Em manutenção!!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A semana - Dilma x Cunha: "A Briga do Cachorro com a Onça" e a moral da estória






Por Zé Carlos

Se esta coluna semanal não fosse voltada para o humor, eu poderia começar dizendo que chegamos pertinho do fim do mundo. E justificava dizendo que, nela, o Brasil foi rebaixado de novo por outra agência de risco, sim, aquelas que dizem se quem toma dinheiro emprestado é confiável ou não, o que diz ser o Brasil quase caloteiro, quando já foi considerado por outra agência como xexeiro contumaz. Diria também que, agora, os supermercados estão vazios, porque ninguém aguenta mais a inflação que afeta a renda de todos. E ainda observaria que enquanto o Levy, o triste, vai ao Congresso dizer que a CPMF, sim, aquele imposto que o cara, segundo ele, paga sem sentir, tem que voltar, a Dilma continuava pedalando lá pelo Planalto Central. E ainda arrematava dizendo que os poderes da república entraram em litígio, o que até ameaça a integridade institucional, como toda briga de cachorro grande.

No entanto, graças aos políticos, o humor volta e só nos resta descrevê-lo com o nosso objetivo maior que é matar os nossos 12 leitores (estamos crescendo em audiência) de rir, no menor espaço de tempo.

E já começo com um carta recebida do Lula, nosso colaborador,  dizendo-me que está deixando a coluna, pelo menos, em tempo integral, porque assumiu de vez a Presidência da República. Mas, ressalta ele, está envidando todos os esforços para que a Dilma possa dar sua contribuição à coluna por um maior tempo, pois agora ela só tem mesmo é que fazer shows humorísticos pelo país. E já cita exemplos, como aquele do Congresso da CUT, onde ela diz ser a mais honrada, a mais íntegra, a mais ilibada mulher de que se tem notícia. Em suas palavras textuais:

“Nós jamais negociamos ou negociaremos com os malfeitos. Eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias.”

“Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra? Quem?”

“Nós sabemos que existem dificuldades econômicas. E fazemos tudo para que o país volte a crescer. ..Nós precisamos de estabilidade política…” 

E foi além, talvez olhando para Lula:

“A sociedade brasileira conhece os chamados moralistas sem moral. E os conhece, em parte, porque o meu governo e o governo do presidente Lula propiciou e estimulou [sic] o mais enérgico combate à corrupção da nossa história.”

Leram bem? É uma pena. Porque se o fizeram já não estão lendo mais este parágrafo, mortos por embolia humorística, que é uma doença epidêmica propagada pela nossa musa do humor, a Dilma. Talvez, algum leitor renitente ainda continue vivo para dizer aos outros que tudo isto não passa do inesgotável senso de humor que ela apresenta, em todo lugar.

Sem querer me estender em análises humorísticas acadêmicas, basta verificar sua sutileza com as palavras. Dizem que, quando ela usou as palavras “moralista sem moral”, o presidente da CUT deve ter perguntado: “O que diabo é isto? Eu nunca fui moralista porque não sei o que é moral.” E caiu na gargalhada, junto com todos os presentes que depois da pergunta constante da Dilma: “O que é o impeachment?”, gritavam extasiados: “É golpe, é golpe....”.

Todavia, devo dizer que quem mais contribuiu, pelo menos indiretamente, com esta coluna foi um delator premiado, o Fernando Baiano. Já há até um movimento na Bahia para mudar o seu nome para Fernando Pernambucano, e eu não sei porque querem congerir a honraria que a eles pertence. E seu maior feito foi encalacrar ainda mais o Cunha, nosso Cunhão, sendo talvez o 100º delator premiado a dizer que ele recebeu propina. Isto já está ficando monótono. Ele também acusou outros políticos de estarem com a boca na botija, mas, foi a acusação ao Cunha, que gerou o maior show de humor, talvez, da historia do Brasil,  pois o Cunha continua negando tudo. Então se temos de um lado a Dilma e Lula dizendo: “Eu não sabia!” Agora temos o Cunha dizendo “eu nego!”. E depois que as autoridades da Suíça mandaram fotos, assinaturas e recibos mostrando que as contas eram dele, ele, sabendo que agora não adiantava mais negar, para se manter no palco, começou a brigar com a Dilma.

