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terça-feira, 10 de maio de 2016

O carnaval fora de época do Waldir Maranhão




Por Zezinho de Caetés

Ontem, foi um dia de cão na política nacional. Quando todos esperavam acordar para curtir a leitura do relatório da Comissão de Impeachment no Senado, o Brasil acorda com a decisão de Waldir Maranhão, presidente interino da Câmara, que ficou no lugar do decaído Eduardo Cunha, de anular o processo de impedimento da presidenta que se diz inocenta.

Eu, na qualidade de cidadão, não me afastei mais das fontes de notícias, mesmo que estivesse em dúvida se estava vivendo um “carnaval fora de época”, ou não. Se eu fiquei assim, imaginem aqueles que já se comprometeram a descer a rampa do Planalto de braços dados com a presidenta, no meio da semana. Dizem que a Gleisi usou as sobras de 1 milhão de dólares que o Youseff  deu à sua campanha para comprar um vestido novinho. Afinal de contas ela é uma das boas performers do Quinteto Abilolado (obrigado Zé Carlos), e tem que se vestir a caráter.

Tanto que ontem, na reunião do Senado para leitura, a Gleisi estava nervosíssima provavelmente pela indecisão entre ir à reunião ou ir provar o vestido na costureira. E a Vanessa Graidiotin estava mais nervosa ainda. Aliás, os petistas pareciam tomados pelo “cabôco” Sete Flechas e atiravam para todos os lados. O Lindberg, que já perdeu por completo as estribeiras, não parava de comer os óculos.

Foi um desespero só, quando o Renan, vendo que os ventos tinham definitivamente mudado, declarou: “Que ofício? Quem é o Maranhão?”. Mas, a história deste “golpe” legislativo é contada tintim por tintim pelo Ricardo Noblat no texto abaixo transcrito (“A história do golpe que deu errado”).

Literalmente, com se diz lá no interior: “O Waldir Maranhão só poderia estar bêbado”, e estava mesmo, segundo o articulista. E eu, como brasileiro e cidadão interessado, só me resta sentir muito pelo nível a que chegou a política no Brasil. E para findar a pantomima estou vendo agora que o Waldir se arrependeu e cancelou sua decisão de ontem. Ainda deve ser a ressaca.

Porém, pensando bem, o Waldir nos fez um favor enorme, no final de tudo. Ele vai desaparecer do mundo político, levando com ele a Dilma, o José Eduardo Cardoso e muitos outros. O importante é que o Lula, quando disser que “não sabia de nada”, ninguém saberá se ele está falando a verdade ou não.

O que vocês acham? Dá para acreditar em algum petista, a partir de ontem? Sei não. Como dizia o poeta: “Camelô, na conversa, vende algodão por veludo. Está provado que neste mundo tem bobo para tudo”.

Fiquem com o Noblat que vou ficar na espreita pelos destinos do Delcídio e me preparar para no outro dia ver a Dilma descer a rampa. Será que ela vai de bicicleta?

“Na noite da última quinta-feira, horas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender o mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de corrupção, seu colega Waldir Maranhão (PP-MA), já no exercício da presidência da Câmara, foi convidado pelo deputado Sílvio Costa (PT do B-PE), vice-líder do governo, para uma reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada.

Ali, até o começo da madrugada, Maranhão, Costa, Dilma e os ministros Ricardo Berzoini (PT-SP), da Secretaria do governo, e José Eduardo Cardoso (PT-SP) da Advocacia Geral da União, conversaram sobre a decisão do STF, a tramitação do processo de impeachment no Senado e o que Maranhão pensava fazer como novo presidente da Câmara. Foi uma conversa amena, de aliados. Afinal, Maranhão votara contra o impeachment.

No dia seguinte, pela manhã, Costa visitou Maranhão no apartamento onde ele mora. De lá foi para a Câmara, convocou os jornalistas e anunciou: Maranhão lhe prometera tocar adiante m um pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer, e estudar a possibilidade de anular a votação na Câmara do pedido de impeachment de Dilma. Costa estava eufórico. E comentou:

- Waldir me jurou de pé junto que vai cumprir a Constituição. Se os líderes não enviarem os nomes [para compor a comissão do impeachment de Temer], caberá a nós recorrer ao STF.

A reunião do Alvorada produzira bons resultados. A ponto de na tarde da sexta-feira, deputados ligados a Temer procurarem Maranhão para dizer que o vice-presidente queria falar com ele. Os dois se falaram por telefone quando Temer já estava dentro do jatinho da FAB que o levaria a São Paulo. A ligação não durou mais do que cinco minutos. Temer propôs e Maranhão concordou com um encontro dos dois no domingo à noite, em Brasília.

Naquela mesma tarde, Maranhão visitou Eduardo Cunha na residência oficial do presidente da Câmara, no Lago Sul. No sábado, em jato da FAB, voou para o seu Estado. Mal chegou lá, reuniu-se com o governador Flávio Dino (PC do B),  que prometera apoiá-lo como candidato ao Senado em 2018 desde que ele votasse contra o impeachment, como Maranhão o fez. Dino cobrou de Maranhão mais uma ajuda para evitar a queda de Dilma.

Por mais de uma hora, Dino expôs a Maranhão todos os pontos considerados por ele “frágeis” do processo de impeachment. Maranhão ouviu mais do que falou, embora não tenha discordado de nada do que Dino lhe disse. O governador reafirmou o apoio à candidatura dele ao Senado. O encontro terminou com o convite feito por Maranhão para que Dino o acompanhasse na viagem de volta a Brasília, no domingo.

Assim que o jatinho pousou em Brasília, Maranhão e Dino foram jantar no apartamento de Sílvio Costa, onde os aguardava o ministro José Eduardo Cardozo. O grupo comeu e bebeu pelo menos três garrafas de vinho de boa qualidade, e uma de uma cachaça forte à base de mandioca trazida por Maranhão da viagem a São Luís. Em certo momento, já alcoolizado, Maranhão virou-se para Cardozo e disse:

- Chefe, nada posso fazer, mas faço questão de descer a rampa do Palácio do Planalto ao lado da chefa quando ela for embora.

- Quem disse que você não pode fazer nada? – perguntou Cardozo. E, em seguida, explicou o que ele poderia fazer: anular a sessão da Câmara que aprovara o impeachment. Disse como isso poderia ser feito. E ofereceu-se para redigir o ato que Maranhão assinaria como presidente da Câmara em exercício. Maranhão concordou com a oferta na hora. Alegou que não era jurista e que não poderia contar com a ajuda da equipe de técnicos da Câmara.

O ato que ele assinou lhe foi entregue antes do amanhecer de ontem.


Quanto ao encontro com Temer combinado na sexta-feira: Maranhão faltou. E sequer telefonou para se desculpar. Temer procurou-o em vão. Ele também combinara se encontrar com o ex-senador José Sarney (PMDB-MA), aliado de Temer. Faltou ao encontro. Por volta das 21h30 do domingo, Sarney procurou-o para dizer que era tarde e que iria dormir. Em vão.”

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