendo aqui que o Jucá seja fuzilado pela “conspirata”, que também era de todo o brasileiro para tirar a ex-presidenta do poder, mas, colocá-lo num ministério a esta altura do campeonato também não dá.

Só sei que, de uma forma ou de outra a coisa está resolvida, porém, como diz o Ricardo Noblat, no texto abaixo transcrito, o Temer cada vez pode errar menos, com a besteira que cometeu. Já é tempo de fazer uma faxina maior. Fiquem com ele que eu vou ficar ligado na TV, para ver se receberei minha aposentadoria este mês. Todos sabem que se o Congresso não aprovar as medidas de reajuste fiscal, do governo federal, não vai ter para ninguém.

“Menos mal que Temer tenha sido rápido no gatilho ao demitir o ministro Romero Jucá (PMDB-RR), do Planejamento, envolvido numa trama para deter o avanço da Lava-Jato.

Foi mais rápido do que Itamar Franco, o vice que sucedeu Fernando Collor na presidência da República, e que introduziu por aqui o fuzilamento relâmpago de auxiliares suspeitos.

Nem por isso, Temer escapará do desgaste de ter feito ministro um político de extensa folha corrida, investigado em seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal.

Em 2005, no primeiro governo Lula, Jucá foi ministro da Previdência. Acabou abatido por denúncias de corrupção. Ficou apenas três meses no cargo. Desta vez, nem 13 dias.

O legalista Temer sabe que investigado não quer dizer culpado. Mas o experiente político Temer sabe também que o investigado alvo de muitas investigações pode tornar-se uma companhia incômoda.

Foi o que aconteceu com Jucá. Era uma bola cantada. É o que poderá acontecer com outros ministros enrolados com a Lava-Jato. Não vale a desculpa de que eles foram indicados por seus partidos.

Por igual motivo, não vale a desculpa de que quase 300 deputados, obedientes a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) indicaram para líder do governo na Câmara um colega acusado até de assassinato.

Que capital político Temer pensa que tem para dar-se ao luxo de não ser cuidadoso? A quem ele imagina dever sua ascensão à vaga de Dilma? Somente aos seus amigos do Congresso?

Ele deve, primeiro, a Dilma, e aos graves erros cometidos por ela, Lula e o PT. E, segundo, à maioria dos brasileiros que apoiaram o impeachment apesar de não confiarem nele, Temer.

Sem apoio no Congresso não se governa. Mas contra as ruas, ou indiferente a elas, está cada vez mais difícil governar. Elas não querem Dilma de volta. Mas não querem Temer necessariamente.

O governo provisório dele, repleto de cargos ainda por preencher, mal começou, e começou mal. Arrisca-se a passar em pouco tempo à condição de governo mínimo.

Em breve, a herança maldita legada por Dilma causará mais desconforto a Temer do que a Dilma e ao PT. Dele serão cobradas soluções para os problemas que afundaram o país e seus habitantes.

Dilma voltará a Porto Alegre, de onde não deveria ter saído. Lula e o PT não irão para a oposição porque já estão nela. Lula e o PT ainda poderão ter futuro, certamente modesto.


O futuro de Temer será ou não construído por ele em um prazo curto de poucos meses ou de poucas semanas. A contagem regressiva começou.”

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