E, vejam lá embaixo no filme do UOL (que na semana, em homenagem às crianças não foi produzido), o resultado deste grande affair, que promete adentrar pela próxima semana, com inusitada capacidade de riso é must do humor nacional. Inclusive o Cunha pode dar um show qualquer dia no Conselho de Ética da Câmara, porque tem alguns dizendo que ele quebrou o decoro parlamentar, pois a história de dizer que não tinha contas no exterior, não passava de lorota. E imaginem o potencial para o riso quando ele lá declarar que os 5 milhões de dólares que estão lá na Suíça, foram lá plantados para incriminá-lo! Na certa, surgirão deputados gritando: “Quem quer me incriminar, mesmo que seja com só 1 milhão?” Então agora, a grande batalha de Cunha é descobrir quem o incriminou. Ele tenta acusar a Dilma, desta proeza, por isso joga com a ameaça de impeachment para ver se ela retira a acusação. E todos sabemos que a Dilma é inocente no caso. Não porque não quisesse ver a caveira do Cunha, mas, porque pediu o dinheiro ao Levy, e ele disse que não tinha, pelo rombo orçamentário.

Então ficamos assim. O maior suspense para saber quem sai primeiro do palco. E já aviso aos nossos leitores  que nossa coluna espera que saiam os dois, para serem contratados em tempo integral. Já mandei até preparar a papelada no setor de recursos humanos.

No entanto, nesta semana, o show de humor maior foi dado pela nossa oposição, que foi pegada de calças curtas pelo Cunha. Eles resolveram ficar com o Cunha para ele pedir o impeachment da Dilma. Depois que descobriram que Cunha não é flor que se cheire, subiram em cima do muro, e agora não sabem como descer. A não ser que o Cunha resolva vir para esta coluna de vez, aceitando o pedido de impeachment da nossa musa, renunciando e deixando a sujeira rolar solta no Congresso. Todos sabemos que o Hélio Bicudo (que é bicudo mas não é tucano) deu entrada noutro pedido de impeachment da Dilma (parece que o 956º), que mostra a Dilma pedalando por Brasília já este ano. Com este adendo, talvez o Cunha tome coragem e aceite o pedido, porque ele, em um dos seus “stand-ups” disse que “pedaladas do passado não valiam!”.  Por tudo isto, a próxima semana promete.

E o Lula mesmo atarefado pelas suas funções presidenciais, ainda deu um show “voluntário” na Procuradoria Geral da República (PGR), para rebater as acusações de que ele poderia ter se beneficiado do assalto à Petrobrás, investigado pela Operação Lava Jato. Quanta injustiça, meu Deus. Todos sabem que o Lula e os filhos ficaram ricos jogando no bicho. Mas sentiremos sua falta nesta coluna e, para fazer justiça com ele que também é um gênio do humor, ao chegar na PGR, suas únicas palavras, durante todo o interrogatório foram: “Eu não sabia!”. Bastou isto para até agora, os que estavam presentes estejam de licença por passarem mal devido ao excesso de riso.

E imaginem que o Fernando Baiano afirmou ter repassado a Bumlai R$ 2 milhões. Fez isso por meio de contratos frios de aluguel de equipamentos de uma empresa do amigo de Lula. Como todos sabem o Bumlai (que não se perca pelo nome) é um grande amigo de Lula, que tinha trânsito livre para o gabinete de quando Lula foi presidente na primeira e na segunda vez. As más línguas dizem que ele tinha trânsito livre para entregar a bufunfa, mas, isto pode ser intriga da oposição, o que duvido muito, porque aqui a oposição não serve nem para fazer intriga. Quem duvidava que o Instituto Lula, que é o maior formador de humoristas da nação, nos últimos dias iria repetir a piada mais antiga do Chefe, caiu do cavalo. Se segurem, foi: “Eu não sabia!

O que sei é que esta semana passada foi curta, mas, intensa, do ponto de vista político. Também não é para menos, o único chefe de poder que, ainda, não está ameaçado de cair, é o Lewandowsky. O dos outros dois poderes podem ser defenestrados a qualquer momento. Como eles são os nossos maiores colaboradores, o Cunha e a Dilma, a coluna espera que saiam os dois. E acha que se isto acontecer só pode ser um golpe de humor.

Agora, vejam o roteiro do filme da semana, feito pelos produtores do UOL, e o vejam logo em seguida o filme com  a briga entre a Dilma e o Cunha, que mais parece aquelas gravuras do famoso Folheto de Cordel: A Briga do Cachorro com a Onça. É uma verdadeira novela. E até a próxima semana onde pretendemos reportar o resultado desta briga.

“Nem "A Regra do Jogo", da TV Globo, nem "Os Dez Mandamentos", da Record. A novela que tem feito sucesso mesmo é "Dilma X Cunha". Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff (PT) elevou o tom contra a oposição, que trabalha pelo seu impeachment. Já o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disparou um "vão ter que me aturar um pouquinho mais" diante de novas denúncias contra ele.”
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário